Bônus

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Rafael narrando:

Deixei a mandada com o outro lá e subi para a boca, o bagulho não tá bom não. Ret não consegue se concentrar em porra nenhuma, se não fosse por mim para revisar os bagulho todo nois tava fudido. O pior é que os vapores  tão tudo percebendo, principalmente aqueles que a confiança é a sete palmo do chão, eles estão contigo enquanto os procedes estão no fluxo, mas deixa tu mostrar fraqueza para ver se eles não se aproveita.

Já pedi para o Felipe ir no postinho um pá de vezes porque o filho da puta não tá legal, além de não conseguir se concentrar, vem tendo umas tonturas aí e nem fome tem, mas tu me escuta? Porque ele não, prefere se acabar na maconha, crack e coca. Quem tá sentindo isso pra caralho é a Wendy, mas parece que em não vê isso.

-Iaê, já conseguiu alguma pista de quem invadiu meu barraco?- perguntei ao Felipe assim que entrei na sala dele.

-Não, só que fizeram isso na troca de seguranças, o que indica que é alguém de dentro e com certeza foi mais de uma pessoa.- passei a mão no rosto cansado.

-Ninguém viu nada?- ele negou com a cabeça, me fazendo suspirar.- Ninguém viu ou estão de bico fechado? É quase impossível fazer aquilo tudo na casa e ninguém ter visto nada, Ret. Tô te falando que tem traidor no morro e não é de hoje.- ele apenas assentiu com a cabeça e voltou a atenção para o celular.- O que tu tá escondendo, Felipe?- perguntei de uma vez já cansado.

-Nada.- falou seco.

-Nada minha pica, eu sei que tu tá escondendo alguma coisa, mas continua  assim você está certinho. Finge que eu não estou aqui para te ajudar.- ele largou o celular na mesa com força e me encarou. 

-Se eu não tô te falando nada é porque eu consigo consertar sozinho, mais que porra! Vai cuidar da tua vida caralho.- Ret fechou os olhos com força e segurou a mesa tentando ficar firme.

-Essa vai ser a última vez que eu vou pedir para tu ir no postinho.

-Me deixa em paz, Rafael.- usou um tom de voz firme e seco.

Se foda! Lavos minhas mãos em relação a ele. Já tentei demais, se ele que dar um de poderoso, foda-se.

Sai da sala dele e fui supervisionar os outros setores, alguém aqui precisa ter o pulso firme.

●●●

Cheguei na goma ia ser nove horas, entrei em casa e vi que tudo já tinha sido reposto e estava tudo arrumado, gastei uma grana preta para comprar tudo de novo e conseguir que arrumasse em um dia só.

Andei até a cozinha de forma silenciosa e encontrei Floquinho de costas para mim mexendo em alguma coisa no fogão. Cheguei por trás dela e passei os braços pela sua cintura beijando a pele expostas do pescoço dela, fazendo ela se encolher toda e soltar uma risadinha. 

-O que você está fazendo aí?- olhei por cima do ombro dela vendo a panela de miojo, o que me fez rir.- Eu já suspeitava.- ela bateu na minha mão e depois riu.

-Eu estava esperando um rato de esgoto fazer alguma coisa para eu comer, mas ele estava demorando demais e a princesa aqui estava com fome.- ri baixinho e mordi a orelha dela.

-Como foi com o outro lá?- perguntei virando ela para minha frente e lhe dando um selinho.

-Se ele não fosse tão chato, teria sido melhor. Agora faz todo sentido a pressão e obsessão do meu pai para ser a melhor da sala em matemática.- suspirou cansada e eu comecei a fazer carinho na cintura dela.

-Teu coroa era um gênio.

-Era sim.- sussurrou e deitou a cabeça no meu peito com o rosto tristonho.

Eu sabia que ela estava dando uma de durona, mas estava triste e se culpando pelo maldito colar. Até porque ela sempre foi assim, pode ter mil ao redor dela disponível para ajudá-la, mas ela prefere cuidar de tudo sozinha e chorar quando ninguém está vendo. 

-Não vai deixar nossa gororoba queimar.- senti ela rir e me deixando um pouco mais aliviado.

-Respeita minha comida, Palito Andante!- gargalhei alto fazendo ela cruzar os braços.

-Queria saber de onde você tirar esse apelidos carinhosos.- olhei para a panela por cima dos ombros dela e desliguei a boca antes que o pobre miojo virasse papa.

-Nossa, meu deu uma puta vontade de assistir "Os Ursinhos Carinhosos".- falou animada e eu fiz careta.

-Esse desenho é horrível, Nega.- ela me lançou um olhar assassino.

-Não se atreva!- acabei rindo quando ela tentou sair do meu aperto.

-Impressão minha ou a TPM tá batendo na porta?- ela parou um pouco pensativa e depois me olhou.

-Talvez.- abriu um sorriso lindo e me deu um selinho para logo depois sair dos meus braços.

-Divide aí o miojo enquanto eu procuro meu desenho!- quase saiu pulando e eu neguei achando graça.

Com certeza a TMP está rondando o terreno, questão de tempo até a Naty ficar chorosa e depois putassa.

Procurei dois garfos e peguei a panela do fogão levando até a sala. Coloquei o que trouxe em cima da mesinha do centro e sentei no chão admirando a animação da minha mulher enquanto procurava o desenho que dizia odiar na infância.

Não demorou muito para ela se sentar no meio da minhas pernas e trazer a mesinha mais para perto. Se acomodou em mim e ficou comendo enquanto assista. Já eu fiquei perdido olhando para cada traço do rosto dela e me sentido o homem mais sortudo do mundo por ter ela nos meus braços.

Quanto tempo não esperei por isso? Ter ela nos meus braços, podendo chamar ela de minha mulher e a beijando toda hora? Fala pra tu, é melhor do que eu tinha imaginado.

-O quê?- ela franziu as testa quando percebeu que eu a encarava.

-Te amo demais.- beijei a testa dela.

-Também amo você.- sorriu e voltou a atenção para a TV.

Depois de alguns minutos a respiração da Mandada ficou calma fazendo ela se acomodar ainda mais em mim. Muito folgada! Quando estava preste a me levantar com ela no colo meu celular começou a vibrar me fazendo encará-lo e juntar as sobrancelhas. Peguei ele de cima do sofá e minha respiração foi ficando cada vez mais pesada enquanto eu lia a mensagem, só pode está de brincadeira!

Então é isso que o desgraçado do Felipe estão me escondendo?!

Apertei o celular com força tentando me acalmar e não fazer nada precipitado. Puta que pariu Ret, tu consegue ser ainda mais otário do que eu tinha pensado!

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4/5

Envolvida✔Onde histórias criam vida. Descubra agora