Capítulo 71

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Uma pequena movimentação ao meu lado me fez protestar e me mexer um pouco na cama. Aquela movimentação continuou e me fez abrir o olhos e ligar o abajur. Me virei para o outro lado da cama e meu estômago revirou junto com a dor no meu peito e o desespero.

A Maria estava mexendo as mãozinhas e os pezinhos enquanto ficava vermelha. Me sentei rápido na cama e peguei o aparelho do nebulizador contactando na tomada e enchendo o copinho com o soro e as gotinhas necessários, caindo mais fora do que dentro.

Depois disso a segurei como podia e coloquei a máscara no nariz e boca dela. Ela ficou se mexendo um pouco, mas logo parou e colocou as mãozinhas em cima das minhas e fechou os olhinhos.

-Fecha os olhos não boneca, se não meu coração aperta ainda mais.

Aos poucos o vermelhidão do rostinho e do pescoço dela foram desaparecendo e o peito dela começou a subir e descer normalmente. Assim que deu 10 minutos e me certifiquei que ela estava bem tirei a máscara do rosto dela e pude respirar tranquila quando o peito dela continuou subindo e descendo.

Guardei o aparelho e me virei para ela vendo ela dormir tranquila. Olhei para o berço e o João dormia tranquilo também. Preferi deixar a Maria comigo na cama, porque se justamente isso que aconteceu agora aconteceu eu podia ver e fazer alguma coisa mais rápido.

Não demorou muito e escutei o chorinho do Oli, me levantei e coloquei alguns travesseiros ao redor da Maria, calcei minhas pantufas e fui até o berço do Oli que ficava do lado do João, decidi deixar os três no meu campo de visão.

Fui até meu Pandinha e o mesmo estava encolhido no berço, peguei ele em meu colo e ele se aconchegou no meu peito.

-Papai…- falou escondendo a cabeça no meu peito e engoli seco.

-O papai não tá meu amor, mas a mamãe tá!

Fiquei embalando ele até ele dormir e depois de colocar ele no berço simplesmente cai de sono.

[...]

-Acorda mamãe do ano, o João tá com fome…- ela foi interrompida por um grito da Noh.

-PALA!

-NÃO!- a voz do Oliver chegou até nosso ouvidos e eu encarei a Lara antes de me levantar e ir até a sala, vendo nada mais do que a Noh e o Oli puxando o controle da TV de um pro outro.

Olhei para a Lara e peguei o João do colo dela.

-Resolve aí!- falei e voltei para o quarto vendo que a Maria estava no berço e já acordada.

Dei de mamar para João e depois para a Maria, não vou mentir não quando eu dava apenas para o João já deixava meus seios doloridos imagina agora dando para dois, mas quando eu penso que isso é pra saúde deles vale o esforço.

-OS DOIS VÃO FICAR SEM ASSISTIR E PRONTO.- logo escutei o choro da Noh e depois a risada do Oliver, que não demorou muito e começou a chorar também.- NOAMY!

-Ele rindo mim, mamãe!- e chorou mais.

-Isso não te dá direito de bater nele…

Revirei os olhos e fechei a porta do quarto, ela sabe lidar com isso.

[...]

-Lara… Lara!... LARA!- ela se virou pra mim um pouco desorientada e sorriu de lado.

-Oi?

-O que aconteceu? O que foi que o Carlos falou?- perguntei encarando ela enquanto segurava a Maria deitada sobre o meu peito e apertando um pouquinho ela, minha menina tá com cólica.

-Não foi nada não, mas me fala aí a cólica dela parou?- neguei com a cabeça.

-Não tente mudar de assunto, é alguma coisa relacionado ao Demo não é?- ela mordeu o lábio inferior e depois suspirou.

-Ele acabou com a aliança que tinha entre o Vidigal e o alemão.

-Por que vocês me tiraram de lá?- ela balançou a cabeça devagar assentido.

-Lara isso é horrível! Eu posso não saber muito sobre Morros e essas coisas, mas tenho certeza que alianças são importantes! Vocês precisam me levar de volta!- ela arregalou os olhos surpresa e se levantou.

-Nada disso Melinda! Você vai ficar aqui e pronto! Não vou te deixar voltar para o inferno que sua vida era antes! Você vai ficar aqui, vai colocar o Oliver em uma creche, vai contratar uma babá pra cuidar dos bebês e vai voltar para escola, vai terminar o ensino médio e vai fazer o faculdade que queria, ok?

-Mas…

-Mas porra nenhuma! Daqui você não sai e…- ela foi interrompida por um barulho de vidro se quebrando.

Nos levantamos rápido e fomos para a cozinha, assim que cheguei lá vi o Oliver segurando uma cadeira encostada no armário e a Noh em cima dela tentando pegar alguma coisa no armário de cima e no chão tinha um copo quebrado.

-O que é isso?- perguntei e comecei a contar para não me estressar.

-Pipoca!- o Oliver falou apontando para o armário.

-Eu te dou dois segundos pra tu sair de cima dessa cadeira Noamy!- em menos de um segundo a garota já estava com os pés no chão e ao lado do Oli.

-Se vocês queriam pipoca era só chamar a gente e não tentar pegar!

Os dois simplesmente começaram a rir.

De Patricinha a Patroa - RETIRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora