Capítulo 47

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Mallu

-Está melhor? -Julie pergunta e eu concordo, terminando de beber minha água.

-Por que você estava daquele jeito? -Lia pergunta.

-O Ryan... ele... estava lá na casa da minha mãe.

-Como é? -Tia Olivia pergunta assustada. -Não acredito que Alice abrigou um fugitivo da polícia.

-Temos que denunciar! Aquele monstro não pode ficar solto. -Isabella diz e todos concordam.

-Pode ser... -Fecho os olhos respirando fundo. -Eu vou para Nova York.

-Como é? -É a vez de Julie perguntar.

-Meu pai vai casar e... eu vou aproveitar para ficar por lá mesmo. -Digo.

-E o Liam?

-Nós terminamos.

-Não! Não! Não! -Lia diz não acreditando. -Não acredito que meu casal preferido terminou... Eu desisto do amor, minha gente!

-Foi melhor assim... -Suspiro. -Pode me emprestar seu computador? Vou comprar as passagens logo.

-Claro. -Minha melhor amiga diz se levantando.

Por mais que Julie não tivesse dito, eu sabia que ela sentiria a minha falta, tanto quanto eu iria sentir a dela. Tanto que a noite, ela veio para a minha cama, e dormiu agarrada comigo.

Quando eu acordei pela manhã, Isabella e Lia já haviam chegado, e aproveitamos para tomarmos café da manhã juntas. Como meu vôo partiria ainda na parte da manhã, logo precisei voltar a terminar de arrumar as minhas coisas.

-Vamos? -Tia Olivia me chama e eu concordo.

Pego minhas malas e coloco todas no carro e logo partimos para o aeroporto.

Aproveito o caminho em silêncio, acompanhando a vista da cidade.
Eu iria sem dúvidas sentir saudades do clima de Gettysburg, de morar em cidade pequena, em si.

Assim que chegamos ao aeroporto, Tia Olivia me ajuda a carregar as malas até a minha ala de embarque.

"Voo um; três; três, com destino a Nova York, portão dez "

Escuto a mulher avisar, fazendo meu coração se apertar.

-É... está na hora. -Digo me virando para as meninas, que já estavam chorando.

-Boa sorte minha menina... sempre que precisar, a porta da minha casa estará aberta para você! -Tia Olivia diz me abraçando fortemente.

-Obrigada por ser a melhor mãe do mundo! -Beijo sua bochecha.

-Sua vaca... -É a vez de Julie me abraçar enquanto chorava. -Eu amo tanto você... não nos esqueça!

-Jamais! Prometo ligar todo dia.

-Só eu que não estou chorando? -Lia diz me abraçando. -Eu sei que não é o fim...

-Obrigada por tudo, Ruiva! -Agradeço beijando a lateral de seu rosto.

-Fica bem, loira!

-Não acredito que você vai mesmo... -Isabella diz fungando. -É para telefonar sempre!

-Vocês... avisaram à ele? -Pergunto me referindo ao Liam.

-Avisamos amiga, mas ele estava magoado... não sei se vem. -Isabella diz.

"Última chamada para o vôo um; três; três, com destino a Nova York, portão dez."

-Você precisa ir. -Tia Olivia diz me abraçando novamente.

-Obrigada por tudo, meninas! Eu amo vocês. -Digo pegando minha bolsa e começando a caminhar para a ala de embarque.

Antes de sumir por completo olho para trás na esperança de vê-lo, mas me decepciono.

Sorrio para as meninas e aceno, sumido por completo da vista de todos.

Como eu sentiria saudades de todos ali... eu estava indo, mas meu coração ficou, junto com todos que me ajudaram. Ficou junto com a minha família.

.  .  .

-Moça... chegamos. -Sinto alguém me balançar e abro os olhos com dificuldade.

-Nova York? -Pergunto e a mulher assente.

Pego minha bolsa e desembarco, indo pegar minha bagagem.
Meus olhos vagam pelo local a procura pelo meu pai e logo o encontro.

-Pai! -O abraço fortemente.

-Mallu... -Ele deposita um beijo no topo da minha cabeça. -Como foi a viagem?

-Tranquila...

Meu pai me ajudou a pegar as malas e logo fomos em direção ao seu apartamento no Brooklyn.

-Por que veio? Seja sincera, Mallu. -Ele pergunta prestando atenção na estrada.

-Eu quero recomeçar, pai... eu e Liam terminamos. -Digo e ele me olha rapidamente. -Não me peça para explicar, por favor.

-Que bom que irá ficar conosco por um tempo. -Ele diz sorrindo e eu concordo.

O resto do caminho eu fui calada, enquanto prestava atenção na paisagem.

Nova York era muito diferente de Gettysburg. A segunda era uma cidade pequena, não tinha muito trânsito seja de pessoas ou carros, tão pouco engarrafamentos. Já Nova York tinha tanto carro nas ruas quanto pessoas.

O prédio onde meu pai morava era simples. Ele morava no terceiro andar, e a pior parte era ter que subir tudo isso de escada.

-Chegaram! -Foi a primeira coisa que escutei assim que entrei em seu apartamento.

-Papai! -Uma cabeleira loira corre em sua direção e ele a enche de beijos.

-Filha, essa é a Mallu, sua irmã! -Meu pai nos apresenta e a pequena abre um enorme sorriso.

-Você palece uma princesa! -Ela diz com os pequenos olhos verdes brilhando.

-Você também, pequena! -Beijo sua bochecha rosada.

-Não mais pequena! Tenho cinco anos! -Ela diz e eu rio.

-Filha, essa é Theodora, minha noiva! -Meu pai diz apontando para uma mulher de cabelos negros que estava se aproximando.

-Como vai, Mallu? -Ela diz sorrindo simpática.

Agora é só questão de tempo para que eu pudesse me adaptar.

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