Decepcionada!
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Usada. Era como eu me sentia, usada e extremamente magoada. Não passei de uma bonequinha que os outros faziam o que queriam minha vida inteira, agora tudo começa a fazer sentido.
Todas as vezes que meu pai me chamava para ver as planilhas da parte financeira do morro que ele me mostrava e fazia questão de me dizer como funcionava. O primeiro dia que ele me ensinou a usar uma arma e começou a treinar minha pontaria, ou as vezes que ele me ensinou a ser pilota de fuga.
O tempo todo ele estava me treinando e eu como uma boba pensava que ele só era um pai que queria ter sua filha por perto e lhe mostrar tudo o que sabia. Como pôde ser tão ingênua?
E o Rafael? Sempre ao meu lado, não me largava por nada, sempre me defendia como se eu fosse irmã dele e agora descubro que ele sempre me amou.
Olhei para ele com minha mente confusa e fiquei ainda mais confusa quando o vi deixar lágrimas solitárias descerem. Ele tentou vir em minha direção, mas neguei e dei um passo para trás.
-Já terminou?- minha voz saiu rouca pelo choro e ele assentiu um pouco hesitante, como se estivesse se lembrando se disse ou não tudo.- Então sai da minha frente, Rafael, me deixa sozinha, por favor.- minha voz saiu mais baixa que eu esperava e ele me encara alguns instante antes de negar com a cabeça e puxar os cabelos antes de sair da casa.
Subi o mais rápido que consegui e entrei no primeiro quarto que vi, fechei a porta e desci pela mesma até encostar no chão e deixar que as lágrimas caíssem sem hesitar.
O que eu fiz para merecer tudo isso? Joguei pedra na cruz? Matei um gatinho? Humilhei alguém, além de puta que mexia comigo?
Peguei meu celular que estava em minha cintura e liguei para a pessoa que eu sabia que iria me confortar e ficaria comigo sem precisar de qualquer explicação. Depois de três toques ela atendeu reclamando com Mia, mas me deu total atenção quando ouviu um soluço que saiu da minha garganta.
-Por que você está chorando?- perguntou preocupada.
-Eu preciso de você aqui, Luh!- disse entre os soluços e a respiração pesada.
-Já já eu chego aí pequena.- e então desligou.
Deixei o celular cair da minha mão e abracei minhas pernas, ficando toda encolhida e deixando as lágrimas descerem enquanto meu peito ainda aperta de tristeza.
Me sinto estúpida por não ter percebido nada antes, o pior de tudo é que sempre fizeram o teatrinho todo debaixo do meu nariz com a maior cara de pau e eu como idiota, fui uma perfeita marionete nas mãos deles.
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Envolvida✔
Ficção Adolescente+16 Cinco anos haviam se passado desde que Natacha foi presa, e agora o que queria era apenas voltar para casa e para o aconchego de seus familiares; retomar a vida de onde parou ao lado do marido e do melhor amigo. Só não esperava que o mundo tives...