Capítulo 17

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Melinda narrando:

Com certeza se perguntassem meu nome agora eu iria dizer que era Ana. Nunca bebi tanto na minha vida e nunca me senti tão leve e solta.

Lara e Débora não estavam muito diferentes, o Demo me olhava como se quisesse me matar. Bem, ele quase matou um rapaz que quis botar as mãos em mim, como se eu não soubesse me defender!

Era exatamente três da madrugada, a Déh já ficou com uns cinco doidinhos escondido do Pistola. Ela falou que se ele podia ela também podia. Lara já foi pra casa com o Tiziu e pelo olhares, a noite vai ser boa.

A Débora me deu um perdido e eu estou sozinha tomando alguma coisa que acho ser catuaba, sei lá o que é, já tomei tanta coisa.

Logo sinto uma mão grande e forte nas minhas costas nuas, me fazendo arrepiar. Assim que me viro do de cara com o Demo que me olha sério e sai me puxando.

-Me solta, me solta, eu sei andar!- falei enrolada e assim que me soltei dele tombei pra trás, quase caindo se não fosse pelas mãos do Demo que pegaram na minha cintura.- Nossa, você tem bastante músculo.- falei passando as mãos nos seus braços, definitivamente estou muito bêbada.

Ele não falou nada, apenas me puxou novamente e saímos do balei.

-Mas estava tão bom lá.- me soltei dele e cruzei os braços. Ele se virou pra mim com uma cara nada boa.- Ah não! Você vai me bater de novo? Meu corpo ainda tá doendo de mais cedo.- toquei minhas costas e fiz careta.

-Vamos pra casa agora!- ele falou sério e começou a me puxar.

Veio aquela vontade de vomitar e tentei me soltar, mas como não rolou acabei vomitando nos pés dele. Ele me olhou e eu dei um sorrisinho fraco, ganhando um tapa em que eu cambalei e cai sentada no chão. Instantaneamente eu comecei a rir enquanto as lágrimas desciam.

-É interessante sabe?- olhei pra ele.- Minha vida a quase dois meses atrás estava uma merda, depois que eu perdi meus pais, e você conseguiu fazer ela ficar pior. O que se passa na sua cabeça Demo? Que eu sou um saco de pancadas ou o seu brinquedinho sexual? Sabe o que é melhor nisso tudo? Eu não estou de acordo, eu sei que meus tios me mandaram pra cá para se ver livres de mim, porque dinheiro nunca faltou... Você sabe que dói né? Tanto fisicamente como psicologicamente, quando você me bate eu não sei o que dói mais se é a humilhação ou a dor física.- eu já estava chorando horrores e por um segundo vi o Demo hesitar em vim me abraçar.

Mas logo isso passou e ele voltou a sua posição de frieza e sério.

-Vamos embora.- neguei com a cabeca e comecei a andar pelo lado contrário.- Pra onde você está indo?- sua voz tinha diversão.

-Eu vou embora daqui, vou pegar o Oli e nunca mais vou voltar.- ele segurou a risada e colocou a mão no queixo.

-E como você pretende fazer isso? Aposto que não sabe nem por onde entra no Morro, imagina onde o pivete está.

Parei onde estava e quando me virei o Demo está a cinco sentimentos de distância, baixou a cabeça e senti sua respiração no meu pescoço, me fazendo prender a minha e sentir um arrepio.

-Você nunca vai conseguir sair desse Morro, sem ajuda.- ele sussurrou no meu ouvido, colocou a mão na minha nuca e a outra na minha cintura, me levando mais pra ele.

Demo me encarou e tomou minha boca, minha primeira reação era de empurrar ele imediatamente, mas não consegui. Invés disso eu correspondi ao beijo bruto, cheio de luxúria. Ele explorava cada canto da minha boca e passava as mãos por todo o meu corpo, enquanto me prendia a uma parede que não sei de onde brotou.

De Patricinha a Patroa - RETIRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora