Capítulo 35

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-MELINDA SUA VADIA DESGRAÇADA!

O Demo gritou descendo as escadas alguns minutos depois que a Lara saiu. Olhei pra ele sem entender e ele só transmitia uma coisa: raiva!

Nem cheguei a processar direito quando ele chegou mais perto e deu um socão no meu rosto, por impulso peguei o controle que era o que estava mais próximo de mim e meti na cabeça dele, o que fez o mesmo se quebrar.

Não ajudou muito, já que o Demo levantou a mão até meu cabelo e puxou com força me fazendo encarar ele. Ele levantou a mão novamente e deu um tapa no meu rosto.

Chutei a perna dele com força, fazendo meus dedos dos pés doerem e ele me soltou massageando a perna.

-O QUE DEU EM VOCÊ, CARALHO?

Gritei indo para longe dele e massageando meu rosto que estava ardendo muito.

-Tu é uma puta desgraçada, diz que ama o moleque a Deus e ou vento e deixou o mesmo marcado.- ele praticamente rosnou e veio em minha direção, mas rodeei o sofá.

-Marcado o que?- o braço, putz, não pensei que ia chegar a tanto.- Eu não fiz por que quis, tá legal?- dei um meio sorriso e vi ele ficar com mais raiva.

-NÃO FOI POR QUE NÃO QUIS? UM CARALHO! TU TÁ FICANDO DOIDA PRA TOCAR NO MEU FILHO, SUA VADIA?- correu atrás de mim e eu rodeei o sofá de novo.

-NOSSO FILHO!

Ok, grintando isso ficou estranho, mas tecnicamente é nosso filho né? Ele está registrado com meu nome e com o dele, então...

Olhei para o Demo e ele tinha mudado de semblante, um que eu não consegui decifrar. De repente ele jogou a mesinha de canto com força no chão que a mesma se espatifou toda. Em um passe rápido ele correu até mim e segurou o meu pescoço com força, me fazendo encarar ele.

-Qual foi a porra da macumba que tu fez, puta do caralho?- a cada palavra que saiu da boca dele, ele apertava mais o meu pescoço me deixando totalmente sem ar.

Coloquei as mãos encima das suas e tentei puxa-las, mas ele estava apertando com mais força.

Aquele olhar verde estava totalmente duro e indecifrável, diferente dos meus que estavam desesperados e com medo.

De repente senti os lábios do Demo nos meus e ele afrouxou um pouco meu pescoço.

Logo pediu passagem para a língua dele e na primeira oportunidade que tive, mordi o lábio inferior dele com força, sentindo o gosto de ferro na minha boca.

Na hora ele me empurrou e colocou o dedo no lábio.

-Você nunca mais vai tocar um dedo em mim, pelo menos não que eu queira! Eu não sou as tuas putas não colega, você não tem um monte delas? Vai atrás delas, SÓ ME DEIXA EM PAZ!

E corri para as escadas subindo a mesma e indo para o quarto do meu pequeno, trancando a porta logo depois.

Olhei para o berço e ele estava lá brincando com alguns carrinhos e balbuciando algo que só ele mesmo entende.

Fui até ele e peguei o bracinho, olhei bem e tinha ficado duas marcas de dedos que estavam arroxeadas.

-Desculpa a mamãe tá?- falei pegando ele no colo e encarando seus olhinhos.- Eu te amo muito, ok?- e o abracei com força.

[...]

Sinto braços fortes e musculosos me tiraram da poltrona, logo me fazendo colidir com uma parede de músculos. Não abri os olhos, pois já conhecia aqueles braços e o cheiro.

Como estava com sono, apenas me aconcheguei em seu peito e voltei a dormir.

[...]

-Papai, vamos para a praça?- fiz biquinho. Ele olhou para minha mãe, bastava ela apenas balançar a cabeça como um sim que ele me levaria e então ela fez sim.

-Vamos meu amor, mas só depois de você tomar um banho, ok?- assenti e peguei a mão da mamãe indo até meu quarto.

Tomei um banho rápido e vesti a roupa que minha mãe escolheu mais rápido ainda.

Quando sai do quarto e chegamos na sala o pai já estava lá fora com o carro ligado. Entramos nele e fomos até a Praça.

Assim que chegamos eu praticamente pulei do carro e corri para os parquinhos de madeira.

Porém acabei caindo quando pisei em uma bola que estava jogada no meio da praça.

Assim que levantei minha cabeça dei de cara com um rosto masculino de olhos verdes e cabelo loiro escuto me encarando preocupado. Ele estendeu a mão e eu a peguei, me levantando logo em seguida.

Olhei meus joelhos e cotovelos, nada de feridas.

-Desculpa.- ele falou coçando a nuca.

-Mas foi a bola que me derrubou, não é culpa sua.

-Porém fui eu que chutei ela e ela caiu aqui. Você sabe jogar?- falou pegando a bola do chão.

-Bem, eu sei chutar!

Ele abriu um sorriso lindo, com quase todos os dentes alinhados e depois soltou uma gargalhada baixa.

-Quer jogar com a gente? Está faltado alguém pra completar a equipe.

-Iaê Steve? Perdeu a bol...- o garoto de de cabelos pretos e olhos castanhos apareceu atrás dele.

-Essa é a...- olhou pra mim.

-Melinda.

-A Melinda.- sorriu de novo.- Ela vai jogar com a gente, a propósito, sou o Steve.

-Prazer novinha, Higor na área.

E gargalhei e eles me levaram até a quadrilha de areia.

De Patricinha a Patroa - RETIRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora