Melinda narrando:
-Já fecha, vamos dormir que amanhã tem aula mocinhos!- falei desligando a TV.
-Posso dormir com você mamãe?- a Madu perguntou com um sorriso nos lábios, mas neguei.
O Demo saiu desde de cedo e ainda não voltou, não faço a menor ideia se ele vai voltar drogado ou não.
-Você precisa dormir na sua cama pequena, agora vamos!
Subi com eles e coloquei cada um na sua cama, cobri e deu um beijo de boa noite indo para o meu quarto logo em seguida.
Troquei de roupa e me sentei na cama controlando minhas lágrimas, só queria dormir agora, descansar depois desse dia longo pra caralho.
Depois de muito tempo convencendo que não foi nada no meu pescoço, o Oliver se acalmou mais e tenho certeza que assim que o Steve for falar com ele, ele vai sorrir pra ele e se jogar nos braços do mesmo.
O bom das crianças é que elas são tão boas que se você magoar elas e depois mimá-las elas te perdoam.
Meu pescoço está dolorido pra cacete, nem duas camadas de corretivo, base e pó revolveu. Isso é demais pra mim, não posso servir como um saco de pancadas pra ele. E ele não tem o direito de mexer com meus sentimentos…
Sou tirada dos meus devaneios com o barulho de alguma coisa caindo.
É, ele chegou e a última coisa que eu quero é que ele acorde as crianças.
Calcei minha chinela e desci as escadas apressada, assim que cheguei em baixo estava tudo escuro. Acendi a luz e dei de cara com o Steve levantando o criado mudo, quando ele levanta a cabeça que me vê, abre um sorriso e percebo que seus olhos estão vermelhos. Droga ou bebida? Mas logo isso é respondido, já que ele vem cambaleando para perto de mim e me abraça. O cheiro de vodka e uísque é forte.
-Me desculpa, Morena. Eu fiquei morrendo de ciúme quando o pivete falou do playboyzinho de merda, você tem que ser só minha porque eu te amo e você me ama, certo?- ela falava totalmente enrolado e se apoiando em mim.
-Vamos subir antes que as crianças acorde!- falei com a voz baixa e me desgrudei dele, mas ele passou o braço pela minha cintura me fazendo ficar mais perto dele e começou a subir as escadas.
-Eu vou ver o Oliver!- começou a ir em direção ao quarto me puxando junto com ele, mas neguei parando.
-Amanhã quando você estiver sóbrio, fala com ele!- e comecei a puxá-lo para o quarto, mas estava difícil pra caralho já que ele não ajudava.- Por favor Steve, vamos para o quarto!- praticamente implorei e ele sorriu entrando no quarto.
-Eu gosto com você me chama pelo nome, é extremamente sexy e sai tão bem dessa boca maravilhosa!
Ele me puxou para mais perto de novo e ficou me encarando, enquanto uma mão dele ficava subindo e descendo nas minhas costas e a outra apertava minha cintura, fazendo meus pelos se levantarem.
-Eu lamento muito por perder muito tempo pensando em tudo…-
Ele estava com o semblante mais sério e agora dava para escutar perfeitamente o que ele dizia. Porém ainda se escorava em mim.
-...de tudo que eu penso você é o resumo.
Falou baixinho no meu ouvido e quando fiz pensão de falar alguma coisa, ele apertou minha cintura com força, me fazendo ficar calada.
- Desculpa, eu sei que meu excesso de postura te maltrata
É que eu não sou de mostrar sentimento
O amor que me dá vida um dia pode me matar
Me desculpa
Eu sei que é foda aturar minhas mancada, né?
Tentei te esquecer por um tempo
E tudo que eu consegui nesse tempo foi só lembrar
Que minha língua no teu corpo é poesia
Mas teu corpo no meu corpo é obra prima
Tu pelada no quarto é uma escultura
E minhas loucuras são tua adrenalina
E se você vier comigo, eu duvido que tu vá se arrepender.Quando ele terminou de cantarolar, o seus olhos verdes estavam encarando os meus, mas não como o normal tinha alguma coisa além daquelas íris esverdeadas, talvez amor? Perdão? Medo? Eu não sabia, não conseguia pensar direito depois de tudo isso que ele me falou, porque simplesmente ele podia ter falado isso com um sorriso sarcástico no rosto, mas não, falou da maneira mais séria possível e ainda olhando bem dentro dos meus olhos, com a voz baixinha o que deixa ela mais rouca e um pouco doce. Quando fui perceber lágrimas escorriam pelas bochechas deles e levantei minha mão, passando o polegar por elas.
-Por que você está chorando?- perguntei com a voz baixa.
-Porque eu sou um filho da puta fudido! Eu já te magoei de mais Morena, mas eu sou muito egoísta para te deixar ir embora. Eu te amo, sei disso, mas não consigo me controlar desde que de meus coroas foram mortos eu não sei o que é controle. Acho que posso fazer o que quiser com as pessoas e elas ainda vai continuar do meu lado, mas você não sabe o aperto que eu senti quando o pivete virou a cara e tu nem olhou pra mim, e a tristeza que eu senti quando olhei para o teu pescoço e vi ele assim. Eu não te mereço Melinda, porém não consigo te deixar livre.
Assim que ele terminou de falar meu rosto já estava banhado em lágrima, meu coração estava acelerado e essa aproximação me deixa com vontade de abraçá-lo.
-Steve eu não posso ficar com uma pessoa que só me agride, você fala que me ama, mas não demonstra isso pelo contrário você me bate e me deixa roxa!
-Eu sei porra, eu sei! Eu vou tentar mudar, Morena, mas é difícil pra mim demonstrar sentimentos. Só… só… só não desiste de mim, já perdi muita gente que eu amava.- falou a última parte bem baixo e não me aguentei, passei nos braços pelas costas dele e o abracei com força descansando minha cabeça em seu peito.
Ele demorou um pouco para agir, mas colocou o queixo na minha cabeça e me apertou mais a si.
Só mais uma chance não custa nada, não é?
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De Patricinha a Patroa - RETIRADA
Dla nastolatków+18 Melinda uma garota que de tudo que queria tinha, considerada filhinha de papai. Uma garota frágil, doce e humilde. Melinda mesmo tendo na mão tudo o que queria era uma garota humilde, educada pelos pais a sempre ajudar as pessoas necessitadas. U...