Capítulo 48

15.5K 771 40
                                    

Steve narrando:

Falar pra tu, eu não queria tá aqui não. Preso em gaiola feito passarinho, fiz até uma promessa fi, que preferia morrer do que entrar aqui de novo.

Mas aí tudo mudou né?

Apareceu aquela Morena com o jeitinho dela de inocente, frágil e depois mostrou ser uma mulher totalmente diferente. Aí depois veio o meu moleque, amo de mais aquele pivete.

Não podia simplesmente me matar por ter vindo pra cá.

Agora como eu vou sair daqui vai ser um problema, Higor com certeza não vai conseguir colocar o pé pra fora sem ser pego também e eu não faço a menor ideia de quanto tempo isso vai durar.

Na cela que eu tô, tem mais quatro, dois são aliados meus que caíram aqui também.

Se tem uma coisa que você não pode fazer, é ficar sozinha aqui. Ou tu se alia ou tu morre irmão.

Saber que aquela lá era a garota que eu prometi procurar e conquistar me doeu pra caralho. Me arrependo de tudo que eu fiz pra ela e peço perdão para os meus coroas, nunca que eles queriam que eu me transformasse no que eu me transformei.

Mas o que eu ia fazer?

Como eu ia ver de outra forma o que me falaram quando mataram meu pai? Eu me lembro até hoje caralho!

Minha coroa e eu estávamos no quarto blindado de mãos dadas e rezando pelo meu coroa, até que ouvimos passos e logo uma voz.

-Se vocês não sair de onde estão eu mato aquele desgraçado agora.

Isso bastou para que minha mãe abrisse a porta do quarto e saísse dele. Tentei puxa-la para dentro e falar que aquilo poderia ser um blefe, mas tu deixou? Porque ela não.

Sai logo atrás dela, não ia deixar minha coroa só e assim que os desgraçados nos viram nos renderam, o que era mais nojento era aqueles sorrisos. Nos levaram para frente da nossa casa, onde estava meu pai de joelhos com uma arma na cabeça e o tio da mesma forma.

O Higor estava a poucos metros de distância de nós, junto com a tia. Lágrimas já desciam de ambos, mas continuei intacto não deixei uma lágrima cair, porém meu  peito estava apertado, como se eu coração tivesse crescido e não coubesse mais no meu peito.

Ao redor dos desgraçados tinha praticamente toda a favela, todos com cara de medo e desespero. As mães segurando seus filhos os mais próximo do corpo que podia enquanto via seus maridos rendidos e correndo o risco de morrer.

-Tudo o que vai acontecer aqui será em homenagem ao futuro herdeiro do Alemão. Por favor garoto de um passo a frente.- Aquele verme, que eu teria muito prazer de matar algum dia falou.

Fiquei parado apenas olhando para o fundo dos olhos do meu pai, que apenas balançava a cabeça em forma negativa.

-BORA CARALHO! TU É SURDO?- logo um deles começaram a me puxar e minha mãe me agarrou mais a ela.

-Ele não vai a lugar algum!- ela praticamente rosnou e levou um tapa no rosto. Mano eu levantei minha mão para acabar com aquele filho da puta, mas veio outro desgraçado e me segurou.

Na hora vi meu coroa se levantar com o ódio em seu corpo, mas apenas colocaram as mãos nos ombros deles e o fizeram ficar na mesma posição de submissão.

-NÃO TOCA NELA PORRA!- ele usou aquele tom que só era usado quando necessário, ele mesmo dizia que odiava quando usava ele.

Em resposta eles apenas riram e me levaram para a frente do meu pai, apenas a um metro de distância.

-Me desculpa, meu pivete.-  a sua voz estava completamente cheia de culpa.

-Sabe por que teu pai esta agora nessa situação?- não falei nada e ele continuou.- Por que ele foi dá um de bom moço e acreditar em todo mundo. Fez a maior merda na vida dele, confiar. A bondade toda do teu pai resultou em ele virar piadinha na prisão, todo mundo falava no quão trouxa ele era e agora vai morrer por causa disso. Fala pra tu moleque, faz o mesmo vacilo que teu pai fez que eu venho atrás de tu e de brinde pego teu império.

-Comande esse Morro como eu comandava. Trate os moradores como eu travava, eu te peço isso garoto.

Meu coroa mal calou a boca e um tiro foi dado na sua cabeça, fazendo o corpo do mesmo pender para um lado e cair logo depois, mas não deixei nenhuma lágrima cair, mesmo com o peito doendo, a garganta em um nó e o nariz ardendo eu não deixei uma lágrima cair, pelo menos não na frente deles.

Depois disso eu só conseguia escutar os gritos de desespero da minha mãe e depois mais dois tiros sendo dados.

Um no coroa do Higor e o outro na mãe dele, pelo fato dela ter se soltado do desgraçado e corrido até o corpo do marido, tudo isso na frente do mesmo.

Na frente de dois adolescente que ficaram com grandes demônios pelo o resto da caminhada.

De Patricinha a Patroa - RETIRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora