Capítulo 28

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Mallu

Ao abrir meus olhos novamente, eu já não estava mais no banheiro da casa de Jul. E sim, em uma sala toda branca.

Começo a me lembrar do ocorrido, e automaticamente, olho para baixo, e ao ver minha barriga, me tranquilizo um pouco mais.

Olho para o lado e vejo Liam ali dormindo na cadeira.
Seu rosto estava vermelho, indicando que ele havia chorado. Mas por que ele estaria chorando?

-Liam... -Tento dizer mas minha voz falha. -Liam.

-Amor? Amor! -Ele se levanta rapidamente vindo até mim. -Como você está? Sente alguma dor? Quer alguma coisa? Eu vou chamar o médico!

-Calma, Liam. -O seguro antes que o mesmo se afastasse. -Eu estou bem, amor... e o nosso filho?

-Eu vou chamar o meu pai, é melhor. -Ele diz e sai.

Por que ele não poderia me contar? O pai dele era melhor por quê? Meu bebê tinha que está bem. Ele tem que estar bem.

-Mallu! -Senhor Lancaster diz entrando na sala, junto a Liam. -Como está se sentindo?

-Bem... Senhor, me diz como está meu filho? Como ele está? Ele ainda está aqui? -Pergunto tudo de uma vez.

-Calma amor... -Liam diz segurando na minha mão.

-E então, doutor?

-Seu filho está bem, Mallu. Nós fizemos exames e seu filho está bem. -Senhor Lancaster diz. -O sangramento foi causado por um deslocamento de placenta, mas já está tudo bem, porém...

-Porém o que?

-Nós descobrimos que o bebê tem um problema no coração, e assim que nascer, terá que fazer uma cirurgia de emergência, por conta disso, não poderemos esperar até o nono mês da gestação, o bebê não iria sobreviver. -Ele suspira. -Ao completar o oitavo mês, iremos retira-lo.

-O que? Não, ele vai ficar em risco por ser prematuro... -Digo já sentindo minhas lágrimas escorrerem.

-Ou é isso, ou o bebê morre. -Ele diz conferindo meus batimentos cardíacos. -Qualquer coisa me chamem.

Agora que tudo estava se encaixando... Agora que eu estava feliz.
Por que Deus é tão injusto comigo? Eu nunca fiz mal a ninguém... Nunca desejei mal a ninguém e já passei por tanta coisa... como Deus pode permitir  isso?

-Amor... -Sussurro e Liam se aproxima me abraçando.

Eu nunca gostei de chorar em público, mas tudo mudava ao estar perto de Liam. Ele era a minha paz. O meu paraíso. O meu refúgio.
Liam me ensionou o que é o amor, o que era amar e ser amada verdadeiramente.
Nós iríamos ter um filho, e agora... correriamos esse risco.

-Vai dar tudo certo, meu amor... você vai ver. -Ele deposita um beijo em minha testa. -Eu estarei com você, para o que der e vier. Eu amo você!

-Licença... -Olho para a porta vendo Julie, Lia e Isabella entrar.

-Como você está? -Lia pergunta me abraçando.

-Bem... vocês já sabem? -Pergunto e elas assente.

-Nós estaremos com você, sempre! -Isabella diz segurando minhas mãos e sorrio em forma de agradecidmento.

-Minha mãe foi para a casa, porque Fred havia ficado sozinho, mas daqui a pouco ela volta. -Jul diz e eu assinto.

No final do dia, eu ganhei alta. Não tinha mais motivos para ficar lá, já que o problema era com o bebê, não com a minha saúde. Mas pelo que entendi, ao invés de ter consulta de três em três semanas, eu teria uma vez por semana.

Fui calada o caminho todo. Eu ainda não havia acreditado que meu bebê tinha riscos. Estava indo tudo tão bem... Não achei que as dores levariam a algo tão grave.

As árvores das ruas de Gettysburg estavam todas floridas. Já era primavera na Pensilvânia, minha época favorita do ano. Mas diferente do comum, o dia hoje estava acinzentado. O sol insistia em se esconder atrás das nuvens, a chuva caia fina lá fora, deixando o dia mais sombrio.

-Para onde estamos indo? -Pergunto ao perceber que estávamos seguindo outro caminho, que levava para o centro.

-Para o meu apartamento. -Ele da de ombros. -Levei suas coisas para lá enquanto você estava no hospital.

Logo chegamos no destino e subimos para o apartamento.
Seu apartamento era simples, porém bonito. As paredes eram todas brancas e a maioria dos móveis, eram de madeira, dando um toque rústico para o local.
Na sala, havia um sofá bege, um móvel branco com a televisão em cima. As cortinas eram no tom branco também.

-Vou colocar as malas no quarto... -Liam diz fechando a porta de entrada. -Amor, aqui tem três quartos... um é meu, o outro é da sementinha e um de hóspedes... você quer ficar no meu comigo, ou no de hóspedes?

Para qualquer um, poderia ser uma simples pergunta. Mas a atenção que ela carregava, a deixava especial. E meu coração se derreteu ao ouvi-la.

-Eu vou ficar com você, meu amor... se vamos tentar, vamos tentar direito! -Me aproximo de Liam, passando meus braços pelo seu pescoço. Ele se inclina um pouco, já que era um pouco mais alto que eu, e cola nossos lábios. Nossas línguas dançavam a mesma música, me causando as famosas borboletas no estômago.

-Eu te amo. -Sussurro colando nossas testas. -Amo demais.

-Eu também amo você, minha loira! -Ele me da um selinho. -Demais.

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