Capítulo 30: Parte 2

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Rafael narrando:

-Só a boca 3 que não deu o dinheiro todo; têm três mauricinho devendo; o dono da casa 10 da rua 9 tá devendo dois meses de aluguel; e a encomenda das drogas veio tudo nos conformes.- deixei ele a par de tudo recebendo um aceno com a cabeça, já que o mesmo está concentrado demais no celular para olhar pra mim.

-Tu ainda não resolveu aquela merda, né?- perguntei seco e ele me olhou.

-Já falei pra tu não se envolver nisso!- disse irritado e eu cruzei os braços.

-Como não vou me envolver nisso, Ret? Tá comprometendo a segurança de todo mundo do morro, entre elas minha mulher e minha sobrinha/prima. Se tu não resolver isso daqui para uma semana eu mesmo resolvo tudo, e tenho certeza que você não vai gostar!- ele se levantou a mesma hora e bateu a mão na mesa.

-Tu não vai se envolver nisso caralho!- joguei um olhar desafiador para ele e cheguei bem perto apontando o dedo para cara dele. 

-Tô te falando deixa essa merda ficar ainda mais perigoso para as pessoas que eu amo, pra você vê se eu não resolvo.

Antes que ele pudesse falar qualquer coisa meu celular começou a tocar. Peguei o aparelho e franzi a testa quando vi que era a coroa da Alexandra.

-Menino pelo amor de Deus venha aqui na minha casa que a Natacha não tá bem!- disse desesperada assim que atendi e todos os meus músculos ficaram tensos.

-Como assim não tá bem?- perguntei já saindo da sala.

Mas o que recebi com o resposta foi um tum tum um após o outro, me fazendo praticamente correr até minha moto e descer para casa dela.

Em questões de segundos eu já estava abrindo a porta da casa e entrando com o coração acelerado quase saindo pela boca. Olhei de um lado para o outro não encontrando ninguém, mas logo escutei a voz da coroa e parti em direção a mesma. Assim que passei pela porta do quarto e meus olhos caíram sobre a Naty meu coração se quebrou em pedacinhos.

Ela estava sentada na cama de forma ereta demais, os olhos pregados na parede e no rosto a pior expressão de tristeza e dor, enquanto lágrimas desciam pelas bochechas, soluços saiam pela boca dela e o corpo tremia sem parar.

Corri até ela e me abaixei na sua frente segurando suas mãos trêmulas e frias encarando seu rosto. 

-Naty meu amor, olha pra mim.- chamei ela, mas a mesma parecia presa nos próprios pensamentos.- Vida?- a chamei com carinho.- Eu estou aqui Naty, olha pra mim.- pedi com calma e a voz um pouco mais alta.

Ela baixou a cabeça e me olhou com os olhos nublados de mágoa.

-Vai ficar ficar tudo bem, preta.- e então ela olhou para o colo e mais lágrimas desceram. 

Baixei meu olhar e encontrei o bendito colar, me fazendo arregalar os olhos e ligando as peças. Que eu esteja errado! Ela não merece mais uma dose disso de novo. Levantei o olhar para minha esposa e ela se jogou em cima de mim me apertando com força e como se fosse possível, os soluços ficaram mais altos.

Olhei para a anfitriã da casa e ela parecia confusa e extremamente preocupada. Quando vi que ela abriria a boca, fiz o gesto para que ficasse calada. Uma palavra mal escolhida e a Naty se quebra mais ainda. Com dificuldade peguei meu rádio e mandei trazer o carro. Não demorou muito e falaram que já estava na frente da casa, me levantei trazendo ela comigo e a passo lentos saímos da goma, dei um pequeno aceno para a coroa e coloquei a Naty no carro.

Não sabia se era bom ou não ela não está mais chorando, apenas olhando para o nada enquanto estava encolhida, o que me deixava mais apreensivo. Acelerei o carro e não demorou muito para chegar em casa, assim que parei o carro ela desceu e saiu andando até a casa e sumindo do meu campo de visão. Respirei fundo e saí do carro indo atrás dela, a encontrando subindo a escada.

-Natacha, espera!- tentei acompanhá-la, mas a filha da mãe se trancou no quarto.

Respira Rafael, respira!

Passei as mãos pelos cabelos e desci me jogando no sofá, quando ela tiver a boa vontade de abrir aquela porra eu converso com ela.

●●●

Quase três horas já se passaram e ela ainda não abriu a porta, e fala pra tu, minha preocupação só aumenta cada vez mais. Me levantei pela décima vez e subi a escada novamente.

-Natacha, abre isso aqui!- bati na porta, mas nada.- Natacha!- nada.- Qualé, Mandada?- o lindo e maravilhoso silêncio.- Se tu não abrir isso agora, eu vou arrombar a porta.- esperei um pouquinho, mas nada.- Beleza, eu te avisei.

Me afastei e depois de três chutes consegui arrombar aquela merda, entrei no quarto e um fedor forte chegou até minhas narinas, me fazendo fazer uma careta. Olhei para ela dormindo na cama e revirei os olhos, eu todo preocupado com ela e ela simplesmente dormindo.

Cheguei perto dela e assim que me sentei do seu lado senti algo molhado, me levantei e vi a cama toda suja do que parecia ser vômito. Torci o nariz com nojo e olhei para o rosto dela vendo que a boca, o pescoço e os seios estavam sujos do que obviamente era vômito. Franzi as sobrancelhas e comecei a balançar ela pelos ombros.

-Natacha? Ei, acorda!- dei um tapinha no rosto dela e percebi que ele está mais pálido que o normal.- Natacha, caralho! Não brinca comigo assim!- disse quando percebi que ela não se mexeu e a sacudi com mais força, mas ela continuou do mesmo jeito.

Respirei fundo tentando me acalmar e o mal cheiro entrou com tudo me fazendo ficar tonto na mesma hora. Fechei os olhos com força e assim que abri tirei a blusa dela e a limpei com a mesma. Fui até o guarda roupa e peguei uma blusa limpa ficando cada vez mais tonto inalando a porra desse mal cheiro do caralho.

Vesti ela rápido e a peguei no colo, o que não foi tarefa fácil já que ela estava toda mole fazendo o corpo ficar mais pesado. Desci a escada o mais rápido que pude com o coração a mil de preocupação. Quando cheguei do lado de fora andei um vapor abrir a porta do carro e coloquei ela no banco de trás, me sentando no banco do passageiro e cantando pneu para o postinho.

Que ela esteja bem.

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Gente cadê os comentários?

Vocês leram os Bridgertons?

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