-Meu Deus, Natacha! O que está acontecendo aqui?- a Luh apareceu sem a Mia e olhou para mim assustada e ao mesmo tempo preocupada.
Foi até o embusquete que estava sangrando para ajudá-lo, mas em troca ganhou um empurrão do caralho.
-Não encosta em mim! Eu vou chamar a porra da polícia para prender esse Zé droguinha do caralho!- quase gritou e o Rafa riu se sentando no sofá todo a vontade.
-Faz isso que, na mesma hora fica sem a cabeça, tu que escolhe.
-Vou embora!- falei chamando a atenção da Lucrécia que arregalou os olhos sem entender.
Nem rendi para ela e corri para o meu quarto, se ficasse mais um segundo olhando para ela com certeza ia chorar e ela não merece isso. Entrei no quarto a mil e peguei minha mala jogando na cama e abrindo a mesma. Fui até o closet e peguei as roupas sem nem olhar aos montes e fui socando dentro da mala de qualquer jeito, já sentindo as malditas lágrimas descerem pelo meu rosto.
-Você não vai a lugar nenhum, escutou Natacha? NÃO VOU DEIXAR VOCÊ VOLTAR PARA AQUELE INFERNO!- ela entrou no quarto gritando e chorando, fazendo meu coração ficar mais apertado só em pensar que vou ter que deixar eles para trás.
Preferi ignorar ela enquanto colocava mais roupas porque se eu abrisse a boca ia desmoronar na frente dela.
-Natacha!.. Natacha Oliveira Souza, eu estou falando com você porra! OLHA PRA MIM NATY, NÃO FINGE QUE EU NÃO EXISTO!- ela gritou com dor e com a voz embargada.
Parei de colocar as roupas na mala e olhei para ela sentindo as lágrimas caírem com mais força e vendo os olhos da Luh cheios.
-Me desculpa.- falei em um sussurro deixando mais lágrimas descerem e ela parou na minha frente, me abraçando.
-Eu não vou te deixar só, minha branquela. Amigas de verdades sempre estão segurando a mão uma da outra, e eu não vou soltar a sua por nada neste mundo.- a voz dela estava seca e eu só conseguia chorar com a preocupação e o amor que ela tem por mim.- Eu vou com você… a gente vai.- sussurrou na meu ouvido e eu neguei.
-Vo… você e a Mia não podem se expor assim, não posso colocar as suas dentro de um morro.
-Você sabe que, quando aceitei ser sua amiga e irmã, aceitei seus problemas e dores, como os bom momentos e a alegria. Assim como você aceitou os meus, eu por tu é tu por mim, gata.- sorriu meio triste e a acompanhei.
-Não me faz chorar, sua bruaca!- falei sorrindo.- Te amo, Luh!
-Também me amo, Naty!- fez gracinha e conseguiu arrancar uma risada minha.- Lhe amo, Naty!
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-Que malas são essas? Pra onde vocês vão?- o Samuel perguntou confuso assim que entrou no apartamento, já que ele resolveu aparecer bem na hora que iríamos sair.- Por que vocês duas estão chorando? Foi o desgraçado do Ricar… que sangue é esse? E quem é ele?- soltou de uma vez e tive uns segundinhos para poder processar tudo.
-Nossas, vamos viajar e longa história!- dei um sorrisinho sem graça e ele arqueou a sobrancelha cruzando os braços.
-Como assim longa história? Vocês só saem daqui quando me explicarem direitinho essa longa história.- a Luh na mesma hora olhou para mim e eu neguei com a cabeça.
-Não posso te contar, Sammy. - falei baixinho e dei um meio sorriso, mas ele continuou com a cara fechada.
-A gente vai mola lá onde a titia molava, tio.- a Mia tomou a frente e os olhos dele se arregalaram.
-Morar? Como assim morar, Lucrécia? Natacha?
-Nem olha para mim, elas estão indo porque querem, eu por outro lado estou indo obrigada.- e sim, ele entendeu da maneira errada e olhou para o Rafa.
-Tu não vai me dizer que ele tá te levando a força para o caralho que for né, Natacha? Porque se for isso eu vou acabar com ele e depois te bater! Você nunca foi de está obedecendo homem!- ele usava um tom de voz sério e ameaçador.
Me sentei no sofá e revirei os olhos, qual desses homens que sempre pensam que tem que me salvar de alguma coisa? Qualé! Sou mulher o suficiente para colocar qualquer um em seu lugar.
Rafael continuava na dele, mas não estava faltando muito para ir em cima do Sammy.
-Vamos acalmar os ânimos, amado. Eu vou porque eu tenho problemas pendentes lá no Rio para revolver, por isso estou dizendo que estou indo "a força". Rafael não seria nem louco de fazer isso aí, e eu sei me cuidar muito bem, então vamos parar com a palhaçada? Obrigada!
-Vocês vão mesmo?- perguntou depois de alguns segundo em silêncio e confirmamos.- Eu também vou.
-Oi?
-Como?
A Luh e eu perguntamos na mesma hora enquanto a Mia batia palmas animada. Olhei para o Rafa e ele negou com a cabeça.
-Sammy…
-Não adianta falar nada, Natacha, eu já decidi e vou!- Lucrécia negou e chegou mais perto dele.
-Você não pode fazer isso, Samuel! Como fica o seu trabalho? Sua vida aqui?- ele passou as mãos nos cabelos frustrado e encarou dentro dos olhos dela.
-Você não entende que minha vida só tem sentido com você? Eu te amo e não é de hoje Lucrécia, você sabe muito bem. Pensei que depois de ontem iríamos nos acertar.- a esperança e tristeza eram visíveis eu seus olhos e eu me sentia triste por ele.
-Sam… eu… eu não sei o que falar.- indagou baixinho e meu amigo suspirou passando a mão no rosto.
-Tudo bem, independente de vocês quererem ou não, eu vou e assunto encerrado.
-Mas…
-Mas nada, ou me esperam fazer as malas ou vou com a roupa do corpo mesmo.
Resolvi nem me estressar mais, apenas afundei no sofá respirando fundo e colocando as mãos na cabeça.
Mas que merda!
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Envolvida✔
Teen Fiction+16 Cinco anos haviam se passado desde que Natacha foi presa, e agora o que queria era apenas voltar para casa e para o aconchego de seus familiares; retomar a vida de onde parou ao lado do marido e do melhor amigo. Só não esperava que o mundo tives...