Respirei fundo e olhei para onde o Higor tinha passado e não havia mais rastro do mesmo.
Carreguei minha Ak e sai daquela viela preparado para atirar em todos os botas.
Quanto mais descia, mas eles aparecia e eu os matavam com prazer.
Até que o cano frio de uma arma tocou minha cintura, me fazendo arrepiar.
-Te peguei desgraçado! Joga as armas no chão com cuidado e devagar.
Nem rendi muito, apenas joguei a Ak no chão com brutalidade e ele apertou o cano mais na minha cintura.
-Eu falei devagar! Tá querendo um tiro de graça?
-Vai tomar no cu desgraçado!
-Cala a boca BANDINHO DE MERDA!- tirei a groza das costas e joguei ela no chão na mesma força que a outra.
-Eu sou o bandinhinho de merda que paga teu dinheiro, que faz tu tá trabalhando, otário!
Ele ficou caladinho e senti as mãos dele na minha cintura, ele sentiu a Glock e a pistola as tirando logo em seguida e jogando no chão.
-Agora vamos andar até a Praça.
Ele pegou uma algema e passou pelos meus pulsos, logo depois começou a me empurra.
-Aê patrão, eles vão conseguir pegar o Morro!- falaram no meu radio e o desgraçado atrás de mim gargalhou alto e pegou meu radio.
-O patrão de vocês foi pego.
-0689!- falei rápido o interrompendo e ele me encarou.
-O que é isso?
-Números.- falei e continuei andando.
Ele pegou minha nuca com força e puxou pra trás.
-Me solta caralho!- falei puxando minha cabeça e ele segurou com mais força.
-O que são esses números.- ele quase rosnou e eu gargalhei.
-Vai perguntar ao meu amigo lá no inferno, ele te diz!- e puxei minha cabeça com força.
-O que é 0689?- virei a cabeça e vi ele com um rádio que não era o meu.
-Ô caralho, é pra esses filhos da puta da o fora. Fecha as entradas tudo!
Eu conheço essa voz, filho da puta do caralho!
Te falei pistola, Caraí! Te falei que ele não valia nada!
Ele deu alguns comandos e começou a me empurrar de novo. Não demorou muito e chegamos na praça.
Tinha corpo morto por todo canto, tanto de vapor como crianças e mãe de família.
Alguns vapor amarrados no poste da praça e outros ajoelhados no chão.
Bem no meio da praça estava aquele desgraçado segurando dois fuzis na mão e com um sorriso no rosto.
O outro desgraçado me jogou no chão, me fazendo ajoelhar na frente dele e quando eu fui me levantar ele botou força nos meus ombros pra baixo.
-Ta vendo tudo isso aqui?- abriu os braços e rodou.- É meu agora.- ele abriu um sorriso largo.- Sabe por que tu perdeu tudo isso?- continuei calado organizando todas as torturas que ia fazer com ele.- Porque tu ficou emocionado por porra de mulher. Eu já tô aqui faz mais de dez anos, só procurando uma brecha pra te fuder, mas nada, não encontrava porra nenhuma. Até que aquele moleque chegou, mas tava difícil, moleque só vivia nos teus braços ou no daquela morena gostosa do caralho, aliás, aquela loira era mô gostosinha também, consegui passar a mão nela, mas a filha da puta não deixou mais alguma coisa acontecer.- ele sorriu malicioso.- Daí depois eu percebi que tu tava xonadão na morena, armei tudo e tu caiu que nem patinho na Lagoa. Pensei que tu era mais esperto parceiro.
Continuei olhando ao redor e vendo os bota tudo ao redor redendo os vapor.
-Fala pra tu, os vapor tava com tanta raiva tua que eu falei qualquer merda e eles aceitaram na hora.- ele gargalhou.- Pena que decidiram seguir a pessoa errada, ou melhor, ainda bem.- ele deu uma pausa olhando ao redor e depois de olhou.- Tu tá tão de quatro por aquela lá, que não vi eu fazendo um plano mas tuas costas, não me viu entrando na mente dos teus vapor e muito menos conversado com a UPP e fazendo acordo com eles. Tu é tão sem futuro igual teu pai.
Na hora eu tentei me levantar, mas os filhos da puta me seguraram.
-NÃO OUSE FALAR DO MEU PAI!- rosnei e depois cuspi nos pés dele.- TU VAI SE FUDER MUITO!
-CZ não encontramos o Sub, nem o pivete. Na casa dele só estava um cachorro e assim que nos viu meteu o pé, além dele não tinha ninguém na casa.
Vi o filho da puta ficar cheio de ódio e chegou mais perto dando dois socos no meu rosto.
-CADÊ A VADIA E O PIVETE?- fiquei calado, apenas o desafiando no olhar.- SE TU NÃO FALAR EU MATO AQUELE CACHORRO.- na hora gargalhei alto.
-É mais fácil ele te matar.
Depois disso foi uma sequências de socos no meu rosto, fazendo o mesmo ficar formigando.
-Eu poderia te matar agora e acabar com isso tudo...- ele sorriu.-... mas eu prefiro você vendo que eu peguei teu Morro e futuramente terei aquela vadia gostosa ao meu lado como fiel, o moleque predendo matar e fazer um filho naquela morena, aposto que ela é bem apertadinha, né?- sorri.
-Apertada e só minha. Se você a encontrar, tiro meu chapéu pra você.- falei calmo, mas a cada palavra que dava meu maxilar doía.
-Isso é o que veremos, podem levar ele.
Os desgraçados dos bota me levantaram e começaram a me empurrar dentro do camburão.
Bem, eu sei chutar.
De repente aquela frase veio em minha mente e depois dela vários flashback vieram, juntos com as imagens da moreninha dos olhos azuis que levantei do chão.
A garota que por muito tempo jurei encontrar.
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De Patricinha a Patroa - RETIRADA
Teen Fiction+18 Melinda uma garota que de tudo que queria tinha, considerada filhinha de papai. Uma garota frágil, doce e humilde. Melinda mesmo tendo na mão tudo o que queria era uma garota humilde, educada pelos pais a sempre ajudar as pessoas necessitadas. U...