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< Capítulo anterior: 34§ O chalé esquecido
O motorista de Eva deixa-a numa casa a beira da praia que é propriedade esquecida da família de Bruno. Contudo, ao fim de poucos minutos Eva apercebe-se de que não está só...
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— Eva —
Antes que verbalize a minha questão de "Quem é você?", recordo-me dele. O misterioso segurança da discoteca, que achava conhecer! E de repente, todo o novelo se começa a desenrolar na minha cabeça.
O rosto vagamente familiar de um par de fotografias com mais de vinte anos, o olhar intenso dele antes de eu ter desmaiado na pista de dança e a sua presença nesta casa!
Tudo isto são fragmentos integrantes dum puzzle bastante maior que, quando inspecionado com o devido distanciamento, denuncia a identidade daquele estranho.
É ele! O irmão de Bruno! Um indivíduo que todos creem que morreu há mais de vinte anos, no incêndio em que pereceu também o pai de ambos.
— O que fazes aqui? - interroga-me ele rispidamente, como se me conhecesse.
Subitamente tudo faz sentido! É como se me tivessem destapado uma venda dos olhos e conseguisse agora enxergar.
Os pequenos detalhes que antes ignorei, complementam-se: a sugestão de Ricardo de que a porta poderia estar aberta, a entrada da casa bem cuidada, a inexistência de pó sobre os móveis, a eletricidade que continua ativa, a cama feita e arrumada com lençóis limpos e um edredom em tons azulados.
Existe até mesmo um copo vazio à mesa de cabeceira. Definitivamente a casa tem de estar habitada. E o seu inquilino só pode ser ele!!
Tiago, é assim que ele se chama! O nome que ouvi durante anos ser sussurrado pelos cantos da casa. Referências fugazes e abafadas, sempre que eu me aproximava.
Quando Tiago era referido por algum conhecido ou familiar, quer a minha sogra, quer Bruno eram evasivos acerca do tema.
A minha sensação era a de estar perante um personagem secundário daquela família, cujo seu raio de ação ficara circunscrito ao passado, extinguido-se com o seu desaparecimento.
No entanto, o fantasma dele esteve sempre presente, pairando no secretismo que envolvia a família. Afinal o seu corpo nunca fora encontrado.
— O que fazes aqui? — pergunta-me Tiago novamente, agora mais exaltado.
— Como assim? Não te avisaram da minha vinda?
Suponho que Ricardo, ou o tio do mesmo, tenham-no avisado de que iria ficar ali uns dias. Assumo que eles têm de saber que Tiago habita naquela casa. Ou será que não?
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A Esposa Perfeita
General FictionTudo o que nasce do fogo, termina em cinzas! Eva é uma esposa troféu, tendo vivido mais de vinte anos rodeada de todos os luxos e comodidades provenientes desse casamento. Ela sempre foi exímia em interpretar o papel que era requerido dela: a mulh...