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< Capítulo anterior: 54§ Um beijo adiado
Eva e Tiago cederam ao desejo que vinham a retrair dentro de sim e tiveram uma noite tórrida de amor. Eva descobriu que afinal podia sentir prazer com um homem.
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— Érica —
Uma vez, quando tinha seis anos, a minha mãe disse-me: "Nunca confies no amor dum homem! Um homem vale pelo que tem e não pelo que diz sentir por ti. Nenhum homem é fiel aos seus sentimentos!".
Na altura não percebera a profundidade daquele desabafo, e a minha mãe nunca voltaria a explicar-me ao que se referia.
Contudo, agora que via como Bruno virava o carro para subir a rampa de acesso àquela enorme mansão, as palavras da minha mãe pareciam fazer todo o sentido e encaixarem no seu devido lugar.
Não posso evitar de estremecer de ansiedade a cada trepidação que a viatura faz ao percorrer a calçada íngreme que nos conduz até à garagem da casa. Bruno reduz a intensidade das luzes dos faróis para mínimos.
— Prefiro não acordar ninguém, e muito menos ser abordado pela minha mãe. Espero que entendas! — diz-me ele, sentindo a necessidade de se justificar perante o meu olhar reprovador.
Embora não desarme a minha expressão de desagrado, no íntimo, fervilho de excitação com todo este secretismo e sabor a proibído que a situação acarreta.
O portão elétrico da garagem parece demorar uma eternidade a subir. Mas eu posso esperar mais um pouco. Nos últimos dias pedi imenso a Bruno para conhecer esta casa.
— Mas tu já a conheces! — dissera-me ele perante a minha insistência. — Estiveste lá durante aquela ridícula renovação de votos.
Contudo, para mim, essa noite não contara. Soubera a pouco. Sentira-me igual a um animal fechado numa pequena jaula, algures num enorme palácio.
Simplesmente não tivera liberdade para explorar nada da casa. Os meus movimentos estavam completamente circunscritos à sala, onde havia sido montada a recepção, e ao jardim, que nem me atrevera a espreitar.
A bem dizer, não tivera sequer foco para apreciar com a devida atenção o espaço. Afinal, na altura, aquela ainda era a casa de Eva e ela era a grande anfitriã da noite. Eu era a intrusa, a amante do marido cuja presença era indesejada ali, apesar do convite dúbio que Eva me endereçara.
Bruno sugere-me que entremos por uma porta nas traseiras da garagem que dá acesso interior à casa.
— Não! — recuso eu determinantemente essa opção. — Eu quero entrar pela porta principal. Não sou nenhuma criminosa para que tenha de andar aqui a esconder-me.
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A Esposa Perfeita
General FictionTudo o que nasce do fogo, termina em cinzas! Eva é uma esposa troféu, tendo vivido mais de vinte anos rodeada de todos os luxos e comodidades provenientes desse casamento. Ela sempre foi exímia em interpretar o papel que era requerido dela: a mulh...