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< Capítulo anterior: 53§ Enfeitiçado
Tiago ficou fascinado por Eva e simultaneamente incomodado com os comentários e olhares dos demais.
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— Eva —
Estou aprisionada nos braços fortes de Tiago. No entanto este é um cativeiro estranhamente prazeroso. Talvez seja a primeira vez que não me sinto intimidada por ele, apesar de nunca termos estado tão juntos quanto neste momento.
Não sei o que se está a passar, mas não tenciono oferecer -lhe resistência. O meu coração bate descompassado, uma onda de calor emerge por todo o meu corpo, semelhante a um afrontamento.
Cada poro da minha pele clama pelo alento que advém da proximidade de Tiago. O mundo à volta parece agora algo distante, reduzido a meros burburinhos sem qualquer expressividade, enquanto os nossos olhos apenas se fixam um no outro.
— Não sei como lhe agradecer! — interrompe a gerente petulante, acompanhada pelo marido. — Desculpe de ter duvidado do seu talento, mas estava muito nervosa. Já foi dançarina ou ainda o é?
O clima entre mim e Tiago é quebrado. Suspiro de alguma forma aliviada, ao cair em mim e dar-me conta do que podia ter acontecido.
— Tive os meus momentos no meu passado. — respondo-lhe secamente.
— Oxalá tivesse tido a oportunidade de assistir a alguns desses momentos. — solta o marido, com o seu olhar predador, igual a tantos homens que frequentavam a casa noturna onde trabalhara no passado.
— Está aqui uma gratificação pelo excelente trabalho que fez esta noite. — apressa-se a gerente a cortar o comentário do marido, contando algumas notas para me entregar. — Você literalmente salvou a noite!
— Vou-lhe antes pedir que dê esse dinheiro à sua dançarina que se sentiu mal. — digo-lhe, recusando educadamente o dinheiro e procurando não exteriorizar a contenda interna que tenho em relação às atitudes frívolas da mulher, mais cedo, para com a empregada. — Ofereça-lhe umas flores, faça-lhe uma visita. Talvez não faça parte das suas responsabilidades como patroa, mas garanto-lhe que tal não prejudicará a sua relação com os seus funcionários e muito menos diminuirá a produtividade deles.
A mulher é surpreendida com o meu comentário, ficando por momentos a tentar assimilar o significado do mesmo. No final limita-se a retribuir-me um sorriso forçado e ir-se embora com o marido.
— Mano, importas-te de apanhar um táxi para casa, com a Eva? — questiona Ricardo, aproximando-se de nós. — Acho que vou para o hospital fazer companhia ao meu namorado...
— Claro que não! Não te preocupes. Mantém-me a par da evolução do estado da Soraia. — pede-lhe Tiago.
— A propósito Eva, que excelente performance! — diz-me ainda Ricardo. — Mentiria se dissesse que tinha ficado surpreendido com o seu talento. Você sempre foi perfeccionista em tudo o que faz, e hoje, em vez de fugir à regra, voltou a ultrapassá-la de novo.
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A Esposa Perfeita
General FictionTudo o que nasce do fogo, termina em cinzas! Eva é uma esposa troféu, tendo vivido mais de vinte anos rodeada de todos os luxos e comodidades provenientes desse casamento. Ela sempre foi exímia em interpretar o papel que era requerido dela: a mulh...