Acordei cansada e com minha cabeça doendo, logo escutei o som de água caindo do chuveiro. Revirei os olhos e fiquei deitada na cama por alguns segundos apreciando o céu pela porta de vidro da varanda. Peguei meu celular e vi que era sete e quarenta, mas estava sem coragem de me levantar, até porque não tenho nada para fazer.
O Felipe saiu do banheiro com uma toalha amarrada na cintura e algumas horas de água descendo pelo peito cheio de gominho dele. Gostoso.
Ele me deu um sorriso amarelo e eu fechei a cara, olhei para a mão dele e dessa vez estava com a aliança. Felipe respirou fundo e jogou a toalha que enxugava os cabelos no chão.
-Desculpa, princesa. As coisas na boca estavam me tirando do sério, era pra ser só uma carreira, mas não consegui me controlar.- falou realmente arrependido, mas não vou aceitar tão fácil assim não.
-Primeiro, pode pegar a toalha do chão. Segundo, porque tu estava sem a aliança ontem a noite? E terceiro, que porra de história é essa de vapor não poder vir falar comigo? Felipe, você sabe muito bem que eu não sou essas mulheres submissas.- ele sentou na minha sempre e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, segurando meu rosto de ambos os lados.
-Não queria usar a droga com ela, seria a mesma coisa de usar com você na minha frente e você sabe que eu não consigo. E não quero eles falando contigo porque a maioria são tudo pervertido, princesa, e não quero ter que matar todos os vapores.- terminou de falar e deu um beijo leve nos meus lábios. Me fazendo relaxar um pouco.
-Só não se droga muito, Lipe, você pode ter uma overdose e pode deixar que eu sei me cuidar muito bem.- levei minha boca até a dele e o beijei com intensidade, mas empurrei ele quando o mesmo tentou me deitar na cama.- Acho que você tem que ir para a boca conferir se meu baile está nos conformes.
Me levantei da cama e passei por ele, o safado teve a audácia de lascar um tapa forte pra porra na minha bunda.
-Ai, seu corno.- sorri e corri para o banheiro quando vi ele andando em minha direção com um sorriso pervertido.
-Sai daí gostosa pra eu te mostrar o corno.
-Sai seu tarado! Me deixa tomar banho.- escutei a risada dele e entrei no box.
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Estava tomando café com o Lipe quando o fome zero do Rafael chegou e já foi se sentando, enchendo a xícara com café.
-Tem casa não?- arquei uma sobrancelha.
-Aqui a comida é de graça.
-Vou começar a cobrar toda vez que tu vinher comer aqui em casa, tá dando prejuízo fi.- o Lipe falou e o rafa fez careta, depois os dois começaram a rir e eu revirei os olhos.
Logo me lembrei da foto no quarto e me virei para o Rafa fazendo cara de paisagem.
-Aê, bonita aquela menina.- ele me olhou sem entender.- Aquela que é da tua família, que tem uma foto dela lá no quarto. Felipe deve ter gostado pra porra dela.- falei com quem não que nada com a vida.
O Rafa desviou o olhar entre o Lipe, que tinha o rosto calmo, e eu, depois de alguns segundos ele parou o olhar em mim e deu um meio sorriso.
-Ah sim, a Wendy. É filha da minha prima, mó bonita a garota né não?- assenti com a cabeça e logo o Felipe mudou de assunto.
Depois de um tempo os dois meteram o pé e eu fiquei sozinha de novo nesta casa desse tamanho.
Vou é trocar de roupa e procurar um emprego, não vou aguentar ficar sozinha aqui não.
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Passei a porra do dia inteiro procurando um emprego por aqui no morro mesmo, mas tu conseguiu? Porque eu não. Cheguei em casa mó cansadona, só fiz esquentar o macarrão de ontem, comer e me jogar na cama. Felipe me falou que não ia comer em casa, que tinha um monte de coisa para fazer lá na boca.
Dormir que nem percebi, acordei era quase sete e fiquei deitada na cama assistindo no netflix. Lipe só chegou em casa nove e pouco, me deu um selinho e passou reto para o banheiro.
-Que horas vai começar o baile?- perguntei e pausei o filme.
-Onze, mas tu sabe que só fica no fluxo lá pra meia noite, uma da manhã. Mas tu já pode ir se arrumando para vê se três da madruga tu tá pronta.- escutei ele rindo e joguei minha havaiana contra a porta do banheiro.- Olha minha porta fela da puta! Amo mais ela do que tu.
Me levantei cama em um pulo e girei a maçaneta abrindo a porta e vendo o gostoso do mesmo jeito que veio ao mundo. Contive a vontade de morde o lábio e cruzei os braços.
-Fala na minha cara!- arqueei uma sobrancelha e em um passo rápido ele saiu do box e me agarrou forte pela cintura.
Me tirou do chão e começou a andar em direção ao box.
-Não faz isso, Felipe!- falava enquanto batia minhas pernas e gargalhava. A maneira que ele estava me segurando me causava cócegas na barriga.
-Deixa de ser porquinha, é só um pouco de água! Vou até deixar a água mais quente para você!
Tentei tirar os braços dele de mim e de repente senti uma corrente de água super fria cair sobre mim, me fazendo dar um grito alto de susto.
-FELIPE!- comecei a bater com força nos braços dele e espernear mais ainda. Não demorou muito e meu queixo começou a bater de frio.
-Te aquieta louca, nós dois vamos cair!
-Me solta, Felipe. Me solta agora!- meu corpo começou a se tremer e o imbecil percebeu a brincadeira de mal gosto dele e afrouxou os braços, me virando em direção a ele.
-Desculpa, princesa. Fui um idiota, vou colocar a temperatura mais quente, ok?- neguei com a cabeça e deitei o rosto no peito quente dele, dando um soco no braço do mesmo.
-Não seu cara de puta ruim, que me matar com um choque térmico?- ele ficou tenso e me apertou em um abraço.
-O que eu faço, então?- perguntou preocupado e eu achei mó fofinho.
-Não sei, acho que deixar meu corpo na temperatura ambiente. Me ajuda a tirar a roupa.
Felipe assentiu e tirou minha blusa enquanto eu descia o short e a calcinha, fazendo o frio só aumentar.
Me virei para o chuveiro e coloquei em temperatura média, deixando a água morna cair sobre mim e me esquentar. Logo o embusquete me abraçou por trás e ficamos ali por um tempo, só sentindo a água descer.
-Pode pegar o shampoo que você vai lavar meu cabelo.
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Estava vestindo um cropped preto de renda, um short jeans, um blazer preto por cima e uma bota cano curto.
Nesse exato momento estamos entrando na quadra e praticamente todo mundo olhou para nós dois, mas não era os mesmo olhares que eu já estava acostumadas. Esses eram diferentes e conseguiram me deixar desconfortável.
-Por que eles estão olhando dessa maneira?- sussurrei me virando para o Felipe, já que eu estava na sempre com ele segurando minha mão.
-Só estão com inveja do casal criminal!- ele deu um sorriso maravilhoso e automaticamente retribui, nos guiando para o camarote.
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Envolvida✔
Novela Juvenil+16 Cinco anos haviam se passado desde que Natacha foi presa, e agora o que queria era apenas voltar para casa e para o aconchego de seus familiares; retomar a vida de onde parou ao lado do marido e do melhor amigo. Só não esperava que o mundo tives...