Capítulo 64

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Mallu

-Entra... -Liam da espaço para que eu entrasse no apartamento.

-É muito bem organizado para quem mora sozinho... -Digo olhando em volta.

-Sempre fui muito organizado... e vem uma mulher aqui uma vez na semana limpar tudo. -Ele diz enquanto coloca as malas no chão. -Gostou?

-Amei... principalmente, pelo fato de você estar aqui. -Sorrio e caminho para o abraçar. Envolvo meus braços ao redor de sua cintura e deito minha cabeça em seu peito. Fecho os olhos e respiro fundo, inalando seu cheiro, que por sinal, era ótimo.

-Eu amo você! -Ele me aperta mais em seus braços, como se estivesse com medo de que eu fugisse. -Amor... eu conheço uma clínica ótima e é aqui pertinho... que tal ligarmos para lá?

-Ótima idéia. -Sorrio me afastando. -Onde posso tomar um banho?

-Você mora aqui também... vem, vou te apresentar a casa. -Ele me puxa, adentrando no corredor. -Esse é o quarto de hóspedes. -Ele mostra a primeira porta. -Esse é o nosso quarto. -Abre a segunda porta. -E esse é o banheiro... -Mostra a última porta do corredor, e logo me puxa para o lado contrário. -Ali é a cozinha e a área de serviço.

-Ótimo... -Sorrio. -Vou tomar um banho.

Pego minhas malas e separo a peça de roupa que irei vestir, e em seguida, vou até o banheiro.
Me despido e me encaro através do reflexo do espelho. Passo levemente a mão em minha barriga e peço mentalmente, um filho. Sei que Liam sente falta do Bê tanto quanto eu sinto... e pra nos completar nesse momento, um filho seria perfeito.

-Eu sempre irei amar você, meu anjo... -Sussurro ao me lembrar do meu menino.

Entro debaixo do chuveiro e deixo que minha pele entre em contato com a água quente que caia. Meus músculos se relaxam por completo, me fazendo sentir vontade de ficar ali para sempre. Ao sair, visto a peça de roupa que havia separado e vou até o quarto.

-Está cheirosa... -Me surpreendo ao sentir Liam me abraçar por trás.

-Obrigada! -Me viro, passando os braços pelo seu pescoço e depositando um selinho em seus lábios.

-Está com fome? -Pergunta.

-Muita... -Murmuro. -Mas não sei se consigo...

-Consegue sim! Você sabe que consegue! -Ele diz segurando meu rosto com as duas mãos. -Você consegue conquistar o mundo... você consegue parar uma guerra só com o seu sorriso... e A Cor dos Teus Olhos tem o poder de acalmar qualquer um... Então consegue! Você consegue tudo!

Sorrio e beijo seus lábios rapidamente. Liam segura minha mão e me direciona até a cozinha. Me sento em uma cadeira em frente ao balcão e fico observando Liam, que de vez ou outra me olhava.

-Aqui... -Ele se vira colocando um prato e um copo com suco a minha frente. -Sanduíche de frango e suco de laranja...

-Está com uma ótima aparência! -Sorrio pegando o sanduíche em minhas mãos e logo dou uma mordida generosa. Sinto meu estômago embrulhar mas forço um sorrio. -Está ótimo...

-Não precisa mentir para mim... -Liam diz se sentando a minha frente. -Você consegue... Você vai conseguir... Sei que vai!

Sorrio com a motivação e contínuo a comer até chegar ao final, me dando uma sensação de alívio. Eu consegui. Eu havia conseguido.

-Você conseguiu, meu amor... Conseguiu! -Ele sorri deixando um beijo em minha testa. -Sempre soube que conseguiria!

-Obrigada! Eu amo você! -Beijos seus lábios rapidamente. -Eu estava pensando e... Eu quero ir ver o meu pai antes de ir para a clínica.

-Por que você e o seu pai pararam de se falar? -Pergunta segurando minhas mãos.

-Eu não sei exatamente... Ele havia ficado magoado comigo por ter estragado o casamento dele e... nunca mais nos falamos. -Respiro fundo na tentativa de segurar as lágrimas. -Ele nunca mais me ligou...

-Não vamos julgar antes de saber o que realmente aconteceu, certo? -Ele diz e eu concordo. -Você tem o endereço dele?

-Tenho...

-Nós iremos lá! Amanhã, está bem?

-Certo... vamos ligar para a clínica?

-Vamos! -Ele sorri e me puxa para a sala.

[...]

-É aqui... -Digo olhando para o prédio em que eu vim à três anos atrás.

-Vou estacionar. -Diz parando o carro no meio fio.

-Será que ele ainda mora aqui? -Pergunto saindo do carro, após ele estar parado.

-Vamos tentar para saber... -Ele sorri como um incentivo.

-Meu amor, se importa se eu fizesse isso sozinha?

-Claro que não... vou te esperar no carro. -Ele diz e me beija rapidamente. -Vai dar tudo certo.

Seguro mais firme a bolsa em minhas mãos e entro no prédio. Subo as escadas devagar e logo chego ao terceiro andar. Olho cada porta com atenção até parar em frente a que estava com o "101" pintado.

-Calma... Respira. -Sussurro ao sentir meu corpo tremer pedindo por um pouco de álcool. -Você consegue.

Respiro fundo e toco a campanhia. Posso escutar uma mulher falando e voz de criança atrás da porta. Me afasto um pouco e logo a porta é aberta.

-Bom dia... -A mulher de cabelos negros abre a porta sorrindo. -Mallu?

-Theodora. -A cumprimento sorrindo. -É... meu... meu...

-Seu pai? -Ela completa ao perceber que eu não iria conseguir. -Entre, vou chama-lo.

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