Capítulo 24: Parte 3

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Me joguei no sofá cansada e o Rafa olhou para mim como se perguntasse se eu queria definir, mas apenas neguei e ele começou a discutir com o Tito enquanto eu me perguntava onde os outros três que estavam presentes em minha sala se meteram e o mais importante, se eles viram algo do maravilhoso show que nós dois fizemos.

Onde eu estava com a cabeça, quando fui tão descuidada assim? 

Suspiro frustrada e começo a procurar meu celular com os olhos, preciso saber onde a Lucrécia se meteu. Porém antes que eu pudesse fazer alguma coisa a porta é aberta e os três entram de uma vez só.

Ela olha um pouco hesitante para o Rafa e o Tito que, a alguns segundos estavam em uma conversa bem "animada". Lucrécia me jogou um sorrisinho sacana e tenho certeza que fiquei vermelha. Samuel olhou sério para os dois e eu rezei para ele ficar de bico fechado, Tito não seria tão paciente como Rafael.

-Já que terminamos vou meter o pé.- se levantou, sorriu malicioso, mordeu os lábios para mim e se virou para ir embora, olhei para os outros dois homens e não sabia que estava mais propício de ir para cima do Tito.

Porém ambos se controlaram e eu suspirei avaliada, posso lidar com isso, mas não com o fato de uma morte.

-Por que está tão vermelha, Natacha?- Lucrécia perguntou inocente, mas seus olhos mostravam o contrário.

Logo três pares se viraram em minha direção e corei mais ainda, merda! Você me paga Lucrécia!

Sammy me encarou sério e com os braços cruzados, o Rafael malicioso, Mia achando graça e Lucrécia se divertindo às minhas custas.

-Não que seja da conta de vocês!- me virei e fui até a cozinha atrás de comida enquanto escutava as gargalhadas da Luh. 

Vou enfiar esse biscoito goela abaixo nela!

-Ei fiota, não pode meu oreo não!- falou vindo na minha direção, mas rodeei a mesa e coloquei dois biscoito de uma vez na boca.

Se tinha uma coisa que Rafael não aturava era que pagassem em seus oreos. Mas tu liga? Porque eu não.

-Natacha!- aumentou o tom de voz e eu fiz a egípcia.

-Eu também quero, titia!- Mia falou animada e andou até minha direção por debaixo da mesa.

Quando ela ficou do meu lado, dei dois biscoito a ela e os olhos da garota se iluminaram, enquanto o Rafa só faltava matar a gente.

●●●

Os três tinham acabado de irem embora, claro que o Sammy começou a me dá uma aula sobre os perigos de morar aqui e como era sensato que eu fosse com eles para o apartamento. Porém, com toda a paciência que eu não tenho falei para ele não se preocupar que, eu tinha tudo sobre controle. E melhor ainda, nenhum tinha visto a cena que o Rafa e eu proporcionamos, segundo Lucrécia ela saiu e puxou o resto consigo, quando percebeu os olhos dele na minha boca e o desejo nos meus.

Com certeza coisa da imaginação dela.

O Rafa debochou devido aos últimos acontecimentos e tive vontade de deixar ainda mais marcado o rostinho dele, porém para me vingar deixei que a Mia levasse três pacotes de oreo, o que fez o Rafael inchar de raiva e quase ir para cima da criança.

-Eu vou indo.- abri a porta para sair, mas escutei voz dele me chamando. 

Respirei fundo, mas sem fazer barulho e me virei para ele observando que estávamos em uma distância consideravelmente segura para não cair nos encantos dele. 

Porra!

Isso ainda era muito estranho, a alguns meses atrás não o via como um homem de fato, Rafael era como um irmão. Sempre soube, é claro, que ele é bonito e gostoso, mas nunca senti desejo por ele como sinto agora.

Chega a ser frustrante.

-Você não vai querer saber para quando ficou?- era tanta coisa que até tinha me esquecido dessa merda.

-Para quando?

-Daqui um mês.- arregalei os olhos.

-Mas… Mas porque tão rápido?- ele deu um meio sorriso.

-Eles estão apressados.- ficamos em silêncio enquanto eu me perdia nos meus pensamentos, até que ele o quebrou.- Você ainda está com raiva de mim?- disse com o tom de voz baixo.

-Não sei o que de fato estou sentido, Rafa, só vamos deixar isso fluir.- dei um sorriso sem mostrar os dentes e saí da casa.

●●●

No outro dia me acordei mais disposta e me arrumei para meu lindo e maravilhoso trabalho, percebesse a ironia, né?

Como hoje estava com preguiça de ir descendo a pé, peguei minha moto e subi na mesma piando para o bar.

Cheguei lá, dei bom dia a todos e já tinha umas pessoas bebendo, ou seja, puta e traficante. Coloquei meu avental e fui até um dos dois grupinhos que tinha quando eles me chamaram, mas já não gostei quando um deles olhou malicioso para mim. Paguei a egípcia e fui atender eles com educação, porque tá cedo para eu me estressar.

Anotei o que eles pediram e assim que fui sair senti a mão do desgraçado na minha coxa, mas nem falei nada, deixa ele fazer de novo pra não ver se eu desço o soco na cara desse lixo humano.

Peguei a bandeja com as bebidas e os tira gosto e assim que conhecei a andar na direção da mesa, vi o Rafa do outro lado da rua andando na direção do bar. Cheguei até o meu destino e comecei a colocar os bagulhos na mesa sentindo o fudido de merda olhando para minha bunda. Fiquei ereta para mostrar como se fica cego com um simples soco, mas colidi com uma parede de músculos atrás de mim e um braço passando pela minha cintura, me apertando forte demais.

Olhei para baixo e reconheci as tatuagens do Rafa, me mexi tentando me soltar dele, mas o filho da mãe me apertou mais ainda e se existisse algum tipo de espaço entre nós tinha acabado naquele momento. Virei minha cabeça olhando serinha para ele, mas o Rafa tinha os olhos preso no fudido a minha frente que, estava com os olhos arregalados, pálido e começando a suar.

Frouxo!

-Por que tu passou a mão nela?- perguntou sério e posso apostar que também com um olhar assassino.

-Des-desculpa Loiro, nã-não sabia que ela estava contigo.

-Depois a gente conversa.- quase rosnou e eu revirei os olhos. 

Ele soltou minha cintura e quando pensei que estava livre, Rafael começou a me puxar para fora do bar me levando pra uma viela.

-Que porra é isso? Me solta tiu, sou de ficar em viela não e o que foi aquilo? Estava tudo sobre controle!- ele riu debochado.

-É claro que estava. Tu tá no meu nome mandada, vou deixar ninguém passar a mão em ti não.- gargalhei alto.

-No teu nome? Tô no nome de ninguém não fi, nunca ouvi pedido de namoro ou casamento não, e olha que a gente vai se casar em um mês!- ele sorriu malicioso.

-Casa comigo?

-Não!- ele arqueou uma sobrancelha.

-Não? Acho que essa é a resposta errada e não me nega não, vai que tu perde esse gostoso do caralho que eu sou.- sorriu sacana e me perdi por alguns segundo nos lábios dele.

-Tem muitos gostosos por aí.

-Mas eu sou único e todinho seu.

Mordeu meu lábio inferior com força antes de segurar minha bochecha e lascar um beijo maravilhoso na minha boquinha.

Envolvida✔Onde histórias criam vida. Descubra agora