Um mês depois
Vou listar exatamente o que aconteceu nesse último mês e colocar em negrito o que não sai da minha cabeça.
1° Meu emprego é até que legal, me dou super bem com as meninas que trabalham aqui. A parte ruim é que tem as patricinhas que só querem ser merda e o gerente que não para de dar em cima de mim!
2° O Rafa mal olha para minha cara ou fala comigo, e fala pra tu isso me magoa pra porra!
3° Amanda é uma ótima companhia! Até chamaria de amiga ou coisa do tipo se não fosse por minhas experiências nessa área. Ela vai viajar hoje para trazer a filha dela, tudo indica que ela vai morar aqui lá no Vidigal, parece que deu B.O onde ela morava.
4° Felipe está me negando fogo e tem missão demais para o meu gosto. E convenhamos, eu não sou nenhuma idiota para não suspeitar que ele tem uma amante. Só não falei nada porque eu trabalho com provas!
Enfim, o meu expediente está acabando e eu não vejo a hora de chegar em casa, tô muito cansada. Por que adivinha? Dormir mó tarde esperando aquele filha da mãe que foi para uma missão e quando chegou só se jogou na cama COM O CABELO MOLHADO! Sendo que ele não tomou banho, mas estou só aguardando esperando a primeira oportunidade de ter provas. Porque se isso não for uma traição eu não sei o que é!
E não vou mentir dizendo que eu não queria que fosse outra coisa, porque sim, eu queria que fosse por outros motivos mesmo que fosse surreais, pelo menos não ia ser uma traição. Só de pensar nisso já fico magoada, machucada e traída de todas as formas.
Dói pensar que nós lutamos juntos, construímos nossas vidas para ele e outra mulher simplesmente destruírem como se fosse um castelinho de areia.
Então sim! Ainda tenho esperança de que não seja uma traição! Porque mesmo não querendo, já deixei algumas lágrimas caírem de só pensar nisso!
Assim que o nojento do meu gerente veio falar que o meu turno havia acabado e aproveitou para dar em cima de mim, eu praticamente pulei de alegria só em pensar que enfim poderia ir para casa!
Me despedi das meninas e sai da loja, logo depois do shopping. Entrei no carro e meti o pé para o Morro. Quando passei pela barreira um dos vapores já foi pegando o rádio e falando para o Lipe que eu havia chegado, como se eu fosse um prisioneiro que precisava ser monitorado. Tudo bem que algumas coisas são para meu próprio bem, pelo fato de ter me casado com um traficante, mas poxa! As vezes é chato e cansativo.
Fui o mais rápido que podia e logo cheguei em casa, nem perdi tempo, só me joguei no sofá e peguei no sono.
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Mãos acariciavam meus cabelos e beijava minha clavícula, me fazendo adorar aquele carinho maravilhoso. Abri os olhos e o Lipe me olhava com carinho. Sorri sem mostrar os dentes e fechei os olhos aproveitando aquela sensação de paz.
-Fêh?
-Hum?- me puxou para o meio das pernas dele e me encostei no peito dele.
Assim que ia falar ligaram para ele e me contive, fiquei quietinha fazendo círculos com a ponta do dedo na mão dele, enquanto ele falava no celular.
-Me chamaram para uma pelada lá na quadra, vamos?- perguntou animado e eu assenti resolvendo deixar isso para outra hora.
-Eu vou assim mesmo.- falei apontando para o meu corpo e ele me deu um beijo na cabeça.
-Você fica linda de todo jeito, Naty.
-Só está dizendo isso, para eu não ter que ir me arrumar e demorar.- ele soltou um riso e bati no braço dele.- Olha que eu faço isso de propósito!
-Faz nada!- acabei sorrindo e saímos de casa se mãos dadas.
Descendo o morro até a quadra desse jeito e atraímos vários olhares, dos quais alguns me deixaram desconfortável. Não tinha muita gente na quadra, apenas os trafica que iam jogar, que já estavam dentro da mesma e nas arquibancadas suas respectivas mulheres e algumas putas.
Olhei ao redor e achei estranho o fato do Rafa não está aqui, que eu me lembro ele nunca faltava uma pelada, até porque ele ama. Mas nem rendi muito, me sentei em uma das arquibancadas um pouco afastada de todo mundo, até porque não tenho intimidade com ninguém aqui e não vou forçar nada.
O Felipe me entregou os ouros, o celular e deixou a chinela do meu lado junto com a blusa. Acho tão lindo o fato dele ir jogar sem chuteira para ficar sem as pontas dos dedos e depois eu ter que ir cuidar dele.
-Se liga que eu vou fazer um gol pra ti!- falou com aquele sorriso sedutor dele de deixar qualquer uma de calcinha molhada.
Me deu um selinho e meteu o pé entrando na quadra de areia. Fala pra tu, meu marido é gostoso pra porra, mas tem cada gostosinho aqui que se eu não tivesse o meu eu pegava.
Não demorou muito e eles começaram a jogar, o Lipe parecia um moleque de tão animado que estava e eu sorri como uma boba olhando para ele.
Não demorou muito e ele conseguiu fazer o gol, olhou para mim e apontou vindo em minha direção logo em seguida, enquanto eu sorria como uma retardada. Segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um selinho demorado. Logo voltou para a quadra e continuaram o jogo.
Era momentos como esse que eu não conseguia acreditar que ele estava me traindo, era muita cumplicidade entre a gente.
Desviei minha atenção da quadra quando o celular dele vibrou e vi que era uma mensagem do Whatsapp. Não sou do tipo de esposa louca que vive xeretando o celular do marido, mas dada a situação dos últimos dias não consegui me conter. Desbloqueei o celular e desci a barra de notificação arqueando a sobrancelha e sentindo uma angústia no peito.
Era de um número não registrado, mas eu conhecia bem aquela foto do perfil e foi justamente os emojis que me deixaram angustiada, era íntimos demais para meu gosto. Apertei em cima da conversa e então mais apareceram, me deixando totalmente chocada com as últimas conversas.
"Você precisa vir, Fêh!
Ela não para de perguntar sobre você e falar que quer te ver!
Você tem que entender que ela está acostumada a sempre está com você ao lado dela.""Eu sei minha preta, vou da um jeito de ir ver minha princesa.
Mas já vou dizendo que não vai ser fácil não!
Já tive que inventar que ia para uma missão ontem para ir ai ficar contigo, não sei o que vou falar dessa vez não, mas dou meus pulos.""Te amo!
😍❤"
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Envolvida✔
أدب المراهقين+16 Cinco anos haviam se passado desde que Natacha foi presa, e agora o que queria era apenas voltar para casa e para o aconchego de seus familiares; retomar a vida de onde parou ao lado do marido e do melhor amigo. Só não esperava que o mundo tives...