Capítulo 12

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-NATACHA, SUA FILHA DA PUTA DESGRAÇADA!- acordei assustada e me sentei, percebendo que estava em casa e em um dos quartos de hóspedes.

Me forcei para lembrar como cheguei aqui e quis me matar. Como que eu fui tão burra? Ter aceitado o abraço dele e ainda ter dormindo em seus braços? Merda Natacha!

-NATACHA! SUA VADIA!- escutei novamente a voz do Felipe e um sorriso se transformou em meu rosto, com certeza ele deve ter ganhado o castigo dele.

Me levantei da cama e calcei minha havaiana, descei a passos rápidos e logo vi ele sentado no sofá com um olho roxo e inchado, o canto do lábio e sobrancelha cortados, os braços estavam com todos os tipos de cores e o esqueço estava curvado e era segurado pelo direito, com certeza está quebrado.

Ele mal conseguia se encostar no sofá e tinha a respiração rápida e curta. Deve ter levado chutes nas costas e estômago.

-Oi meu amor?- sorri chegando mais perto e ele me encarou como se fosse me matar.

Fez menção de se levantar, mas seu corpo protestou e ele gemeu ficando sentado.

-Eu vou te matar, sua desgraçada!- ele falou com um tom de voz cortante e assustador, que se eu não conhecesse ele, teria ficado com muito mais medo do que fiquei.

Mas nunca que irei demorar que sinto isso dele. Abri um sorriso e me sentei no outro sofá cruzando as pernas.

-Ôh!- coloquei a mão na boca, atingindo ter visto agora o seu estado e ficado surpresa.- O que fizeram com você, querido? Ai meu Deus, tá doendo?- se era possível ficar mais vermelho de raiva, ele ficou.

-Você é louca, psicopata! Mas tu vai pagar, sua vadia, vou te entregar a cinco vapor para eles fazerem o que quiserem com tu.- sim eu gargalhei, gargalhei tanto que me dobrava de tanto rir.

Mas nada daquilo era engraçado, só ri pra não chorar. Como que ele pode me ameaçar dessa forma? Pelo menos pensar em deixar me abusarem? Depois de contratar minhas risadas e olhar para ele que tentava esconder a confusão em seus olhos, eu me levantei e parei na frente dele, me abaixando para ficar do seu tamanho. Peguei seu queixo com o dedo polegar e indicador, fazendo ele me olhar.

-Qualé Felipezinho? Você não vai fazer nada comigo, não adianta me ameaçar. Você fez uma promessa para minha mãe antes dela dar o último suspiro, que sempre ia cuidar de mim, não ia deixar outras pessoas e nem me fazer mal algum. Mesmo você não cumprindo a promessa de nunca me trair, nós dois sabemos que você é um homem de palavra principalmente quando você dá sua palavra nos últimos minutos de vida de alguém e não se esqueça querido que, eu sou uma pessoa muito importante dentro desse morro para você! Melhor ter cuidado com o que fala e faz!- soltei o queixo dele e me levantei.- Antes que eu me esqueça, se eu te pegar com alguma amante ou tiver provas de você com uma, te faço de corno na frente do morro inteiro!

Dei um sorriso sarcástico e me virei para sair da casa deixando o Felipe com o semblante de surpresa e medo ao mesmo tempo.

Ah Felipe, já fui boazinha demais para você, agora vou usar todo o poder que possuo e você não vai gostar nem um pouco. Minha família era muito respeitada, meu pai nem se fala já que ele era o sub antes de amarem para ele. Paulo, meu pai, foi uma das pessoas que mais apoiou o Felipe para ele ficar com o comando do morro, já que o antigo dono não tinha herdeiros e a saúde dele estava péssima. Meu pai fez de tudo possível pelo Felipe, sempre falando coisas boas dele para o antigo dono. Até que o desgraçado conseguiu o patente, meu pai continuou como sub e agora ajudava o Ret com os assuntos da boca, já que o Panda, antigo dono, não tinha mais condições de sair de casa.

No mesmo dia que armaram para meu pai, o Felipe me pediu em casamento e justamente por causa disso que fui alvo de piadinhas e recebi o título de interesseira. Até porque eu naquela época tinha perdido o meu banco e minha mãe era apenas dona de uma lojinha, eu não teria os mesmos luxos e foi por isso que me casei com Felipe, foi o que falaram. Eles apenas se esqueceram que eu já conhecia o Felipe de anos atrás e era apaixonada por ele, mas tudo o que é repetido muitas vezes vira verdade. Mal sabem eles que minha mãe iria ganhar uma boa grana todo mês por ter sido esposa e fiel ao marido.

Eu podia não ser a mais amada e respeitada do morro pelas mentiras que já contaram sobre mim e que em algumas eu apenas liguei o foda-se, mas eu tinha poder suficiente para acabar de vez com a imagem do Felipe, imagem essa que ele mesmo já está destruindo.

Rafael já era outra história, seria outro tipo de vingança, na verdade não tenho ideia do que fazer com ele ainda, ele nunca foi de se apegar nas coisas ou pessoas. Quê eu conhecia era um pequeno grupo de pessoas que ele ama e protege com as garras, a mãe que já saiu do morro e do país há anos, o Felipe e eu. Mas como confiar nisso? Preciso de algo e logo!

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