Capítulo 24

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Decepcionada!

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Decepcionada!

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Usada. Era como eu me sentia, usada e extremamente magoada. Não passei de uma bonequinha que os outros faziam o que queriam minha vida inteira, agora tudo começa a fazer sentido.

Todas as vezes que meu pai me chamava para ver as planilhas da parte financeira do morro que ele me mostrava e fazia questão de me dizer como funcionava. O primeiro dia que ele me ensinou a usar uma arma e começou a treinar minha pontaria, ou as vezes que ele me ensinou a ser pilota de fuga.

O tempo todo ele estava me treinando e eu como uma boba pensava que ele só era um pai que queria ter sua filha por perto e lhe mostrar tudo o que sabia. Como pôde ser tão ingênua?

E o Rafael? Sempre ao meu lado, não me largava por nada, sempre me defendia como se eu fosse irmã dele e agora descubro que ele sempre me amou.

Olhei para ele com minha mente confusa e fiquei ainda mais confusa quando o vi deixar lágrimas solitárias descerem. Ele tentou vir em minha direção, mas neguei e dei um passo para trás.

-Já terminou?- minha voz saiu rouca pelo choro e ele assentiu um pouco hesitante, como se estivesse se lembrando se disse ou não tudo.- Então sai da minha frente, Rafael, me deixa sozinha, por favor.- minha voz saiu mais baixa que eu esperava e ele me encara alguns instante antes de negar com a cabeça e puxar os cabelos antes de sair da casa.

Subi o mais rápido que consegui e entrei no primeiro quarto que vi, fechei a porta e desci pela mesma até encostar no chão e deixar que as lágrimas caíssem sem hesitar. 

O que eu fiz para merecer tudo isso? Joguei pedra na cruz? Matei um gatinho? Humilhei alguém, além de puta que mexia comigo?

Peguei meu celular que estava em minha cintura e liguei para a pessoa que eu sabia que iria me confortar e ficaria comigo sem precisar de qualquer explicação. Depois de três toques ela atendeu reclamando com Mia, mas me deu total atenção quando ouviu um soluço que saiu da minha garganta.

-Por que você está chorando?- perguntou preocupada.

-Eu preciso de você aqui, Luh!- disse entre os soluços e a respiração pesada.

-Já já eu chego aí pequena.- e então desligou.

Deixei o celular cair da minha mão e abracei minhas pernas, ficando toda encolhida e deixando as lágrimas descerem enquanto meu peito ainda aperta de tristeza.

Me sinto estúpida por não ter percebido nada antes, o pior de tudo é que sempre fizeram o teatrinho todo debaixo do meu nariz com a maior cara de pau e eu como idiota, fui uma perfeita marionete nas mãos deles.

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