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< Capítulo anterior: 45§ O fugaz milionário
Tiago finalmente levantou o véu sobre o seu passado a Eva, num esforço por superar a sua fobia em confiar nas pessoas...
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— Bruno —
Nunca achei muito boa ideia marcar reuniões importantes para o final da tarde. Contudo, aqui estou eu, a organizar a papelada para enfrentar a comissão dos acionistas. Um mal necessário!
Todos os meses é debatida a evolução dos resultados da empresa, as linhas estratégicas para as próximas semanas e alguns assuntos mais urgentes.
Bem sei que esta reunião podia ser trimestral, semestral ou até mesmo anual. Contudo, prefiro assim. Permite-me obter investimentos mais céleres, caso os necessite, e manter toda a gente envolvida e comprometida com a empresa.
— O que achas deste resort? — questiona-me Kika, que suspostamente deveria estar a ajudar-me a preparar a reunião, ao invés de estar a desfolhar a revista da agência de viagens, com sugestões de lua de mel.
— Agora não tenho tempo para isso, Kika! — repondo-lhe, com o máximo de cordialidade que consigo, dado estar numa corrida contra o tempo para terminar a apresentação com a mensagem que pretendo passar aos accionistas.
— E quando vais ter tempo para o nosso casamento? — reclama-me. — Quando eu já estiver com uma barriga enorme e tenha de arrastar-me até ao altar.
Sorrio perante o cenário apocalíptico que Kika tenta pintar. A mim soa-me pitoresco e algo cómico.
— Não acho piada nenhuma, Bruno! — contesta-me ela, amuada.
— Amor, primeiro temos de marcar a data do casamento ainda! Depois definir onde vamos oferecer o copo d'água.
— Já te disse qual era a data que pretendia! Até te mostrei a igreja e algumas opções de quintas para fazermos a boda.
Kika teima em não desistir daquele tema, apesar da ocasião não ser a adequada para discutirmos o casamento.
Volto a focar-me no computador e nos papéis que tenho à minha volta. Confirmo um por um, para garantir que todos estão assinados pela minha mãe.
— Não me ignores, Bruno! — insiste, Kika. — O nosso casamento devia ser uma prioridade para ti, assim como é para mim.
— Eu acho uma completa tolice quereres casar-te na data de aniversário do grande incêndio. É a data de falecimento da tua mãe, do meu pai e irmão. Aliás, não deve haver ninguém nesta cidade que não tenha um parente que tenha perdido a vida nesse dia.
— Mais um motivo para insistir nessa data! Quero que essa data deixe de estar associada só a momentos traumáticos e tristes e passe a ter um motivo de alegria e celebração para nós.
Arfo com a persistência de Kika. Será possível ela não entender quanto essa data me incomoda e que não quero sob nenhuma condição me casar nesse dia?
— Kika, nessa data toda a cidade junta-se numa romaria para recordar os seus ente-queridos. Eu e a minha mãe participamos religiosamente nesse evento todos os anos. Aliás, a empresa fecha em tributo à memória do meu pai.
Érica faz beicinho, igual a uma criança contrariada. Desfolha indolentemente mais um par de páginas da revista enquanto eu acabo por desistir de organizar mais o que quer que seja para a reunião que começa dentro de um quarto de hora. Levanto-me para dirigir-me para a sala oval, ao lado do meu gabinete e receber os acionistas.
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A Esposa Perfeita
General FictionTudo o que nasce do fogo, termina em cinzas! Eva é uma esposa troféu, tendo vivido mais de vinte anos rodeada de todos os luxos e comodidades provenientes desse casamento. Ela sempre foi exímia em interpretar o papel que era requerido dela: a mulh...