53 § Enfeitiçado

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< Capítulo anterior: 52§ Lutas que quase matam

Ua nova página do passado de Tiago foi revelada, á medida que ele tentava ajudar a dançarina. Eva decidiu não ficar de braços cruzados, dando assim um inesperado contributo.

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— Tiago —


Eva dança em cima do balcão do bar, embalada pelo remix da canção do momento entre a comunidade gay

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Eva dança em cima do balcão do bar, embalada pelo remix da canção do momento entre a comunidade gay. A sua dança vai-se ajustando na perfeição à do dançarino cowboy, como se tivessem trabalhado desde sempre juntos. A dada altura já não dá para perceber quem está a comandar o ritmo em cima daquele palco sui generis.

— Ela é um fenómeno! — segreda-me Ricardo, surgindo atrás de mim.

— Achava que vocês só deliravam com os dançarinos masculinos! — deixo escapar-me uma observação desnecessária. Contudo sinto-me inexplicavelmente incomodado com todos aqueles homens a apreciarem Eva.

— Ai, agora magoaste-me. — ironiza Ricardo. — Já te disse que sabemos reconhecer uma diva onde ela há! E Eva é totalmente uma diva!

Apesar de não perceber na plenitude o comentário de Ricardo, devo admitir que Eva tem algo de especial. Ela consegue captar a atenção de todos duma forma fácil. É algo que vai muito para além da sua beleza física, que de resto é inquestionável. 

Lembro-me de como fiquei igualmente embevecido da primeira vez que a vi pessoalmente, na discoteca, há um par de semanas atrás. 

Não era comum ir fazer serviços de segurança tão longe. No entanto, em virtude de ser dia da mulher, haviam necessidades extraordinárias de seguranças nas discotecas da capital. Basta referir que a vasta maioria do pessoal que desempenha este serviço, fá-lo aos fins de semana, tendo outra ocupação para garantir um ordenado mais estável. Como o dia da mulher não é feriado, uma boa parte deles não tinha disponibilidade para prestar serviço nessa noite. Assim lá fora eu, longe de imaginar o que me guardava aquele serão.

O público alvo daquela noite era bastante distinto. Mulheres sendo mulheres, sem estarem acompanhadas pelos namorados ou outros rapazes. 

Umas haviam optado por se libertar da pressão de estarem sempre impecavelmente maquilhadas, recusando por uma noite a pressão sexista que demandava delas constantemente o expoente da sua beleza. 

Outras, extremamente fundamentalistas, tinham demonstrado desagrado com o facto de eu estar ali — "Por que o segurança tem de ser um homem? Não havia uma mulher para fazer esse serviço? Aliás, para que precisamos de seguranças?". — Ainda outras, numa tentativa de se fazerem engraçadas ao pé do grupo de amigas, tinham ido pela via do assédio, não se coibindo de flertar comigo.

A Esposa PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora