58 § Confronto aberto

1.7K 159 93
                                    

----------

< Capítulo anterior: 57§ Um obstetra de prestígio

Dona Isabel propôs a Érica uma consulta com um dos obstetras mais prestigiados, contudo tal convite gerou mais dúvidas, suspeições e inquietações...

---------


— Bruno —

O terror e medo que estavam estampados nos olhos de Kika, já os tinha visto no passado nos olhos de Clara Também ela costumava ficar aterrorizada a cada iteração que tinha com a minha mãe

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O terror e medo que estavam estampados nos olhos de Kika, já os tinha visto no passado nos olhos de Clara Também ela costumava ficar aterrorizada a cada iteração que tinha com a minha mãe. 

Clara evitava a todo o custo cruzar-se com a temível dona Isabel. Não raras vezes todo o seu corpo tremia só com a possibilidade de sermos flagrados pela minha mãe.

— A minha mãe disse-te alguma coisa que te perturbou? — peço-lhe que me conte. — Do que falavam antes de eu ter chegado?

Certamente ter-me-ia escapado alguma coisa naquela conversa entre futura nora e futura sogra. Mas Kika continua pouco responsiva.

— Eu vou confrontá-la e impor-lhe os limites que há muito devia ter definido. — prometo a Érica, já saturado das constantes intromissões da minha mãe na minha vida. Ela continua convicta de que conseguirá que a história se repita e afastar-me de Kika, assim como conseguiu com Clara.

— Não, Bruno! Por favor! Isso só pioraria as coisas?

Abraço Kika, solidário com a sua fragilidade. Ninguém sabe melhor do que eu o quanto dona Isabel pode ser intimidadora. Talvez por isso ela nunca tenha granjeado um largo círculo de amizades. 

Se é verdade que a minha mãe é respeitada, quase venerada, nos eventos a que assiste, também não é menos verdade que ninguém se perde de amores por ela ou lhe endereça convites para frequentar as suas casas. No entanto isso é algo que parece ser indiferente a dona Isabel.

Oiço as batidas da bengala da minha mãe ecoarem pelos mosaicos da vasta sala onde estamos. Ela aproximar-se e apreciar a cena diante de si com algum desdém. Érica liberta-se dos meus braços ao se aperceber da fixação da minha mãe e recompõe-se, limpando as lágrimas.

— Há pouco a Érica perguntou-me se eu havia sido amiga da sua mãe e de onde a conhecia. — refere a minha mãe, abordando Kika.

— Mãe, acho que é melhor ir-se embora! — interrompo-a, quase em tom de ordem, temeroso do que ela esteja a planear contar. Não vou admitir que seja a minha mãe a revelar uma verdade que é só minha. Só a ideia de Érica ficar a saber do meu passado com Clara através da narração totalmente enviesada da minha mãe, dá-me calafrios.

— Pois bem, a sua mãe, Clara, também era uma mulher muito complicada. Era uma pessoa que tinha o dom de criar um drama a partir duma gota de água!

A Esposa PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora