Capítulo 23: Parte 4

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(Quantidade grande porque o Cap é grandinho e vocês não bateram a outra meta e eu queria postar!)

Ele respirou fundo e tomou coragem de olhar para mim, vi seus olhos marejados e isso me fez ficar com mais raiva ainda. Ele mente e ainda tem coragem de chorar?! HIPÓCRITA!

-Eu sei desde que seu pai morreu.- sou pega de surpresa e sinto como se uma faca estivesse me perfurando.

As lágrimas insistem cada vez mais em cair e sinto um bolo se transformando em minha garganta e meu coração parece grande demais para caber no meu peito.

-Isso já faz doze anos, Rafael. A PORRA DE DOZE ANOS!- passo as mãos nos cabelos nervosa.- Por que eu tenho que me casar com você? Aliás, eu não vou me casar!

-Seu pai e o meu fizeram um acordo, uma espécie de contrato que, eu me casaria com você para te dar segurança. Pelo que eu fiquei sabendo seu pai tinha medo de te deixar sozinha e algum mal te acontecer, até porque não é fácil ser filha de um dos sócios do CV e herdeira...- o interrompi.

-Meu... meu pai sócio do CV? Não, isso é mentira!- minha voz saiu embargada e cada vez mais sentia a tristeza me corrompendo.

-Também foi um surpresa para mim quando eu soube, mas todos os feches confirmaram.

Na mesma hora várias lembranças chegam a minha mente e começaram a fazer sentido. A gente viajava demais e nunca ficavam no asfalto, quando eu perguntava o porque eles sempre falavam que era o melhor para todos, que as outras casas eram perigosas.

Olhei de novo para o Rafael e dessa vez meu peito começou a doer mais quando me toquei de algo.

-Rafael você só se aproximou de mim por causa disso, não foi? - as lágrimas começaram a descer e não deixei que ele me respondesse.- Mas é claro que sim! Eu deveria ter percebido, era muita bondade para uma pessoa só! Sempre estava comigo, principalmente nos momento ruim para me consolar, mesmo sabendo que eu tinha um namo...- olho espantada para ele.- Felipe sabia disso tudo?- ele nega.

-Não sabia e não sabe.

Dessa vez a raiva se mistura com a tristeza e eu me levantei cheia de raiva.

-Como você pôde fazer isso com ele? Ele te considera como irmão, Rafael, e tu faz a porra de uma triagem como essa! Que tipo de lixo você é? E todo esse caralho no último mês, fazia parte da merda desse seu joguinho? Como você teve coragem de me usar dessa forma, Rafael?- não me importava mais com as lágrimas que caiam, eu precisava chorar para deixar pelo menos um terço do que estou sentindo sair.- E QUEM PORRA É TEU PAI? Tu sempre me falou que ele estava morto pra você, que ele era a pior pessoa do mundo!... Por que você e não o Felipe? Até porque naquela época você não passava da merda de um vaporzinho não teria como me dar segurança e meu pai não era vidente para saber que você ia virar sub, já o Felipe meu pai estava ajudando a ser o próximo dono do Morro, isso não faz sentido, exceto o fato do meu pai nunca apoiar meu relacionamento com o Felipe.

Sentia o nó na minha garganta aumentar cada vez mais e as lágrimas não paravam de descer. A PORRA da minha vida foi uma grande mentira desde o início!

Rafael se levantou de supetão e parou na minha frente com a postura tensa e os olhos cheios de raiva. A única com o direito de ficar brava aqui, sou eu!

-Não diga coisas que você não sabe, Natacha!- indagou com os dentes trincados e eu cruzei os braços enquanto as lágrimas caiam.- Nunca usei ninguém, nunca fiquei perto de você só por causa desse contrato que eu não fazia a menor ideia da existência quando te consegui. Fiquei contigo porque desde o dia que te vi senti atração por você, depois de te conhecer foi aumentando até eu perceber que estava apaixonado por ti...

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