Encarei ela realmente não a enxergando ali, Qualé dessa mulher? Pior que chiclete não desgruda, hein!
-O que ela está fazendo aqui?- perguntei olhando para ela, mas desviei para o Rafa que levantou as mãos em forma de rendição na mesma hora.
-Nem olha pra mim fiota, chamei o Ret porque ele tá precisando comer alguma coisa que preste, mesmo que eu não confie muito na tua comida. Essa daí fez um cabaré para vir e ninguém deixou ela vim não, veio de enxerida mesmo!- semicerrei os olhos na direção dele e coloquei a mão na cintura.
-Tu vai pagar com a tua boca quando provar minha comida.
-Nossa!- a outra interrompeu.
-E você pode ir embora.- olhei para a Amanda que fazia a egípcia.
-Natacha…- Rafael começou, mas cortei ele na mesma hora.
-Natacha um caralho! Eu não quero ela na minha casa e pronto! Não sei como ainda tem a cara de pau de vir aqui como se nada tivesse acontecido e não é por causa do Felipe não, tô feliz pra caralho contigo, é só pelo fato dela pagar de boa amiga na minha cara forçando amizade que nunca devia ter acontecido e mentindo sem nem pestanejar! Então minha querida, sugiro que você saia dessa casa antes que eu te tire daqui pelos cabelos!
Ela me olhou assustada e procurou apoiou no marido que apenas negou com a cabeça, nem se quer olhando para ela. Rafael resolveu calar a boquinha e sorte a dele.
-Felipe?- chamou ele mas o mesmo negou, o que fez alguma coisa acender dentro dela já que o rosto ficou vermelho de raiva.- Cansei de ser boazinha com você. Não vou mexer um pé sequer de dentro dessa casa! Eu sou a porra da patroa desse morro, tu me deve respeito porra!- todo mundo arregalou os olhos, mas nem me abalei. Pelo contrário gargalhei alto demais.
-Tu não é isso tudo não querida, e quem deve respeito aqui é você caralho! Porque eu sou sócia do CV, tua superior, e deixa eu te contar um segredo, meus filhos que serão herdeiros desse morro que você tanto fala aí. Então sai logo da minha casa filha da puta e pensa muito bem quando for encher meu saco!- ela me olhou surpresa e não acreditando muito no que falei.
Quando vi que a puta ia continuar parada só tomando o tempo que eu queria gastar com ela, fiz menção de ir para cima dela. Porém dois braços seguraram minha cintura, me fazendo ficar parada. A cretina do caralho apareceu voltar a vida e para o bem dela se virou e foi embora, fazendo o Rafael me soltar. Me virei para ele e lasquei um soco no peito dele.
-Me segura de novo quando eu for bater em alguém que eu te mato, otário!- olhei para os meus convidados e vi todos prendendo o riso.
-Agora estou entendo de onde a Alex está aprendo a ficar agressiva.- falou rindo e ganhou um tapa na morada, fazendo todo mundo rir. A Alex falou que a mãe dela no iria vir, mas de quebra trouxe o namorado na bagagem.
-Eu vou indo comer, se quiserem ficar aí, fiquem a vontade.- andei até a cozinha e gargalhei alto quando vi as duas pestinhas sentadas no chão com pacotes de oreo ao lado delas.
-Vou matar as duas ratas!- o Rafa falou todo estressadinho e as duas sorriram meiga para ele.
-Fica assim não titio, o papai compra mais depois.- a Wendy falou e eu sorri divertida olhando para o Felipe.
Só então percebi como ele estava diferente, já tinha quase um mês que eu não via ele e puta que pariu parece que ele perdeu uns sete quilos! Os olhos tem olheiras fundas e a cor bronzeada dele deu lugar a uma amarela.
-Você está bem, Fêh?- perguntei realmente preocupada, porque nem de longe esse era o Felipe que eu conhecia. Ele assentiu dando um meio sorriso sem emoção alguma e minha preocupação só aumentou.
Olhei para o Rafa que já tinha guardado os pacotes restante e ele deu de ombros desviando o olhar. Esses filhos da puta estão me escondendo alguma coisa, tenho certeza.
Suspirei cansada e fui até a mesa colocando meu prato e logo o resto vinheram, mas fiquei com a neurose na mente.
Primeiro Rafael fica todo putinho por não poder ter acesso nenhum ao morro inventado um pá de paranóia sendo que o atual dono estava presente, agora me dou de cara com o Felipe assim? Coitado deles se pensam que estão me enganando!
-Cadê a mamãe?- perguntou enquanto o Felipe colocava o almoço dela.
-Foi ali e jaja volta, pequena.- disse sorrindo e ela apareceu acredita já que afirmou com a cabeça.
Comemos na santa paz enquanto jogávamos conversa fora e eu via os olhares dos dois imbecis que pensavam que ninguém estava percebendo. Ser uma boa observadora é foda viu!
●●●
Era quase cinco horas quando o Rafa me mandou uma mensagem e eu na maior preguiça do mundo me levantei e saí de casa.
"Tô na pracinha jogando uma pelada, cola aqui."
-Aê, me leva ali na pracinha!- falei para um dos vapores assim que coloquei o pé para fora de casa.
Ele assentiu e logo subiu na moto, montei na garupa e fomos descendo o morro até a pracinha. Assim que chegamos agradeci e já fui vendo o gostoso do meu marido sem camisa mostrando toda a minha obra de arte enquanto jogava com um grupinho de trafica.
-AÊ GOSTOSO SEM CAMISA!- gritei e chamei a atenção de quatro além do rafa que estavam sem camisa.- É só o gostoso seus filhos da puta!- acabei rindo junto com eles e meu marido chegou mais perto, todo suado. -Quero meu gol.- disse assim que ele chegou até mim todo suado e me deu um selinho.
-Teu picasso já deu muito no que falar aqui em, mandada!?- ri e dei um selinho nele ouvindo os outros chamarem.
-Vai lá, vai!
Quando ele se afastou percebi que o Felipe estava jogando também e olhei ao redor procurando a lagartixa de esgoto, mas não encontrei ninguém.
-QUERO UM GOL SEU TAMBÉM!- gritei para ele enquanto me sentava na arquibancada e o mesmo riu e negou com a cabeça voltando a atenção no jogo.
No final só fiquei com a minha garganta doendo de tanto gritar toda vez que eles davam os passes, mas nenhum fez um mísero gol.
-Vocês vão muito fichinha hein?! Eu tinha feito melhor!- indaguei assim que eles saíram da quadra e ganhei sorrisos debochados.
-Dá próxima eu deixo você jogar, que eu quero ver tudo isso aí!- o Rafa falou me abraçando por trás e mordendo minha bochecha.
-Até parece que eu não joguei porque não tinha tua permissão. Além do mais, desgruda aí fiote, tá todo suado.- ele riu debochado e sussurrou no meu ouvido:
-Ontem a noite você não reclamou.- me arrependi todinha e dei um tapa na mão dele.
-Ridículo!- ele só riu e o Ret olhou curioso.- Iai? Rola uma cerva na praça?
Nem me responderam, já foram me puxando e levando uns que estavam jogando com eles.
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Envolvida✔
Ficção Adolescente+16 Cinco anos haviam se passado desde que Natacha foi presa, e agora o que queria era apenas voltar para casa e para o aconchego de seus familiares; retomar a vida de onde parou ao lado do marido e do melhor amigo. Só não esperava que o mundo tives...