Capítulo 32: Parte 2

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-Rafa antes de qualquer coisa eu vou na casa da Alex, ela precisa de um pedido de desculpas.- falei assim que chegamos no morro e ele assentiu já mudando da rota, mas impedi.- Não moço, você vai para casa não dormiu uma horinha se quer e tá todo cansado aí. Vamos pra casa que de lá eu vou para casa da Alex.- ele negou.

-Nem adianta, eu vou do mesmo jeito. Vai que a Alexandra da a louca e vai pra cima de tu?- revirei os olhos.

-Olha Rafael, ela não vai fazer isso não e se fizer eu sei me defender. O assunto é entre ela e eu! Aliás não fica me estressando que isso faz mal pro bebê!- disse fingindo está irritada e cruzei os braços olhando para o outro lado.

Golpe baixo, eu sei, mas fazer o que? Ele não me escuta!

Escutei ele suspirar e contive o sorrisinho de vitória. Colocou a mão na minha coxa e começou a dirigir em direção a nossa casa.

-Te amo, toma um banho gostosinho, come alguma coisa e vai dormir ok?- tirei o cinto e dei um selinho nele assim que paramos enfrente a goma.

-Toma cuidado, mandada.- me deu um beijo demorado e saiu do carro entrando na casa.

-Picolé, abre o porta malas aí e tira o saco de bosta, depois leva lá pro quartinho.

-Jaé!

Esperei ele tirar e depois piei para a casa da Alex.

-Fala pra tu purão, Alexandra não que te vê não.- Bruno falou abrindo a porta depois de algumas batidas. Dei um meio sorriso e abaixei os ombros.

-Eu sei, mas preciso falar com ela.- ele me encarou por alguns instantes até que respirou fundo e abriu espaço. -Obrigada.- falei baixinho.

-Ela tá lá no quarto.- assenti e comecei a andar em direção ao quarto.

Como a porta estava aberta, apenas me encostei no beiral e olhei para ela dobrando as roupas.

-Alex...- a chamei baixo e ela deu um sobressalto pelo susto, mas logo me olhou de forma séria e dura.

-Olha Natacha, se você está aqui para me acusar novamente de uma coisa que eu não fiz, então pode da meia volta você já me magoou demais.- neguei com a cabeça e entrei no quarto diminuindo a distância entre a gente.

-Não, Alex. Estou aqui pra te pedir perdão só de pensar que você poderia ter feito aquilo comigo e depois por vim te acusar, mesmo que eu soubesse que você não seria capaz de fazer uma coisa dessa. Eu fui uma idiota e deixei os meus demônios do passado me assombrarem novamente e agi por impulso. Fiquei tão magoada por ter a probabilidade de você ter feito aquilo que não pensei direto. Me perdoa, Alex!?- estava prendo as lágrimas para não caírem e fiquei apreensiva quando vi que seu rosto não demonstrava nenhuma emoção.

Mas para minha felicidade ela se jogou nos meus e me apertou com força, descansou a cabeça no meu ombro e senti lágrimas o molharem.

-Fiquei tão magoada por você duvidar da minha amizade, Naty.- falou entre soluções e meu coração apertou.- Promete que não vai mais fazer isso?

-Prometo meu amor, você é especial demais para eu fazer isso de novo.- indaguei com a voz embargada e senti as lágrimas descerem.

-Ainda bem que se entenderam, não aguentava mais vê minha morena chorando ou com os olhinhos inchados e vermelhos.- Bruno falou da porta e a Alex deu língua pra ele me fazendo rir.

●●●

Depois de uma hora a Alexandra me libertou para sair e subi com tudo pra boca, afinal tenho dois convidados certo? Em questões de minutos já estava entrando na salinha e vendo os dois amarrados.

-A anfitriã chegou para o desespero de vocês.- abri um sorriso largo e caminhei até a mesinha com os brinquedos que mandei arrumarem. Peguei o martelo e andei em direção a eles que arregalaram os olhos.- Vamos começar pelo leve, ok? Agora abram as mãos.- pedi, mas nenhum dos dois me obedeceram e suspirei dramaticamente.- Que pena que querem do jeito difícil.- fiz cara de triste e desci o martelo na mão fechada do Coringa ouvindo os ossos quebrarem e o gemido de dor.

-Por favor, Natacha! Não faz nada comigo, se você quiser eu fujo e nunca mais apareço na sua frente.- Amanda falou mais branca que papel e tremendo. Gargalhei alto e martelei a mão dela, fazendo ela gritar.

-Eu te dei uma chance filha da puta, te dei por causa da tua filha, mas parece que tá se fudendo para a garota então tu vai pagar agora.

Martelei as outras duas mãos, depois peguei uma serrinha elétrica e serrei com muita paciência todos os dedos das mãos deles escutando os gritos e vendo o sangue jorrar. Peguei um alicate de unha, tirei a blusa de ambos e da forma mais dolorosa existe arranquei os mamilos dos dois.

-Por favor, Natacha!- a vadia falou novamente e apenas fingi que não escutei.

-Você vai se arrepender disso, rapariga desgraçada!- o outro que estava calado até agora resolveu abrir a boca.

-Olha, você não tá na posição de fazer ameaças!- peguei um soco inglês e comecei a desferir socos nos dois.

Depois de pegar uma faca e escrever no braço de ambos "Princesinha", arrancar os cabelos puxando, fazer vários cortes por todo o corpo, arrancar a tatuagem do CV das costas do Coringa e o nome da Wendy da clavícula da Amanda e quebrar os pés dos dois resolvi parar por ali.

Não sou a única que está querendo extravasar a raiva aqui e tenho certeza que o Rafa vai querer ter uma conversa com eles. Desejei uma ótima tarde para os meliantes e sai da salinha vendo que já estava anoitecendo, porra, passei muito tempo aí. Tirei a blusa que estava cheia de sangue e joguei no lixo ficando só de top, comecei a andar em direção a saída até que passei por frente da sala do Ret e como a porta estava entreaberta espiei. Assim que meus olhos bateram nele a preocupação me atingiu de uma forma fora do normal.

A mesa estava com algumas carreiras do que acho ser coca, tinha alguns cigarros de maconha, dois loló - onde um estava na metade e o outro cheio -, uma seringa que aposto que tinha heroína dentro, havia também garrafas de Rum, Vodka e Dream. Olhei para Felipe e meu coração errou uma batida, assim como minha respiração ficou intercalada. Ele tremia na cadeira enquanto saia espuma da boca, não demorou muito e senti as lágrimas descendo por minhas bochechas.

-VOCÊS DOIS! VENHAM AQUI, AGORA!- gritei em puro desespero e entrei na sala paralisando em frente ao Felipe sem conseguir fazer qualquer coisa que fosse.

Logo os dois entraram na sala e arregalaram os olhos quando viram a situação do feche.

-Vai caralho, pega ele para levar no postinho!- falei com os nervos à flor da pele e sai da sala correndo em direção ao carro com eles ao meu encalço.

Abri a porta traseira e eles o colocaram de lado, mal agradeci e entrei no banco do motorista cantando pneu para o postinho.

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