Antes de realmente conseguir colocar alguma coisa na boca, peguei meu celular e liguei para o Sammy, até porque já tinha se passado quase duas horas desde que o deixei no hospital com minha loirinha.
-Como ela está?- perguntei assim que ele atendeu.
-Ela tá melhor, já quer comer doce.- deixei um sorriso escapar.- E a Lucrécia?- olhei para para a loira deitada no sofá que continuava no mesmo lugar.
-Ela chorou pra porra e falou que nunca iria te perdoar.- ah mas eu vou brincar com ele sim!
-O quê?!- falou preocupado e incrédulo.
-Eu te falei, Samuel! O que você fez não tem perdão.- prendi o riso e o Rafa me olhou divertido.
-Natacha!- quase implorou para que eu dissesse que era brincadeira.
-Natacha nada, colega. Tu tá fodido!- mas infelizmente uma risadinha saiu da minha garganta e ele me xingou na mesma hora.
-Porra, albina! Quase tenho um infarto agora!- na hora ri alto.
-Você mereceu, mas falando sério, ela tá magoada pra caralho contigo.- ele suspirou.
-Já imaginava…- não consegui escutar o resto, já que o adorável do meu marido tirou o celular das minhas mãos.
Olhei para ele com os braços cruzados e a sobrancelha arqueada.
-No exato momento, Natacha SouzaVieira se encontra ocupada. Ligue amanhã que talvez ela esteja disponível.- e simplesmente desligou com um sorriso no rosto.
-Qualé, Manada? Depois você conversa com ele, agora você vai comer talkey? Quero você com energia total para mais tarde.- mordeu o lábio inferior me olhando de cima a baixo, me fazendo cruzar as pernas com força.
-Seu safado de uma figa!- ele riu e foi para o outro lado da ilha pegando um prato com dois X-burguês e uma coca. Na mesma hora salivei.- Beleza Rafa, vou comer isso com o maior prazer, mas a gente tem que mudar nossas refeições elas estão muita gordurosas!
Ele assentiu e se sentou no meu colo, roubando uma mordida do meu X-burguê.
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-Rafa.- cutuquei ele mal o vendo por conta do sono enquanto escutava o chamarem no rádio.- Rafael!- apertei a bunda dele que estava a amostra e ele se remexeu.- Rafa!- quase gritei e enfim vi os olhos deles se abrirem devagar.
-Colfoi?- a voz rouca mais do que o normal me fez morder o lábio inferior.
-Tão te chamando aí.- apontei para o rádio e o Rafa o olhou com desprezo.- Pra quem estava dizendo que iria tirar todas as minhas energias, acho que foi o contrário.- ele deu um meio sorriso e pegou o objeto.
-Que horas são?- perguntou antes de responder.
-Seis e meia.- falei olhando para o celular.
Ele se levantou e foi se arrastando para o banheiro me proporcionando uma bela visão do seu corpo nu. Assim que o Rafa fechou a porta do banheiro, a Lucrécia abriu a do quarto, me fazendo encará-la incrédula.
-Sabia que você quase pega meu marido totalmente nu.- disse em outro deboche e recebi um sorriso também debochado.
-Seria o de menos depois de ter que escutar vocês boa parte de noite. Vocês parecem dois animais!- apontou para o meu pescoço e eu peguei o celular novamente vendo o reflexo mesmo sabendo do que já se tratava.
Digamos que o Rafa o apertou demais há algumas hora e agora ele está marcado.
-O que devo a honra de tê-la em meu quarto?
-Quero minha roupa para eu vestir.- deitei na cama e me espreguicei.
-Procura aí no guarda roupa.- ela bufou e foi até ele o abrindo.
O Rafa saiu do banheiro com uma bermuda e Lucrécia revirou os olhos.
-Definitivamente vocês são dois animais.- falou se referindo as costas dele que de fato eu peguei um pouco pesado dessa vez, mas fazer o que? Não mando ele fazer gostoso.
-Bom dia, Lucrécia.- falou com um sorriso divertido no rosto, ignorando o que ela falou. O que a fez bufar novamente, mas logo depois riu baixinho.
-Vocês realmente foram feitos um para o outro.- murmurou tão baixo que eu quase não escutei.
-Vou ter que ir para a boca agora.- franzi a testa e encarei ele me sentando na cama rápido demais, o que fez uma tontura me alcançar.
-Por quê?- perguntei de olhos fechados.
-Uns B.O lá, mas fica mec, nada que não possa revolver.- pegou uma roupa e entrou no banheiro de novo, sob minha careta de insatisfação.
Lucrécia encontrou o que queria e saiu do quarto logo depois. Me levantei da cama e fui até o banheiro, abri a porta e encontrei o meu gostoso tomando banho. Como estava nua só fiz entrar no box e já fui o agarrando.
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-Samuel me falou que você tocou no nome do Ricardo, aconteceu alguma coisa?- ela respirou profundamente e me olhou de forma triste.
-Ele que pegar a guarda da Mia, me mandou mensagem dizendo que conseguiria já que eu andava como bandido e a cicatriz do tiro que o Rafa deu nele já era uma grande prova. Falou que também me denunciou por tirar a Mia do estado sem a autorização dele.- terminou com a voz falha e vi lágrimas se transformarem nos olhos dela.- Ele não pode fazer isso Naty, se ele conseguir nunca mais vou conseguir vê a Mia de novo.- lágrimas começaram a descer e eu as limpei a olhando com cuidado.
-Ei, se acalma, ele não vai conseguir. Se ele entrar realmente na justiça você sabe que a mãe sempre tem mais chances de ganhar a causa e não acredita nele nesse bagulho do Rafa não. É quase impossível ele encontrar provas, se lembra que a fita das gravações que mostrava ele saindo de casa sangrando o Rafael conseguiu da um jeito de destruir?- ela assentiu não muito confiante.- Fora isso ele não tem mais provas, essa cicatriz não quer dizer nada qualquer pode ter feito. Além do mais, você acha mesmo que aquele embusquete vai ter coragem mesmo de entrar na justiça? Logo ele Luh? Isso está mais para chantagem, para infernizar sua vida.
-Não sei Naty, eu realmente tenho medo dele conseguir tirar ela de mim. Aliás, eu preciso voltar para casa, já fiquei tempo demais distante dela.- eu sabia que ela estava mudando de assunto porque doía falar daquele resto de aborto.
Eu sabia que ela já o tinha superado, mas uma coisa é superar outra é esquecer o que ele fez com ela, brincando com seus sentimentos.
-Ah, talvez seja importante falar que a Mia acabou indo para o hospital ontem e foi diagnosticada com vermes.- na hora ela arregalou os olhos.
-E você só me fala isso agora? Porra Natacha!.. Merda, por que eu fui sair de casa? Como tu é burra, Lucrécia!- se levantou rápido ainda falando sozinha e começou a sair da casa.- Aê, tu pode me levar no asfalto?- escutei ela perguntando a algum vapor e segurei o riso.
Terminei de tomar meu café com o outro já mando mensagem para mim dizendo que eu estava atrasa. Coisa de cinco minutos, CINCO! Me levantei já irritada e passei a mão no pescoço atrás do meu colar e a tristeza já bateu quando percebi que ele não estava lá.
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Envolvida✔
Teen Fiction+16 Cinco anos haviam se passado desde que Natacha foi presa, e agora o que queria era apenas voltar para casa e para o aconchego de seus familiares; retomar a vida de onde parou ao lado do marido e do melhor amigo. Só não esperava que o mundo tives...