Capítulo 27: Parte 2

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Encarei ela realmente não a enxergando ali, Qualé dessa mulher? Pior que chiclete não desgruda, hein! 

-O que ela está fazendo aqui?- perguntei olhando para ela, mas desviei para o Rafa que levantou as mãos em forma de rendição na mesma hora.

-Nem olha pra mim fiota, chamei o Ret porque ele tá precisando comer alguma coisa que preste, mesmo que eu não confie muito na tua comida. Essa daí fez um cabaré para vir e ninguém deixou ela vim não, veio de enxerida mesmo!- semicerrei os olhos na direção dele e coloquei a mão na cintura.

-Tu vai pagar com a tua boca quando provar minha comida.

-Nossa!- a outra interrompeu.

-E você pode ir embora.- olhei para a Amanda que fazia a egípcia.

-Natacha…- Rafael começou, mas cortei ele na mesma hora.

-Natacha um caralho! Eu não quero ela na minha casa e pronto! Não sei como ainda tem a cara de pau de vir aqui como se nada tivesse acontecido e não é por causa do Felipe não, tô feliz pra caralho contigo, é só pelo fato dela pagar de boa amiga na minha cara forçando amizade que nunca devia ter acontecido e mentindo sem nem pestanejar! Então minha querida, sugiro que você saia dessa casa antes que eu te tire daqui pelos cabelos!

Ela me olhou assustada e procurou apoiou no marido que apenas negou com a cabeça, nem se quer olhando para ela. Rafael resolveu calar a boquinha e sorte a dele.

-Felipe?- chamou ele mas o mesmo negou, o que fez alguma coisa acender dentro dela já que o rosto ficou vermelho de raiva.- Cansei de ser boazinha com você. Não vou mexer um pé sequer de dentro dessa casa! Eu sou a porra da patroa desse morro, tu me deve respeito porra!- todo mundo arregalou os olhos, mas nem me abalei. Pelo contrário gargalhei alto demais.

-Tu não é isso tudo não querida, e quem deve respeito aqui é você caralho! Porque eu sou sócia do CV, tua superior, e deixa eu te contar um segredo, meus filhos que serão herdeiros desse morro que você tanto fala aí. Então sai logo da minha casa filha da puta e pensa muito bem quando for encher meu saco!- ela me olhou surpresa e não acreditando muito no que falei.

Quando vi que a puta ia continuar parada só tomando o tempo que eu queria gastar com ela, fiz menção de ir para cima dela. Porém dois braços seguraram minha cintura, me fazendo ficar parada. A cretina do caralho apareceu voltar a vida e para o bem dela se virou e foi embora, fazendo o Rafael me soltar. Me virei para ele e lasquei um soco no peito dele.

-Me segura de novo quando eu for bater em alguém que eu te mato, otário!- olhei para os meus convidados e vi todos prendendo o riso.

-Agora estou entendo de onde a Alex está aprendo a ficar agressiva.- falou rindo e ganhou um tapa na morada, fazendo todo mundo rir. A Alex falou que a mãe dela no iria vir, mas de quebra trouxe o namorado na bagagem.

-Eu vou indo comer, se quiserem ficar aí, fiquem a vontade.- andei até a cozinha e gargalhei alto quando vi as duas pestinhas sentadas no chão com pacotes de oreo ao lado delas.

-Vou matar as duas ratas!- o Rafa falou todo estressadinho e as duas sorriram meiga para ele.

-Fica assim não titio, o papai compra mais depois.- a Wendy falou e eu sorri divertida olhando para o Felipe.

Só então percebi como ele estava diferente, já tinha quase um mês que eu não via ele e puta que pariu parece que ele perdeu uns sete quilos! Os olhos tem olheiras fundas e a cor bronzeada dele deu lugar a uma amarela.

-Você está bem, Fêh?- perguntei realmente preocupada, porque nem de longe esse era o Felipe que eu conhecia. Ele assentiu dando um meio sorriso sem emoção alguma e minha preocupação só aumentou.

Olhei para o Rafa que já tinha guardado os pacotes restante e ele deu de ombros desviando o olhar. Esses filhos da puta estão me escondendo alguma coisa, tenho certeza. 

Suspirei cansada e fui até a mesa colocando meu prato e logo o resto vinheram, mas fiquei com a neurose na mente.

Primeiro Rafael fica todo putinho por não poder ter acesso nenhum ao morro inventado um pá de paranóia sendo que o atual dono estava presente, agora me dou de cara com o Felipe assim? Coitado deles se pensam que estão me enganando!

-Cadê a mamãe?- perguntou enquanto o Felipe colocava o almoço dela.

-Foi ali e jaja volta, pequena.- disse sorrindo e ela apareceu acredita já que afirmou com a cabeça.

Comemos na santa paz enquanto jogávamos conversa fora e eu via os olhares dos dois imbecis que pensavam que ninguém estava percebendo. Ser uma boa observadora é foda viu!

●●●

Era quase cinco horas quando o Rafa me mandou uma mensagem e eu na maior preguiça do mundo me levantei e saí de casa.

"Tô na pracinha jogando uma pelada, cola aqui."

-Aê, me leva ali na pracinha!- falei para um dos vapores assim que coloquei o pé para fora de casa.

Ele assentiu e logo subiu na moto, montei na garupa e fomos descendo o morro até a pracinha. Assim que chegamos agradeci e já fui vendo o gostoso do meu marido sem camisa mostrando toda a minha obra de arte enquanto jogava com um grupinho de trafica. 

-AÊ GOSTOSO SEM CAMISA!- gritei e chamei a atenção de quatro além do rafa que estavam sem camisa.- É só o gostoso seus filhos da puta!- acabei rindo junto com eles e meu marido chegou mais perto, todo suado. -Quero meu gol.- disse assim que ele chegou até mim todo suado e me deu um selinho.

-Teu picasso já deu muito no que falar aqui em, mandada!?- ri e dei um selinho nele ouvindo os outros chamarem.

-Vai lá, vai!

Quando ele se afastou percebi que o Felipe estava jogando também e olhei ao redor procurando a lagartixa de esgoto, mas não encontrei ninguém.

-QUERO UM GOL SEU TAMBÉM!- gritei para ele enquanto me sentava na arquibancada e o mesmo riu e negou com a cabeça voltando a atenção no jogo.

No final só fiquei com a minha garganta doendo de tanto gritar toda vez que eles davam os passes, mas nenhum fez um mísero gol.

-Vocês vão muito fichinha hein?! Eu tinha feito melhor!- indaguei assim que eles saíram da quadra e ganhei sorrisos debochados.

-Dá próxima eu deixo você jogar, que eu quero ver tudo isso aí!- o Rafa falou me abraçando por trás e mordendo minha bochecha.

-Até parece que eu não joguei porque não tinha tua permissão. Além do mais, desgruda aí fiote, tá todo suado.- ele riu debochado e sussurrou no meu ouvido:

-Ontem a noite você não reclamou.- me arrependi todinha e dei um tapa na mão dele.

-Ridículo!- ele só riu e o Ret olhou curioso.- Iai? Rola uma cerva na praça?

Nem me responderam, já foram me puxando e levando uns que estavam jogando com eles.

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