Um mês já se tinha passado e sabe quais foram as novas pistas de quem roubou meu colar ou invadiu nossa casa? Zero! Eles procuravam de todas as formas, mas parecia que andava em círculos sempre voltando para a estaca zero, e isso está me irritando muito, na verdade eu estava irritada com muita coisa e o filho da puta do Eduardo não ajudava em nada. Ele é ótimo no que faz, mas não consigo mais suportar ele! E para melhorar o Rafael também não está nos melhores dias, está um estresse do caralho também então já viu né? Ele mal vem pra casa e quando vêm não abre a boca, mas quando abre a casa quase cai porque é ele falando de um lado e eu gritando do outro. Parece até engraçado, mas tá cansativo pra porra e eu não coloco a culpa nele não porque tá osso para os dois.
Uma coisa maravilhosa em todo esse mês foi que o filho da puta do Ricardo nunca mais deu as caras, e juro que se ele fizer isso para infernizar a vida da Luh eu mesmo mato ele!
Escutei meu celular tocar e assim que peguei ele vi uma mensagem da Alex.
"Naty, você pode ir na casa da minha mãe e pegar umas roupas pra mim?"
Franzi a testa e li a mensagem novamente antes de responder.
"Ué? Aonde você tá?"
"Não te falei? Tô morando com o Bruno e briguei com minha mãe sabe? Não quero ver a cara dela por enquanto."
Arregalei os olhos na mesma hora, nossa, dessa eu não sabia. E como assim ela brigou com a mãe? Nos meses que ela já passou aqui é impossível não ver como ela é apegada a mãe. Não deve está nem um pouco fácil pra ela.
"Faz tempo que você se mudou?"
"Um mês e pouco. Tentei te falar, mas você estava ocupada."
Na hora me senti culpada, no último mês aconteceu tanta coisa que não tive tempo para falar com ela e saber como estava em relação a se mudar.
"O mês estava um caos pra mim, desculpa minha linda."
"Que nada, eu entendo… você pode ir pegar umas roupas pra mim."
"Claro, quais?"
"Pode trazer as que estiverem mais a vista, não me importo muito."
"Certo!"
Me levantei da cama muito contra gosto e calcei minhas havaianas, hoje fui abençoada em não ter que ver a casa do Eduardo, rolou uns bagulhos aí e ele teve que ir resolver, nunca agradeci tanto por um problema. Peguei meu celular e sai do quarto ajeitando minha roupa. O Rafa tinha saído já fazia um tempinho e eu como não tinha nada pra fazer fiquei na cama, até agora.
Como a casa da mãe dela não era muito longe fui caminhando mesmo, mas me arrependi quando o sol começou a bater na minha testa e minha cabeça começou a doer, fora que eu tinha que descer umas escadas.
Quando cheguei na goma quase que pulei de felicidade, bati na porta e logo a coroa veio me atender com toda a carismática e alegria dela, impossível não gostar dessa mulher. Mal entrei na casa e ela já foi me puxando pra cozinha e colocou um pá de comida na minha frente, tinha suco, café, bolo fofo, bolacha, doce, queijo... E eu fiz o que? Aceitei é claro, quem já viu negar alguma coisa para uma senhora tão bondosa como ela?
Eu já tinha comido tanto que minha barriga estava pra explodir e ela ainda estava empurrando comida pra mim, se é louco?
-Agradeço muito coroa, mas não entra mais nada aqui não.- rir e ela me acompanhou.- Posso pegar as roupas da Alex, agora?- na mesma hora os olhos dela ficaram triste e mal sustentou o sorriso, ela também estava mal com isso, as poucas vezes que toquei no nome da Alexandra ela ficava triste e mudava de assunto.
-Pode sim, minha filha. Fique a vontade.- assenti e andei até o quarto dela.
Depois que consegui achar uma bolsa grande o suficiente comecei a colocar as roupas dentro. Primeiro as calças, depois os shorts, blusas e estava na gaveta dos vestidos quando simplesmente paralisei e deixei o vestido que estava na minha mão cair. Pisquei os olhos algumas vezes porque aquilo só podia ser uma miragem, mas quando vi que ele realmente estava ali senti meu coração doer e não foi de felicidade.
Me sentei na cama para não cair e senti as lágrimas caírem do meus olhos, a sensação de ser traída e enganada novamente era como se socos e mais socos estivessem sendo dados no meu estômago, me deixando sem ar. Assim que peguei o colar nas mãos e pude ter certeza que ele realmente era real, tudo piorou.
As lágrimas desciam com mais vontade, minha cabeça parecia que ia explodir e meu coração se apertava cada vez mais no meu peito e um nó inexplicável se formou na minha garganta, deixando tudo ainda mais insuportável.
Esse será meu carma para o resto da vida? Acreditar nas pessoas, se tornar amigas delas, confinar para depois elas simplesmente me machucaram e me magoarem assim? Até quando eu vou aguentar isso?
Não sei porque ainda tento fazer isso, me agarrar na ideia que um dia poderia realmente dá certo, quando eu vou perceber que isso não é pra mim? Não vai demorar muito até a Lucrécia, Samuel ou Rafael fazerem a mesma coisa, é só questão de tempo, sempre foi! E no final eu sairei quebrada, magoada e destruída como sempre. Devia ter parado de pensar em confiar em alguém desde a primeira vez que fui enganada, estava na cara que aquilo era um aviso para o que viria para frente se eu continuasse com a tola ideia de confiar nas pessoas.
Como eu sou burra!
Olhei mais uma vez para o colar e um soluço alto saiu da minha boca, encadeando vários outros e chamando a atenção da coroa que logo apareceu no quarto com o semblante preocupado, ou eu pelo menos eu acho, não conseguia ver muito bem o rosto dela. Meus pensamentos estavam longe demais lembrando de todas as inúmeras vezes em que já fui magoada e realmente chegando a conclusão que fui muito burra e idiota, por realmente achar que ia dá certo.
Está claro que nunca vai!
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Envolvida✔
Teen Fiction+16 Cinco anos haviam se passado desde que Natacha foi presa, e agora o que queria era apenas voltar para casa e para o aconchego de seus familiares; retomar a vida de onde parou ao lado do marido e do melhor amigo. Só não esperava que o mundo tives...