Capítulo 78

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-Quem quer ir para o Brasil? Visitar a tia Lara, tia Débora, tio Higor, tio Carlos, o Enzo e a Noamy?- perguntei entrando no apê e vendo eles sentados no sofá assistindo Popeye e a Talita dando nebulização a Maria.

-Ver o papai?- o Oliver quase gritou se levantando do sofá com o maior sorriso do mundo. Apenas assenti com a cabeça e ele correu pro quarto.- EU VOU FAZER MINHA MALA!- gritou do quarto e eu suspirei.

-A lente vai pode e na casa do Enzo?- o João perguntou já ficando de pé e a Maria só não fez no mesmo porque estava fazendo a nebulização. A minha menina entende que quando ela ta fazendo isso só pode sair quando a água acabar todinha.

-De vez em quando sim, mas vocês vão ser a Noamy também!- falei sorrindo e a Maria fechou a cara. Por motivos que eu não sei, ela não gosta da Noh.

-Então lamos fazer as malas logo mamãe!- o João veio até mim e começou a me puxar, mas peguei ele no colo e comecei a fazer cócegas nele.

-Quando a Maria terminar a gente vai fazer, ok?- ele assentiu rindo e eu continue fazendo cócegas nele.

[...]

-Lara eu preciso que você arrume um apê pra mim aí perto do Vidigal e compra uns edredons e forro de cama antialérgicos, depois te dou o dinheiro.- falei enquanto fazia minha transferência online para uma faculdade do Rio.

- Vou fazer isso… você tá bem Linda?- perguntou meio vacilante.

-Vai ficar tudo bem Lara, é só o Demo!- eu espero que fique tudo bem.

-Por ser só o Demo que eu tenho medo, Linda. Eu te juro que se não fosse a Noh eu não te pediria isso, é só…- interrompi ela.

-Eu te entendo Lara, tenho três filhos e faria o possível e impossível por eles. Você não sabe a empolgação que o Oliver está pra vê o Demo.- falei olhando pra ele, que comia cereal com o maior sorriso do mundo.

-Não era pra menos Linda, o Oliver era muito apegado ao Demo. Vou ter que desligar, o Carlos que falar comigo. Te vejo mais tarde?

-Uhum, tchau.- e desliguei.

Terminei de fazer minha transferência e fui conferir as malas.

As transferências das escolas dos meninos eu já tinha pegado e já comprei as passagens. Infelizmente não vou poder ver mais o Maicon porque provavelmente ele está no lugar onde eu deveria estar, na faculdade seguindo minha vida. Porém a Noh e a Lara são mais importantes.

Já fiz todo o pagamento da Talita, tá tudo nos conformes. Agora vou tomar um banho, entra em um avião e voltar para o Brasil.

[...]

-Vou falar uma coisa bem séria pra vocês, se vocês soltarem a minha mão ou a da Talita no aeroporto a gente não vai mais, ok? Você não vai ver o seu pai e vocês não vão ver o Enzo ou a Noamy. Escutaram?- eles assentiram com a cabeça e a gente colocou eles nas cadeirinhas.

Fui o mais devagar possível até o aeroporto e me segurando para não deixar nenhuma lágrima descer.

Pensa positiva, Melinda! Pensa que você fazendo isso todo mundo ficar feliz ou seguro.

Repeti aquilo durante todo o caminho do condomínio até o aeroporto. Quando chegamos lá tiramos as malas que eram ao todo quatro, uma grande e as outras médias.

Pedi pra Talita segura o Oliver e o João que eu me virava com as malas e a Maria, minha pequena é mais quieta e a que mais obedece nesse tipo de situação.

-Alguém aí precisa de uma ajuda?!- a voz rouca do Maicon e os braços deles chegaram até meu ouvido e minha cintura.

Um sorriso espontâneo apareceu na minha boca e me virei para o mesmo dando um puta beijo nele, mas logo senti duas mãos nas minha pernas me empurrado. Me desgrudei do Maicon e vi o Oliver me empurrando. Nem rendi pra ele, olhei pro Maicon e sorri.

-Duas mãozinhas caíram bem!- ele riu e pegou as três malas médias.

[...]

-Você precisa mesmo ir, Pequena?- assenti escutando meu vôo ser chamado pela segunda vez.

-Se não fosse importante eu não iria, Maicon… agora eu preciso ir mesmo!

Ele suspirou e colocou as duas mãos grandes no meu rosto e me beijou, um beijo de despedida e calmo. Desgrudei meus lábios dos dele e dei um selinho.

-Até um dia!- dei um meio sorriso e virei sem esperar que ele falasse algo.

Fui até os meninos que estava com a Talita e me despedi dela dando a chave do meu carro para a mesma que quis recusar, mas meus argumentos eram melhores. Não sei se vou voltar e não posso deixar um carro praticamente novo parado.

Entrei com meus pequenos no avião e só fizeram mais uma chamada antes de decolar para onde eu posso viver o velho inferno de novo.

[...]

E aqui estamos, novamente em solo brasileiro. É Rio de Janeiro, tô de volta.

-Olha pra mim os três. Vocês vão ficar do meu lado, ok? Nada de querer sair correndo ou algo do tipo, escutaram?- eles assentiram e fomos buscar as malas.

Peguei elas e por graça de Deus eles ficaram bem quietinhos do meu lado. Logo avistei a Lara encostada no carro brigando provavelmente com a Noamy e assim que ela nos viu abriu um sorriso e correu até a gente.

Soltei as malas e logo senti os braços delas envolta da minha cintura.

-Estava com tanta saudade!- falou me apertando.

-Eu também estava minha ruiva.- a apertei também e logo a gente se soltou.

Ela foi falar com os pequenos e eu fui até a Noh pegando ela no colo e abraçando a mesma.

-Tava com saudade da titia?- ela apertou meu pescoço em um abraço.

-Tava, a mamãe que é chata, eu pedia pra ir vê você e ela falava que não podia, aquela chata.- falou e deu língua pra Lara que estava de costa.

-Mas é porque não podia ir Noh, só podia quando você estava de férias da escola!- ela fechou a cara e eu comecei a rir

De Patricinha a Patroa - RETIRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora