-Eu quero saber porque porra você está em uma favela, Natacha! Deixa a gente em um apartamento de primeira e vem pra o caralho de um lugar onde droga e tiro rola a solta?!- se virou para a Lucrécia que já tinha a Mia calma.- E você Lucrécia? Não tem vergonha de mentir na cara dura?
-Não fala mal da minha favela, Caraí!- Rafael falou com o tom de voz firme e ameaçador.
-Não tô falando contigo! E eu falo a merda que eu quiser.- não sabia quem estava com mais raiva e vontade de matar um.
Pensado bem, com certeza eu!
-Fica longe.- apontei para o Rafa que começou a andar na direção do Sammy.
-Deixa ele vir que eu mostro a esse filho da puta como te faz chorar!- revirei os olhos.
-Eu posso cuidar de mim mesma, tá legal?- tu ouviu? Porque ele não.
Em um desviar de olhos para ver como a pequena estava, senti uma mão no meu braço, que eu nem precisava olhar para saber quem era, e logo depois me empurrou, deixando o espaço entre eles dois livre, onde ambos começaram a se bater novamente com mais intensidade.
Suspirei cansada e fui até a cozinha pegar algo para comer, enquanto olhava tudo de camarote.
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Não sei quem estava pior, ambos com o rosto em tons de roxos e verdes, além de estar sangrando em alguns pontos específicos. Os dois mal conseguiam andar e estava com a mão na barriga enquanto gemiam de dor.
Eu não conseguia ver cena mais linda!
Embora quase entrei em desespero quando o Rafa pegou uma arma e apontou para o Sammy, e foi a única vez que interrompi entrando no meio deles.
Pareciam a merda de duas crianças brigando pelo mesmo brinquedo.
-Saibam que nenhum de vocês vai receber cuidados de primeiros socorros aqui dentro, se querem vão para o rostinho.- falei com a cabeça quase explodindo de raiva.
-A casa é minha porra!- abri o meu sorriso mais debochado e pisquei.
-Acho que não, querido, já que nos casaremos.- ele me olhou incrédulo e eu apenas continuei com o meu sorriso, mesmo que essa ideia seja absurda.
-Casar?- Samuel perguntou confuso.
-Como você chegou até aqui?- ignorei sua pergunta.- Pra onde pensa que vai?- perguntei assim que vi o Rafael tentar se levantar do sofá em que estava sentado junto com o Sammy.
-Pegar um pouco de gelo.
-Caralho, nenhum!- falei com os dentes trincados.- Não escutou o que eu falei não, porra? Vão ficar assim até quando EU quiser!
Eles me olharam com uma expressão que dizia: "É o que vamos ver". Eu que digo isso.
-Você ainda não me respondeu!- olhei para o Sammy que, respirou fundo antes de falar, mas acabou gemendo de dor pelo ato.
-Eu segui a Lucrécia, ela parecia está muito nervosa e preocupada para uma simples andada até a lanchonete externamente longe de onde moramos. Agora eu que te pergunto, Natacha, porque você está morando aqui?
-Porque ela sempre morou aqui!- Rafael debochou, deixando o Sammy confuso.
-Desde os meus seis anos que eu moro aqui, meu pai era o vice do dono daqui.- tentei explicar de uma forma que ele entendesse.
Samuel olhou para mim com preocupação em seus olhos, misturado com a confusão.
-Então essas cicatrizes em seu braço, são mesmo de bala e não daquela mentiras esfarrapadas que você dava?- assenti e ele suspirou.- Você me enganou, Naty, logo você que sempre exigia que a gente fosse limpo com você.- indagou extremamente magoado e senti meus olhos arderem, não quero que ele fique magoado ou triste por causa de mim.
-Só fiz isso para o seu bem, Sammy.- tentei me defender, mas não deu muito certo.
-Mentir ou omitir agora é para o bem? Você sabe que não. Não esperava isso se você, de você não.- a voz dele estava baixinha e carregada de decepção.
-Sammy…- falei com a voz fraca e ele me olhou.- Não fiz por mal.- deixei algumas lágrimas solitárias cair e ele suspirou secando elas e eu me joguei com cuidado em seus braços, que logo me receberam.- Me desculpa?!
-Posso pensar em seu caso depois. Agora você vai me dizer o por que estava chorando.- suspirei e me aconcheguei em seus braços vendo a cara de tristeza do Rafa e um pouco de ciúmes por eu está nos braços de outro.
Resumi para ele tudo o que aconteceu e muitas vezes ele jogou olhares mortais para o Rafael que escutava tudo atento.
-Você não precisa realmente se casar com ele se não quiser, né?- neguei.
-Não está ao meu alcance escolher se quero ou não. Esse contrato já tem bastante anos e as pessoas que o fizeram não eram qualquer um, além de que eu tenho certeza que se um dos dois se negarem, vão ser cobrados.- suspirei cansada, enquanto recebia um belo cafuné.
-Vou está do seu lado em qualquer ocasião.
-O momento de vocês está lindo, mas você poderia deixar eu cuidar do meu namorado para ele não ficar tão feio?- me soltei do Sammy rápido e abri um sorrisão.
-É sério?- perguntei animada e eles assentiram.- AHHHHH, ATÉ QUE FIM MEU SENHOR, meu casal deu certo!- puxei a Lucrécia e abracei os dois, mesmo com os gemidos de dor do Sammy.- Você só me vem dizer isso agora?- ela sorri sacana.
-Ué? Eu estava ocupada e depois tive que vir te consolar.- acabei rindo e me afastei do Sammy indo pegar a maleta de primeiros socorros.
Cheguei na sala e entreguei a maleta para ela e encontrei os olhos do Rafa que não paravam de me olhar.
-Eu não deveria fazer isso, mas como sou uma boa pessoa, irei fazer.- ele deu um meio sorriso e desviou o olhar.
Tudo bem que eu estou com raiva e magoada com ele, mas não quero ver o mesmo triste. Querendo ou não, ele ainda é o Rafa que sempre esteve ao meu lado.
Peguei umas gazes e molhei com soro fisiológico e comecei a limpar o rosto dele enquanto ele fazia caretas em alguns pontos. Assim que comecei a passá-la por seus lábios limpando o sangue que tinha ali, seus olhos negros chegaram ao meus e se fixou, abalando toda a minha estrutura e fazendo minha respiração ofegar.
Ele desviou os olhos para minha boca e parei de respirar por um segundo quando voltei a olhar para a boca rosada dele e senti meu corpo arrepiar ao pensar nela encostada na minha.
Parecendo ler meus pensamentos, ele colocou a mão na minha nuca e me puxou para perto, fazendo nossas bocas se tocarem e nossas línguas brincarem uma com a outra. Rafael subiu a outra não e segurou meu rosto intensificando o beijo e automaticamente levei minhas mãos para os cabelos deles, puxando com força, enquanto explorava a boca dele e mordia seus lábios.
Em um passo rápido, Rafael me puxou para o colo dele e enfiou a mão entre meus cabelos os segurando firme, deixando minha cabeça a sua mercê e me fazendo soltar um gemido baixo. Deixou a mão do meu rosto e começou a passar pela lateral do meu corpo, até chegar na minha bunda e a apertar com força me fazendo remexer em seu colo enquanto arranhava sua nuca e passava a mão livre por seu braço, arranhando a pele.
Rafa tirou os lábios dos meus e grunhi frustrada, mas meu corpo se arrepiou todo quando os lábios macios dele tocaram a pele sensível do meu pescoço, dando beijos leves e mordidas.
Porém me assustei assim que a porta foi aberta e a voz do Tito chegou até meus ouvidos, me fazendo pular do colo do Rafa saindo da bolha de luxúria que tínhamos criado. Olhei ao redor vermelha de vergonha procurando pela Lucrécia, Sammy e ou Mia, mas nenhum deles se encontravam no recinto.
-Pornô ao vivo? Espera aí que vou participar.- sorriu malicioso para mim e fechei o semblante.
-O que tu quer?- Rafa perguntou se levantando e parando na minha sempre, não antes de eu ver o volume em sua bermuda, e puta que pariu, que volume!
-Falei que só saía daqui com a data marcada e quero meter o pé. Então agiliza aí mermão.
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Envolvida✔
Ficção Adolescente+16 Cinco anos haviam se passado desde que Natacha foi presa, e agora o que queria era apenas voltar para casa e para o aconchego de seus familiares; retomar a vida de onde parou ao lado do marido e do melhor amigo. Só não esperava que o mundo tives...