Capítulo 33

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Mallu

-Eu falei com meu amigo que é detetive e ele disse que poderá encontrar vocês hoje pelo fim da tarde... o que acham? -Meu sogro pergunta enquanto eu limpo minha barriga que estava com gel.

-Por mim está tudo bem... -Digo arrumando minha blusa. -Quanto antes melhor.

-Então por mim também está tudo bem. -Liam diz entrelaçando nossas mãos. -E como o Bernardo está?

-Ele está bem na medida do possível... marcamos a cesária para a segunda semana do seu oitavo mês, certo? -Ele diz enquanto parece anotar algo.

-Certo... Senhor Lancaster, me diga como médico... você acha que o Bê tem chances de sobreviver? -Pergunto receosa da resposta.

-Como proficional... Eu diria que ele tem quarenta por cento de chances de sobreviver. -Ele diz e eu posso sentir lágrimas surgir em meus olhos. -Mas como pai e avô, eu digo para não perderem a fé! Nada é impossível e enquanto tivermos zero vírgula um por cento de chances, nós iremos tentar de tudo.

-Eu não tenho palavras para agradecer por tudo... -Sorrio. -Eu não vou perder a esperança, meu menino vai ficar bom.

. . .

-Você é o detetive William? -Pergunto me aproximando do rapaz a minha frente.

-Sim... e vocês são indicados do Richard Lancaster? -Ele pergunta e nós concordamos. -Como posso ser útil?

-Nós gostaríamos de encontrar uma pessoa... Então pensamos que pudesse ajudar. -Liam começa.

-E posso... só preciso de algumas informações. -Ele diz e eu assunto. -Quem é essa pessoa?

-Meu pai. -Pronuncio. -Ele se chama Dennilson, mais conhecido como Dennis.

-E você sabe onde ele mora? A cidade pelo menos. -Ele pergunta anotando algo em um bloco de notas.

-Quando minha mãe me contou, ela disse que ele morava no Brooklyn, em Nova York. -Digo e ele assente.

-Quantos anos mais ou menos acha que ele deve ter?

-Eu não sei... por volta dos quarenta. -Digo. -Eu nunca o vi... Mas sei que ele tem família.

-Tudo bem... farei o possível. -Ele diz e eu concordo.

Nossa conversa foi bastante breve. Dei as informações necessárias e deixei em suas mãos.

Logo depois voltamos para casa, já que meus pés estavam doendo e a barriga pesando.
Eu não imaginava que ficar grávida seria tão difícil... Mas não me arrependo, a sensação de ter uma vida dentro de si, é mágica. A cada consulta em que eu escuto seu coraçãozinho, me faz sentir uma sensação de missão cumprida.

Ser mãe é uma sensação única e independente das circunstâncias, sempre será algo divino.
Hoje em dia, me dói ao lembrar que queria interromper a vida do meu filho... talvez não doesse naquele momento. Mas sei que doeria depois. Talvez se tal coisa tivesse acontecido, eu não estaria com o amor da minha vida, muito menos, onde estou agora.

Eu que nunca vi meu filho, não penso na possibilidade de deixa-lo. E comparando com a minha mãe... que humilhou e deixou a própria filha sem teto.

Hoje em dia, eu sei o que é o amor materno. O amor que eu sinto pelo meu filho... Eu nunca seria capaz de abandona-lo, independente de sua idade.
E Alice fez parecer tão fácil... algo tão comum. Será que isso é o amor de mãe? A resposta é não. Isso não é amor.

-Por que você está chorando? -Mal posso notar quando Liam se deita ao meu lado.

-Nada... só lembranças. -Digo limpando minhas lágrimas que eu não havia me dado conta que caia dos meus olhos.

-Amor... eu não gosto de te ver assim. -Ele acaricia minhas bochechas. -Esquece o passado... foca no futuro. No nosso futuro! No nosso filho que logo estará aqui conosco... -Ele me empurra levemente, me fazendo deitar m cama e se deita ao meu lado. -No nosso casamento daqui a um tempo... imagina você com um lindo vestido de noiva! Toda linda e nosso filho entrando com as alianças.

-Seria lindo! -Digo emocionada. -Eu entrando na igreja e você lá todo lindo!

-Isso vai acontecer, loira! -Ele beija o topo de minha cabeça. -Foca no futuro que iremos ter!

-Obrigada, meu bem! -Me viro para poder encara-lo e deposito um selinho em seus lábios. -Eu amo você!

-Eu também te amo!

-Nós poderíamos ir ao military park e fazer um piquenique! -Ele sugere rodeando minha cintura com seus braços.

-Ótima idéia! -Sorrio.

Enquanto Liam preparava algumas coisas parar levar, decidi ir tomar um banho.

Me despido e entro debaixo d'água. E ao sentir a água fria em minha pele, meus músculos se relaxam por completo, aliviando a tensão que senti durante toda a manhã.

Sai da água e vesti um vestido florido, que combinava com a primavera, que reinava na Pensilvânia. Por último, coloco uma sandália baixa, já que meus pés estavam levemente inchados.

-Pronta? -Liam pergunta me abraçando por trás e pousando sua cabeça em meu pescoço, inalando o cheiro doce de meu perfume. -Eu amo seu cheiro!

-E eu amo o seu! -Sorrio me virando para encara-lo. -Vamos?

No caminho para o destino desejado, aproveitei para reparar nas ruas, enfeitadas pelas árvores floridas. A primaveira sempre fora a minha estação favorita. As flores me encantam e deixam o clima da cidade mais bonito, me trazendo uma calmaria.

Não demoramos muito para chegarmos ao local que queríamos, já que não havia nenhum tipo de trânsito.

-Aqui está bom? -Liam pergunta parando em frente a uma árvore com flores rosas.

-Está ótimo! -Digo esticando a toalha no gramado.

Me sento em uma ponta da toalha e Liam coloca a cesta que trouxemos com alguns alimentos ao meu lado, logo sinto ele se sentar atrás de mim, aproveito para apoiar minhas costas no mesmo.

-Logo será nós três! -Ele diz apontando para um casal que caminhava com um bebê no colo.

-Eu estou com medo... pela chegada do Bê. -Confesso.

-Por que, meu amor?

-Tenho medo dele não aguentar... afinal, ele é só um bebê. -Suspiro. -Eu não posso perder o meu filho.

-Você não vai! Independente do que acontecer, o Bê sempre estará com você! Eu garanto. -Ele diz pousando sua cabeça em meu ombro, onde sinto sua respiração, me fazendo arrepiar.

-Será que tudo que minha mãe disse era verdade? -Digo olhando para a estátua que havia ali. -Talvez eu não deveria ter ido atrás dele.

-Amor, você só vai saber se tentar! -Liam diz docemente. -Pare de supor coisa e viva! Viva o hoje... a nossa realidade! O passado já se foi e o futuro ao destino pertence! Eu não sei o que está por vir... mas de uma coisa eu sei! Eu estarei com você até quando der... e quando não der mais, a gente da um jeito! -Olho para ele sorrindo, e colo nossos lábios. E mais uma vez, Liam estava me salvando. Porém dessa vez, ele estava me salvando de mim mesma.

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