Capítulo 21

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Melinda narrando:

E mais um mês se passou, consigo  perfeitamente subir e descer as escadas sem precisar de ajuda, não vou mentir sinto um leve desconforto, mas isso não é nada em vista do que eu estava sentindo.

Demo? Continua o mesmo cretino de sempre, depois daquela noite maravilhosa que tivemos ele começou a me trata como uma vagabunda e sempre que chega drogado e bêbado deixa isso bem claro, joga perfeitamente na minha cara e isso me acaba cada vez mais. Maldita hora que eu me entreguei a ele, pelo menos o Oli voltou ao normal em relação a ele.

Débora? Está cada vez mais obcecada em fujir daqui, o motivo é óbvio e simples. Ela não aguenta mais ver o Pistola pulando de cama em cama e depois vim carinhoso pro lado dela, o pior é que ela cai na lábia dele e isso está acabando mais ainda com ela.

Falei que o Oli estava um nojo né? Agora ele se superou. Drama é a palavra que define ele, ele chora por tudo. Se não pegar ele no colo, ele chora. Se não andar com ele na moto, ele chora. Não deu um brinquedo quer, ele chora. Não comprou o que ele queria, ele chora e isso está me deixando estressadissima!

O Demo resolveu deixar o Oli em casa, o por que? Eu não sei, ele não fala nada pra mim.

E adivinha? Ele está chorando faz meia hora!

-Já está bom, Oliver! Para de chorar que eu não aguento mais!

-Papa...- e abriu o bocão.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis...

-CHEGA! EU CANSEI DISSO OLIVER!

Peguei ele no braço e subi com ele, fui até o quarto dele e o coloquei dentro do chiqueiro. Fechei a porta e sai do quarto, deixando ele chorar lá.

Desci massageando minhas têmporas e encontrei a Déh sentada no balcão da cozinha e eu me sentei do lado dela.

-Ele não parou de chorar, né?- neguei com a cabeça e ela tirou um papel de dentro de uma bolsa e o abriu sobre a mesa. Parecia um mapa.

-De onde é esse mapa, Débora?- perguntei olhando bem para a grande folha a minha frente.

-O mapa do morro, né? Ou você acha que a gente ai simplesmente sair andando por aí? Claro que não, né?! Consegui essa mapa com alguns dos vapores aí, dei uns pega nele e ele me deu o mapa. Tá vendo essa linha em vermelho aqui?- assenti com a cabeça.- Então, é por esse caminho que a gente vai ir, estudei essa mapa por quase dois meses e esse é o melhor caminho pra gente ir. As ruas vão está escuras e ninguém vai nos reconhecer.

-Você tem certeza disso Débora? Se lembra que o Oli vai com a gente, né?!- ela assentiu.

-A gente só precisar ter cuidado e não fazer muito barulho.

Assim que ela fechou a boca senti meu coração apertar e meu peito começou a doer. A Débora me olhou assustada e pegou um copo de água.

-Tudo bem, linda?- neguei com a cabeca e tomei a água tentando regularizar minha respiração, aquela dor passou um pouco, mas ainda continuou ali apertando meu coração.

-Alguma coisa ruim vai acontecer, Déh.- falei e lágrimas começaram a cair, não sabia o porque, só sabia que não era nada bom.

Me levantei da cadeira e subi correndo atrás do Oli, quando eu cheguei no quarto dele, ele estava brincando com as mãos e os pés. Peguei ele e o abracei forte como se ele fosse sumir se eu não fizesse aquilo. A Débora entrou no quarto e eu a abracei também, quando mais eu abraça forte eles, mais aquela dor ficava forte e lágrimas desciam pelo meu rosto.

-Não sai de casa hoje Débora. Por favor! Não vamos sair, isso deve significar alguma coisa.- ela negou com a cabeça e meu coração se apertou mais.

De Patricinha a Patroa - RETIRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora