Capítulo 45

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Mallu

-Bom dia... -Digo abrindo os olhos e depositando um beijo em seus lábios.

-Bom dia. -Ele fecha os olhos, cheirando os fios loiros do meu cabelo. -Poderíamos aproveitar minha folga juntos.

-Seria uma ótima idéia. -Digo sorrindo.

Puxo o lençol da cama, me levantando após ver que já estava tarde.

-Esse é o seu melhor vestido. -Ele diz olhando meu corpo por inteiro, ato que me fez corar de vergonha.

.  .  .

-Porra, é tão difícil entender que eu te amo? -Liam diz irritado.

Sim. Novamente estávamos brigando e adivinhem só? Por um motivo tão fútil, que nem me lembro mais o que era.

-Pode me deixar na casa da minha mãe, por favor? -Peço desviando o olhar.

-Hoje é meu dia de folga... poderíamos passar juntos. -Ele diz.

-Minha mãe pediu para almoçar comigo hoje... prometo que assim que acabarmos eu volto. -Digo e ele assente.

Não demorou muito para ele parar o carro na frente daquela casa que me trazia as piores lembranças da minha vida.

-Obrigada. -Digo e saio do carro rapidamente.

Toco a companhia e não demora muito para minha mãe abrir a porta sorridente.

-Olá... -Digo. -Vejo que está feliz.

-Sim! Entre! -Ela diz animada.

-Que cheiro bom. -Digo sentindo um cheiro ótimo no local.

-Fiz lasanha à bolonhesa. -Ela diz e eu sorrio. Era a minha comida preferida.

-O que aconteceu para estar feliz assim? -Pergunto enquanto ajudava ela a arrumar a mesa.

-Você não sabe quem me ligou. -Ela diz sorridente e eu faço um gesto para que ela continuasse. -Ryan!

-Mãe...

Desde que ela me pediu perdão... Nunca mais tocamos em tal assunto. A única coisa que sabia, era que ele havia traído ela lá dentro da cadeia.

-Eu sei o que você vai dizer... mas quero que saiba que ele mudou! Ele se tornou uma ótima pessoa, Mallu! -Ela diz e eu nego. -Você tem que criar uma nova etapa na sua vida... esquecer as coisas tristes. Mas para isso, precisa perdoar!

-Não, mãe! O que ele fez comigo não tem perdão.

-Filha, o perdão é o sentimento mais lindo que existe... precisamos perdoar para sermos perdoadas! -Ela diz segurando minhas mãos. -Veja só! Eu te perdoei para que você pudesse me perdoar!

-Me perdoou pelo que? -Pergunto indignada.

-Não seja ingênua, Mallu! Por você ter me traído. -Ela diz enquanto coloca um pedaço generoso de lasanha em meu prato.

Opto por não dar continuidade ao assunto, minha mãe era teimosa quando queria e eu não estava disposta a brigar com ela novamente.

-Você tem que comer menos... está mais gorda. -Minha mãe diz após lavar os pratos.

-Consequências da gravidez. -Digo terminando de comer meu pudim.

-Eu sempre disse que tirar aquela coisa era a melhor opção. -Ela diz, me fazendo revirar os olhos. Eu odiava quando ela falava do Bê.

-Aquela coisa, é meu filho! Então você lave a boca para falar dele! O Bê foi a melhor coisa que me aconteceu.

-Não está mais aqui quem falou. -Debochou.

-Eu já vou indo... Obrigada pelo almoço. -Me despeço dela e caminho até chegar em casa.

Era final de inverno em Gettysburg, então o frio não estava mais algo insuportável, mas ainda estava bastante frio.
As casas já não estavam mais enfeitadas com coisas natalinas como à  algumas semanas. Em algumas árvores, já era possível ver flores nascendo, deixando a cidade cada vez mais bonita.

No caminho, paro em uma cafeteria e compro um chocolate quente, a bebida me ajudava a pensar.
Me sento perto da janela e olho para as ruas da cidade.

Eu passei a minha vida toda aqui. Cresci, fui feliz, chorei, passei raiva... enfim, eu vivi aqui nesse lugar e sem dúvidas, sentiria saudades... mas eu precisava recomeçar... precisava dar um novo sentido a minha vida.

-Amor, para! -Olho para um casal que estava a algumas mesas à minha.

-Você está linda! Me deixa tirar uma foto! -O rapaz diz sorrindo.

Automaticamente sorrio, e meus pensamentos voam até Liam. Onde foi que erramos? Onde foi que eu errei? Nós eramos um casal tão bonito quanto aquele da cafeteria.

Dizem que quando é verdadeiro, o amor não acaba... mas será mesmo que não?
Eu simplesmente não consigo mais sentir o nervosismo ou as borboletas no estômago que antes sentia... o que me faz questionar se o que sentimos era verdadeiro ou apenas uma aventura de adolescentes. Mas apesar de tudo, ainda quero acreditar na primeira opção.

Assim que chego em casa, Liam estava sentado no sofá, enquanto assistia algo na televisão e tomava algo quente em sua caneca preferida.

-Amor... precisamos conversar. -Digo me aproximando.

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