31 § A batalha do filho da mãe

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< Capítulo anterior: 30§ Vencida

Depois de apelos, humilhações, ameaças e contestações Eva acabou por perder a luta com Bruno e abandonar a casa.

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— Bruno —

— Bruno —

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Eva estava finalmente fora da minha vida. Quando por fim avistei-a a descer a rampa que dava acesso à casa e ouvi o ruído das rodas da mala a baterem na calçada, senti uma mistura de emoções.

Livre! Aliviado de terminar uma relação que durara muito para além do que imaginara! Realizado por tomar as rédeas da minha vida e ter a oportunidade de construir a minha vida ao lado de quem escolhera!

No entanto, tudo se misturava com alguma nostalgia de todo o legado que tinha construído ao lado de Eva! Era impossível não desfilar pela minha mente os triunfos que tínhamos partilhado, os momentos tumultuosos da empresa em que ela me ajudara a seguir em frente.

Haviam ainda toda uma coleção de cerimónias, eventos sociais e festas em que Eva, com todo o seu brilho natural e elegância, tinha agraciado os diversos negócios que conseguira fechar. 

Já para não falar na mulher que se revelara dentro daquelas quatro paredes, dando-me os momentos de maior satisfação como homem ao longo daquelas duas décadas. 

Ninguém sabia explorar melhor cada milímetro do meu corpo do que Eva. Ela levara-me ao limite vez após vez, deixando-me pendurado no precipício do êxtase e do prazer! Tinham sido noites intermináveis em que ela nunca se coibira de esgotar toda a minha energia e masculinidade na nossa intimidade.

De certo modo sentia algum pesar por tudo terminar assim, por eu nunca ter sido capaz de me entregar a ela também de corpo e alma. Simplesmente Eva não era a mulher que eu escolhera para amar e jamais conseguira apagar de mim a sombra de Clara.

Contudo sentia também alguma revolta e insatisfação por Eva partir sem assinar o contrato e consequentemente o divórcio. Eva teimava na sua atitude de insubordinação, só dificultando mais as coisas. Estava ciente que tinha vencido a batalha, mas a guerra ainda estava para durar.

Precisava urgentemente dum whisky, para estabilizar todo o meu centro gravitacional que de repente parecia ter perdido a sua rota tão bem definida e deterministica. 

A partir de agora a minha vida estava sem guião. Era uma folha em branco, na qual podia dar asas à criatividade para traçar novos rumos.

Enquanto ainda punha as pedras de gelo na bebida, apercebi-me que não estava mais sozinho. Fossem quais fossem os meus conflitos internos, estes foram obrigados a passar para segundo plano perante a presença da minha mãe ali.

A Esposa PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora