Capítulo 28: Parte 2

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Maratona 2/5
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Depois de longas horas de puro silêncio que já estava me deixando irritada, chegamos ao morro e em questão de minutos Rafael parou o carro enfrente a nossa casa.

Ele desceu e eu peguei minha bolsa no banco de trás descendo logo em seguida. Olhei ao redor e vi uma boa quantidade de vapores mesmo que a pouca iluminação não me deixasse ver ao total. O Rafa não demorou muito para entrar em casa e eu o segui, assim que coloquei meus pés dentro da mesma meu peito apertou com o que encontrei.

Estava tudo uma zona, parecia que um furacão tinha passado aqui dentro, sofá rasgado e virado, o suporte da TV e a mesma estava no chão, ambos quebrados e os porta retratos e enfeites decorativos que estava nele ganharam o mesmo rumo. Nem tive coragem de ir para a cozinha, apenas segui reto para o quarto rezando para que eles não tenham pegado meu colar. O resto era apenas questão de dinheiro, mesmo a gente tendo que gastar uma boa grana para comprar tudo novamente poderíamos repor com facilidade, já o meu colar nenhum dinheiro do mundo pode comprar um novo, ele tem um valor sentimental extremamente grande!

Quando cheguei no andar de cima vi o Rafa entrando no quarto seguido pelo Ret e a Alex saindo do banheiro toda desconfiada, com os ombros tensos e as mãos tremendo. Olhei confusa para ela, mas logo isso passou quando ela me deu um sorriso reconfortante e veio me abraçar. Abracei ela e me soltei entrando no quarto que estava tão destruído quanto a sala, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas com a neurose batendo cada vez mais na minha mente. 

Olhei na direção do guarda roupa e vi o Rafa batendo no chão e o Ret ao lado dele. Fui até eles e comecei a procurei nas minhas coisas e pelo chão, mas não o encontrei em porra de lugar nenhum.

-O que você está procurando Naty?

-Meu colar.- falei com a voz falha e vi ela começar a procurar comigo.

Depois de quase uma hora procurando pela bagunça suspirei frustrada quando não o encontrei e comecei a sentir as lágrimas descendo pelo meu rosto.

-Calma, você pode ter colocado em outro lugar.- tentou me animar, mas apenas funguei e me levantei andando em direção ao banheiro.

Se não estiver lá quem quer que entrou nesse caralho vai se arrepender amargamente de ter pensado em fazer isso. Entrei no banheiro e parecia o lugar mais organizados. Procurei por todos os lados e nada, não tinha nem sequer um vestígio e só fui perceber que os soluços saiam da minha garganta quando a Alex me abraçou com força.

-Não fica assim, a gente vai encontrar ele.- não falei nada, apenas deixei as lágrimas descerem.

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-Eu não vou dormir na casa dele.- indaguei com os dentes trincados e com vontade de socar a cara do Loiro por insistir tanto.

-Caraí Natacha, deixa de cu doce e vamos logo!- disse irritado e eu só queria entender por que, já que a porra dos papéis que ele estava procurando o mesmo encontrou.

-Cu doce o caralho! Eu não vou ficar debaixo do mesmo teto que ela você não consegue entender isso? Puta que pariu.- extravasei e ele passou a mão pelo rosto.- Quer ir dormir lá? Então vai, nunca te prendi a nada e essa não vai ser a primeira vez!

Eu estava triste e com raiva por ter tirado aquela porra do meu pescoço e não ter colocado de volta e ainda vem o Rafael querendo que eu vá dormir na casa do Felipe, faça favor!

Ele ficou me encarando tentando me intimidar e eu segurei o olhar, essa não surtia efeito em mim, já o vi fazer tantas vezes com os outros que chego a achar engraçado.

-Não vai ir mesmo?- perguntou sério e seco. Confirmei com a cabeça fazendo ele dá meia volta e sair do quarto.

Ridículo, escroto, palhaço, filho da puta, que se foda!

Peguei uma mochila e joguei dentro uma calcinha, meu pijama, escova e um par de havaiana. Coloque o celular no bolso e desci encontrando a chave do carro em cima do balcão, a peguei e saí de casa entrando no carro. Coloquei a bolsa no banco do passageiro e tirei o celular do bolso vendo a hora e colocando do lado da bolsa.

São quase meia noite, tomara que a Lucrécia ainda estava acordada. Sai com o carro cantando pneu e não demorou muito para sair do morro, dessa vez sem vapor atrás de mim. Depois de alguns minutos cheguei ao apê e preferi bater na porta, não sei onde coloquei minhas chaves e não quero acordar a Mia tocando a campainha. Tive que bater três vezes com força para a porta se abrir e revelar o Sammy só de moletom mostrando os gominhos perfeitos e os lábios inchados e vermelhos. Ele arqueou uma sobrancelha para mim de forma interrogativa, mas apenas revirei os olhos e passei por debaixo dos braços dele encontrando a Lucrécia no sofá com um lençol no colo e assistindo alguma coisa, ela me olhou curiosa, mas passei reto.

-Vou dormir com a minha sobrinha e por favor gemam baixo.- entrei no banheiro e fechei a porta tirando minhas roupas logo em seguida.

Tomei um banho gelado e rápido, vesti minhas roupas colocando as outras dentro da mochila e calçando minhas havaianas. Fui até o quarto da Mirely e a encontrei toda aberta na cama, ri da cena me lembrado de quando ela falou que conseguia ocupar toda a cama de casal. Ajeitei ela que resmungou um pouco e me deitei do seu lado puxando-a para o meu peito e fiquei acariciando os cabelos dela, até que peguei no sono.

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-Titia?- escutei a voz doce e calminha da pequena e deixei um sorriso escapar ainda de olhos fechados.- Titia!- dessa vez senti a mão pesada dela nos meus cabelos puxando e fiz careta abrindo os olhos e encontrado boa parte dos cabelos dourados dela para cima.- Cadê meu brigadeiro?- fez bico cruzando os braços e me fitando com os olhinhos azuis, me fazendo gargalhar alto e ela aumentar cada vez mais o bico.

-Brigadeiro?- perguntei confusa.

-Sim, o brigadeiro que você me prometeu.- na hora me lembrei. 

No dia do almoço lá em casa a Luh queria ir para casa, mas a Mia fez um show dizendo que queria ficar brincando com a Wendy. No fim fiquei devendo um brigadeiro para cada uma, para só assim elas irem pra casa.

-A titia deixou para fazer aqui, porque fica mais gostoso.- ela descruzou os braços e abriu um sorriso se jogando encima de mim e me abraçado com força.

-Te amo, titia Nata.

-Bajuladora!- falei baixinho com um sorriso nos lábios e me levantei para fazer minha higiene matinal.

Mas antes de entrar no banheiro, fui até o quarto do casal meloso.

-Vou abrir a porta, se alguém estiver nu por favor se cubra.- falei e abri vendo o Sammy puxar o lençol rápido até a cintura enquanto as bochechas ficavam vermelhas e a Lucrécia me olhava com tédio.

-Qual foi rata branca? Tá atrapalhando.- sorri debochada para ela e entrei no closet procurando uma roupa para vestir.

Envolvida✔Onde histórias criam vida. Descubra agora