Capítulo 68

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Pequenos e frágeis. Era o que eu via através da parede vidro. Vários bebês nas incubadoras, mas apenas dois daqueles eram espaciais para mim.

O João mexia as mãozinhas e a Maria estava quietinha, como se estivesse dormindo. Estreitei meu olhar para ver melhor eles, ambos são branquinhos. A Maria quase sem cabelo, apenas uns pequenos fios meio loiros, já o João tem bastante cabelos e bem pretinhos.

-Linda vamos voltar para quarto, o Carlos me ligou falando que vai trazer o Oli aqui. Ele falou que o menino não parava de chorar te chamando.- apenas assenti com a cabeça ainda olhando para os pequenos e me virei voltando para o quarto, vou ter ficar aqui por três dias, ou seja, amanhã eu já saio.

Mal cheguei no corredor do meu quarto e já escutava os gritos escandalosos do Oliver.

-Hoje ele tá animado.- a Lara gastou da minha cara e eu revirei os olhos.

Assim que entrei no quarto o Tizio tentava segurar o Oliver enquanto o mesmo se jogava pra trás e pra frente.

-Aê na moral, parece que um demônio entrou nesse menino.- só escutei o som do tapa que a Lara deu na nuca do Carlos e o Oliver começou a rir entre o choro e estender os bracinhos pra mim.

Assim que fui na direção para pegar ele a Lara entrou no meio.

-Tu não pode pegar peso não fiota. Senta na cama e eu te dou ele.

Me sentei na cama e peguei meu pequeno no colo, vou mentir não doeu quando ele se sentou na minha barriga. Mas logo a Lara tirou ele de lá, colocando do meu lado.

-Shiu! Não precisa mais chorar meu amor, a mamãe tá aqui.- falei secando as lágrimas dele e ele me abraçou com os bracinhos curtos, colocando a cabeça no meu peito.

Ele ficou assim por longos momentos até que dormiu e pedi ajuda a Lara pra tirar ele de cima de mim.

-O filho da puta do Carlos falou ao Demo que você estava aqui e ele está vindo pra cá, já vai aproveitar até pra fazer o teste de DNA.- ela falou irritada e engoli seco suspirando forte.

Foi questões de segundos para a porta se abrir e o Demo aparecer detrás dela. Ele revistou o quarto com os olhos e pareceu aliviado quando seus olhos encontraram os meus.

Depois disso ele simplesmente veio até mim e me abraçou apertado demais, me fazendo gemer de dor.

-Desculpa.- sussurrou no meu ouvido e os pelos da minha nunca se levantaram.

Logo depois ele me soltou e ficou ereto, a Lara olhava pra ele como se quisesse matar o mesmo e ele a encarou sem nenhum pingo de medo em seus olhos. Isso vai da merda.

-Lara você podia pegar um pouco de água pra mim?- ela demorou um pouco até desviar os olhos do Demo e olhou pra mim.

-Não vou te deixar sozinha com ele!

-Tudo bem, Lara, ele não vai fazer nada comigo.- ela me encarou por longos instantes até simplesmente se virar e sair do quarto.

Voltei meu olhar pra ele.

-O que você está fazendo aqui? Por que não ficou no baile?- vi a mandíbula dele se apertar e a raiva chegar até seus olhos.

-Não vem encher minha mente com essas merdas não! Eu só quero saber se meu filho tá bem.

Só ele?

A pergunta veio na minha mente, mas deixei ela só lá mesmo.

-Se dependesse de você, não.- Ele caminhou na minha direção e a mão dele ficou a poucos centímetros no meu rosto, parando apenas porque o Oliver abriu os olhinhos e na hora ele recuou a mão.

Olhei pra ele com nojo.

-POR QUE CARALHO TU IA ME BATER? Por que eu disse a verdade porra? Eu te falei caralho que eu não estava bem, mas tu ligou o foda-se pra mim e pro teu filho não foi? Agora te vira pra saber dele e por favor sai da porra desse quarto e me deixa sozinha!

As lágrimas ardiam nos meus olhos e o nariz seguia o mesmo rumo, não iria demorar muito para as lágrimas descerem pelas minha bochechas.

Ele ficou me encarando com a mesma raiva ainda evidente em seus olhos e depois saiu do quarto batendo a porta com força.

Se eu já estava decidida de sair daqui, agora só tenho mais certeza que isso é o certo.

De Patricinha a Patroa - RETIRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora