Capítulo 32

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PH se levantou rápido da cadeira e foi para cima do Coringa distribuindo vários que foram devolvidos.

-EU SABIA CARALHO, QUE TU TINHA SE METIDO EM ALGUMA COISA! FILHO DA PUTA! COMO TU TEM CORAGEM DESGRAÇADO?- gritou desferido mais socos e eu tive que puxar uma cadeira e me sentar rápido da tontura que senti.

Merda, eu devia ter comido alguma coisa.

-Tudo bem?- Rafa perguntou e eu assenti me levantando logo depois.

Olhei para os dois que ainda brigavam, ou melhor, o PH batia no Coringa que já estava com o rosto desfigurado.

-Será que eu posso ficar com ele ainda vivo?- perguntei estressada ganhando a atenção dele.

-Mas é claro.- disse debochado e saiu de cima do corpo quase sem vida.- Faça bom proveito.- puxou o vice com ele e a passos pesados saiu da sala.

Acho que não fomos os únicos a sermos vítima dele. Ando até ele que ainda está consciente e me abaixo ficado perto do seu rosto.

-Por quê?- perguntei séria e ele riu.

-Você era um empecilho, minha vida já estava toda traçada e bastante agradável. Meu filho seria o tesoureiro e juntos iríamos conseguir desviar dinheiro. Teríamos muito mais dinheiro em nossos bolsos. Tentei de todas as formas te destruir, te tirar do meu caminho e consegui por maravilhosos dois anos, mas aí tudo foi por água abaixo quando eu soube que assim que se casasse com o merdinha aí teria o patente. Infelizmente só fiquei sabendo disso um dia antes do acontecimento, eles estavam sendo totalmente restritos queria o mínimo de pessoas sabendo deste feito. Depois disso complicou ainda mais, tentei matar ele porém o rapaz sempre foi esperto demais, nunca saia do morro e a única coisa que o deixa fraco é você, só que você foi bem mais forte do que eu pensei, querida, frustrando todos os meus planos.- senti outra tontura e fechei os olhos com força. Preciso comer alguma coisa urgentemente. 

-Pipoca e Amendoim, prende ele e coloca no porta malas do carro.- disse me levantando e os dois logo me obedeceram.- Vamos, eu preciso comer alguma coisa.- puxei o Rafa que passou o braço pelos meus ombros e eu o meu pela sua cintura. 

Saímos da casa e logo o ar fresco junto com o solzinho da manhã bateu em meu rosto melhorando um pouco meu humor. Começamos a andar em direção a lanchonete até que vejo uma menina com um algodão doce na mão e minha boca salivou.

-Ei princesa!- a chamei e ela me olhou um pouco assustada, mas mesmo toda tímida chegou até nós com os bracinhos para trás e a cabeça baixa.- Você pode me dizer onde comprou o algodão?- perguntei me abaixando na altura dela. A moreninha sorriu para mim e apontou para um carrinho alguns passos à frente.- Obrigada gatinha.- ela se virou rapidamente e correu para algum lugar, me fazendo sorrir de lado.- Você trouxe dinheiro né Rafa? Porque eu necessito comer um algodão doce.- o encarei e o mesmo me olhava de forma estranha, inclinei um pouco a cabeça e ele assentiu.

Peguei na mão dele e o puxei até o carrinho.

-Bom dia seu moço.- disse sorrindo e ele devolveu um sorriso simpático.

-Bom dia moça bonita, no que posso ajudar?

-Ah, você pode me dar uns cinco algodão, cada um de uma cor.- disse animada olhando para as nuvens e pensando delas desmanchando em minha boca.

Senti o Rafa passar os braços pela minha cintura e olhei para ele onde encontrei o mesmo olhando para um grupinho de garotos skatistas que passava e não tirava os olhos da gente. Prendi o riso e voltei a olhar para o senhor que também percebeu e tinha um sorriso discreto. Baixei os olhos para nossos dedos e sorri de lado olhando nossas alianças, me encostei no Rafa e por alguns segundos esqueci de toda essa loucura que minha vida se transformou. 

Não demorou muito e logo estava com os meus cincos algodões doces nas mãos. Esperei o Rafa pagar e voltamos a andar até a lanchonete.

-Que?- perguntei estendendo a mão e ele pegou todo, devorando-o em poucos segundos.- Era só uma mordida.- resmunguei enquanto comia o de cor verde.

-Olha o egoísmo, senhora albina.- dei língua e ele riu.

Nos sentamos na mesa da lanchonete e ele já foi pegando o cardápio, mas não tirou os olhos de mim.

-Sei que sou uma tentação, mas a comida que você vai comer está no papel aí!- disse divertida.

-Floquinho, você tá grávida?- se eu achava impossível me engasgava com algodão doce me enganei amargamente enquanto tossia e tentava respirar. 

-Quê? Por quê? Por acaso está me chamando de gorda, Rafael?- perguntei séria e ele sorriu debochado.

-Ah não, isso foi só no ensino médio.- fechei ainda mais a cara.

-Não me lembre disso!

-Você estava com quase 90 quilos, Floquinho.- suspirei e perdi a vontade de comer.

-Falei pra você não me lembrar, palito voante! Você sabe o quanto sofri bullying, Rafael. Que merda.- pisquei várias vezes tentando afastar as lágrimas quando as lembraças vieram em minha mente. Vi o traste fazer menção de se levantar, mas o impedi.

-Não queria te deixar triste, Princesinha. Só te perguntei porque vi que o bagulho lá continua intacto em nosso banheiro e não vi você comprando outro. Tem também essas tuas tonturas e desejo de comer, além de você assistir dez episódios de ursinhos carinhosos sendo que odeia.- disse preocupado e eu dei de ombros.

-Não acho que estou, minha menstruação sempre foi desregulada já passou quatro meses sem vir, depois do anticoncepcional regularizou um pouco. As tonturas são culpa da falta de alimentação, porque convenhamos nos últimos dias não ando comendo muito e desejo de comer eu sempre tive, mas fica sussa assim que a gente chegar eu faço o teste.- ele assentiu e eu sorri de lado vendo ele procurar alguma coisa no cardápio.

O Loiro sempre quis ter filhos, um sonho que eu sei desde que a gente ficou amigos e admiro muito, até porque eu também quero, né? Mas de verdade não acho que estou grávida, certo que ele não usou camisinha e mesmo sempre gozando dentro eu tomo anticoncepcional e de quebra algumas vezes a pílula. Além de não ser o exato momento para uma gravidez.

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