Capítulo 28

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-Ah não Rafa! Deixei meu colar em casa.- falei revirando minha bolsa, abrindo todos os bolsos possíveis e virando ela de cabeça para baixo, fazendo tudo cair no meu colo. 

Bufei frustrada e irritada vendo que ele não estava ali, abri o porta luva e também não estava lá. Olhei para o Rafa fazendo bico, mas ele negou com a cabeça.

-Não vou voltar não, Mandada. Já faz duas horas que estamos na estrada se eu voltar agora a gente vai se atrasar.- falou sem me olhar e eu suspirei.

-Mas Rafa, é o meu colar!

-Mas Naty, são duas horas de estrada!- falou se divertindo e eu fechei a cara.- Fica assim não Floquinho quando a gente voltar você pega ele, tenho certeza que ele não tem pés para sair andando por aí.

-Ridículo, palhaço!- me virei para frente e comecei a jogar os bagulhos de volta na bolsa de forma nada delicada.

Mais que caralho! Eu jurava que tinha colocado ele na minha bola, que merda de memória é essa minha?

Respirei fundo algumas vezes tentando me acalmar enquanto amaldiçoava ter que passar tanto tempo em um carro porque aqueles filhos da puta não queriam vir para o Rio pra fazer a merda desse batismo, sendo que agora eu poderia está tomando uma cerva ou comendo chocolate, não pera, chega de chocolate por esse mês. Rafael está tentando me transformar uma baleia de tanto doce que ele me dá.

-Não fica assim Preta, prometo comprar bombom quando a gente chegar lá.- descansou a mão na minha coxa exposta.

Fiz careta e neguei, mas logo depois assenti. 

-Você tem que parar de me dá essas coisas cheias de calorias.- ele me olhou com um sorriso debochado.

-Tem certeza?- neguei e acabamos os dois rindo.

●●●

Nunca fiquei tão entediada na minha vida como fiquei nesse tal de batismo. Me fizeram decorar um pá de coisa e prometer umas outras mil na frente de todos os outros sócios, ou melhor, conselheiros. Fiquei ciente de todas as punições e descobri que meu pai era o tesoureiro, ou seja, serei a nova tesoureira e pelos próximos dois meses ficarei sob supervisão do antigo tesoureiro que vai me ajudar a adaptar ao meu novo "emprego".

Me forçaram a fazer duas tatuagens, uma com as siglas PJL onde mandei tatuagem atrás da minha orelha com a melhor letra existente, já que esses filhos da puta não especificaram o tamanho, ela representa que participo do CV e tenho que honrá-la. A outra foi uma alerquina com arma, que foi tatuada nos meus quadris, pequena também e acredita que tive que tatuá-la só porque sou mulher para dizer que sou do tráfico? Como se a porra dessas letras não valessem nada!

Me controlei legal para não abrir minha boca quando fiquei sabendo disso e tenho certeza que se não fosse pelo branquelo ali do meu lado, não tinha só falado como ido para cima deles, o medo que senti de ambos na primeira vez que estive aqui desapareceu em um piscar de olhos e me sentia adorável por causa disso.

Depois de muito blablabla marcando dia e horário da reunião que, seria assim que eu conseguisse cuidar do patente sozinha e sendo avisada que o antigo tesoureiro ia com a gente, mas em outro carro, pude enfim comer alguma coisa estava brocada e estressada ao máximo depois disso tudo e nada melhor que comida para melhorar.

-Tem uma coisa boa nisso tudo, Loiro.- falei divertida e dei mais uma mordida no meu X-burguer. Ele arqueou uma sobrancelha enquanto tomava a coca.

-Ah é, qual?

-Agora eu posso fazer você e o Ret de escravos e nenhum dos dois pode fazer nada.- disse animada e ele riu negando.

-A gente te denuncia.

-Eu mando matar vocês antes que consigam abrir a boca.- ele colocou a mão no peito fazendo drama e me olhou aterrorizado. 

-Nossa Floquinho, você teria coragem de fazer isso com o maravilhoso do seu marido?- sorri debochada e ele riu.- Você não vale nada.

-Mas você me ama.- me curvei sobre a mesa e beijei seus lábios, quando ia aprofundar o beijo o celular dele começou a tocar me fazendo revirar os olhos e se afastar.

Ele fez careta olhando para a tela do aparelho e atendeu logo em seguida.

-Qual foi, Ret?- revirei os olhos mais uma vez, sério Felipe?

Rafael ficou calado enquanto o Felipe falava e vi aos poucos sua expressão mudando, uma mistura de irritação e preocupação. Arquei uma sobrancelha para ele e me inclinei na sua direção tentando ouvir o que o Fêh falava, mas assim que me inclinei o suficiente Rafael começou a falar.

- Vamos sair daqui agora, valeu irmão, fé aí.

Fiz careta e encarei o Rafa esperando ele abrir a boquinha linda.

-Invadiram nossa casa e pelo que Felipe falou o negócio foi feio. - arregalei os olhos na mesma hora e fiquei ereta.

-Como assim, Rafael? Não fica um pá de segurança lá em casa?- meu coração começou a ficar pequeno já pensando em meu colar, que ele continue onde quer que eu tenha colocado. 

-Não tô sabendo de muita coisa, Felipe não me deu detalhe algum.- falou nervoso e eu inclinei a cabeça.

-Alguma coisa importante naquela casa que eu deveria saber?- perguntei desconfiada e ele engoliu em seco se levantando. 

-Se você deveria saber ou não eu já não sei, mas que é importante é.- falou seco começando a andar rápido em direção ao carro e tive que da uma corridinha para poder acompanhá-lo.

-Papéis?- chutei e ele afirmou sem olhar para mim perdido em pensamentos com a mandíbula travada e os ombros tensos.

Nem falei mais nada, apenas me sentei no banco do carona, passei o cinto e fiquei quietinha enquanto ele entrava na estrada e falava com alguém dizendo que estávamos indo embora. Não demorou muito e um carro apareceu atrás da gente, me virei para ver quem dirigia já com a neurose apertando minha mente.

-Fica sussa que é o cara lá que vai te ajudar.- falou tentando se controlar e eu suspirei aliviada voltando a me aconchegar no banco.

Dei uma última olhada para o Rafa antes de pegar um livro dentro da minha bolsa e continuar a ler de onde tinha parado. Eu que não vou puxar assunto com ele, sei perfeitamente que ele está se controlando para não jogar a raiva em cima de mim.

O impressionante é que todas as vezes que a gente vem pra cá acontece alguma coisa para o clima ficar tenso.

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Não falei que não ia demorar muito? Não consigo parar de escrever e fico ansiosa para postar os cap, foda viu! Bom pra vocês né, que conseguissem capítulos novinhos?! Kkkkk
Mas fala pra tu, não garanto capítulo frequentemente não!

Aliás, muito obrigada pelas mensagens que vocês deixaram, o apoio que vocês dão é tão importante velho! Serão fico mó feliz lendo e vendo o carinho de vocês, amo ocês demais, cês não tem noção!

Maratona 1/5
25 comentários pra tia aqui ficar felizinha?

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