68 § A grande entrevista

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< Capítulo anterior: 67§ Todos viram Eva

Bruno ficou confuso com a sua reação à visita de Eva e foi incapaz de evitar de fazer comparações com Kika. Carolina alertou-o para o facto de Eva estar prestes a dar uma entrevista num canal de televisão...

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— Eva —

— Hoje a minha convidada é uma mulher que tem contribuído incansavelmente ao longo dos últimos vinte anos para dar a conhecer problemas sociais muitas vezes ignorados

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— Hoje a minha convidada é uma mulher que tem contribuído incansavelmente ao longo dos últimos vinte anos para dar a conhecer problemas sociais muitas vezes ignorados. Há algumas semanas o seu nome surgiu em todos os noticiários do país, após uma jovem a quem tinha visitado recentemente, ter assassinado o chefe que a assediara. Para nos contar como é lidar com temas tão sensíveis e fraturantes e para conhecermos melhor a mulher por detrás da embaixadora de tamanhas causas, dou as boas vindas a Eva Medeiros.

Aceno com a cabeça em sinal de agradecimento à introdução e ao convite de Diana, agora em frente às câmaras. Apesar do cenário procurar transmitir a familiaridade da sala duma casa, eu não consego evitar de me sentir algo desconfortável e com aquelas borboletas na barriga.

Diana conseguira reservar a suite principal deste hotel à última hora e pedira-me para vir ao encontro dela o mais depressa que pudesse. As horas que se haviam seguido até ao momento de entrarmos no ar tinham sido de intensa preparação da entrevista, dado o pouco tempo que tínhamos disponível. Basicamente Diana pedira-me para contar-lhe a minha história e ela encarregar-se-ia de me fazer as perguntas certas durante o programa.

Discutira comigo quais eram os limites que eu não queria que ela ultrapassasse na entrevista.Não lhe impusera quaisquer. Da parte dela houvera o compromisso duma entrevista inteligente que daria a conhecer o meu lado mais privado, até agora desconhecido da maior parte das pessoas.

— Eva, comecemos pela sua juventude. — sugere Diana, com um sorriso cordial. — Como foi ser criada num país em que a liberdade de expressão era bastante limitada e o leque de oportunidades muito escasso?

— A minha família não possuía muitos recursos, como a maior parte das outras famílias na minha aldeia. Para nós tudo aquilo era normal, uma vez que não tínhamos contacto com outras realidades. Basicamente toda a gente vivia conformada com aquilo que para eles era o máximo a que podiam aspirar.

As palavras vão me saindo a custo. Nunca gostei muito de falar da minha vida privada, muito menos num programa de televisão. Contudo foco-me no grande objetivo que me trouxe ali, o de defender os meus direitos e expor aquilo pelo que passei ao longo de duas décadas dum casamento caracterizado pela ingratidão e pelo desprezo.

Quando terminara de relatar a minha vivência a Diana, mais cedo, ela não hesitara em soltar um "Uau! Temos aqui uma história de vida que certamente é digna de ser contada! Vai ser um daqueles programas!".

A Esposa PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora