Tudo o que nasce do fogo, termina em cinzas!
Eva é uma esposa troféu, tendo vivido mais de vinte anos rodeada de todos os luxos e comodidades provenientes desse casamento. Ela sempre foi exímia em interpretar o papel que era requerido dela: a mulh...
Mesmo com a oposição de Tiago, Eva decidiu viajar e ir acertar contas com Bruno. Chegarão a um acordo desta vez que viabilize o divórcio?
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— Eva —
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Quando nos preparamos para entrar no edifício, sou abordada por uma mulher que surge do nada.
— Senhora Medeiros, tem um momento? — solicita-me ela. Estendendo-me a mão para me cumprimentar. — Fomos apresentadas uma à outra pela Carolina, num jantar de beneficência organizado pela sua instituição há uns anos.
Embora já não esteja certa do momento exato em que nos cruzámos, reconheço-a imediatamente. Trata-se de Diana, uma famosa jornalista do principal canal de televisão do distrito, que recentemente aceitou uma proposta irrecusável para apresentar um programa de grandes entrevistas numa cadeia televisiva com cobertura nacional.
De resto, Carolina não lhe poupa elogios quando o tema surge nas tertúlias com todas as nossas amigas. Embora a mulher desfrute duma boa reputação no meio jornalístico, para o meu gosto pessoal, continuo a achá-la no ténue limite entre a informação e sensacionalismo.
— Sim, diga-me.
— Senhora Medeiros, são verdadeiros os rumores que indicam um possível divórcio entre si e o Senhor Bruno Medeiros?
Fico desconfortável com a questão e, ainda mais, com a dúvida de como ela está a par de um detalhe tão privado da nossa vida.
— Diana, vai-me desculpar, mas não comento assuntos do foro da minha vida pessoal. Por favor, peço-lhe que respeite a minha privacidade. Não entendo o que de relevante tais rumores possam ter para si ou para o jornalismo que representa.
— Respeito a sua opção Senhora Medeiros, porém gostava que fosse minha convidada no meu programa. Prometo-lhe não lhe fazer questões indelicadas ou que não pretenda responder. — retrata-se Diana. — Era jornalista aqui no distrito e, como deve imaginar, já acompanho todo o trabalho que tem desenvolvido há vários anos. Penso que este merece ser alvo de uma maior exposição e atenção do que a que recebeu até agora.
Estou ciente de que Diana deu cobertura a algumas das minhas ações de solidariedade ao longo dos anos. Talvez em parte derivado à sua propensão para um jornalismo mais humano, que eu mal interpretei como sendo puramente em prol das audiências televisivas.
— Agradeço-lhe o convite, mas penso que não é o momento adequado para isso. — digo-lhe educadamente, procurando não menosprezar o trabalho dela, mas desejosa de terminar aquela conversa rapidamente.
— Pelo menos aceite o meu cartão com todos os meus contactos, pelo sim ou pelo não. Eu acredito que a Eva tem uma história que merece ser contada e que o país deve ter a oportunidade de ouvi-la. Será uma enorme honra para mim se o meu programa for o palco escolhido por si para a partilhar.
