Capítulo 32: Parte 4

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Cinco horas, CINCO HORAS que Rafael simplesmente não dá uma notícia! Já liguei tanto para ele que meus dedos estão doendo, já perguntei aos vapores se o viram e já fui em vários lugares atrás dele, mas o que eu encontro é nada!

Isso está me matando por dentro, de um lado está Felipe no postinho - que até agora não tive psicológico suficiente para ir saber se ele está bem ou não - e do outro lado tenho o Rafael que a última vez que desapareceu assim sem avisar ninguém quase morreu da porra de uma overdose se eu não tivesse encontrado ele! 

Estou tão nervosa que rui todas as minhas unhas das mãos até o sangue descer e se não amasse tanto em cabelos já tinha arrancados eles também. Respirei fundo pela milésima vez enquanto andava de um lado para o outro em uma tentativa falha de me acalmar. 

Ah mas eu tenho pena dele quando aparecer, vou matar aquele filho da puta por não ter mandado uma mensagem sequer falando que estava bem! Me jogo cansada no sofá e quando acho que uma nova corrente de lágrimas vai descer a porta se abre atraindo minha atenção e não sei se fico aliviada ou com raiva.

Via das dúvidas a segunda opção me aparentou ser mais divertida. Me levantei do sofá e em alguns passos já estava na frente dele, não esperei ele dizer uma palavra o recepcionando com um soco de gancho, fazendo ele dar alguns passos para trás.

-QUE MERDA TU TEM NA CABEÇA PARA SAIR ASSIM E NÃO ME FALAR NADA?- acertei um soco em seu estômago, onde ele se curvou com a dor e gemeu baixinho.

Quando estava preparada para mais um ele endireitou as costas e agarrou meus pulsos.

-Qual foi? Para de me bater tio, se eu for revidar tu não vai gostar!- falou em uma calmaria que nem parecia que tinha sumido por cinco horas e deixado meus nervos piores do que já estavam.

-Isso é pouco em vista do que você fez! Tu sumiu e não me mandou uma mensagem Rafael, você tem noção de como eu fiquei preocupada?- senti meus olhos arderem e pisquei repetidas vezes, porém não adiantou de nada porque as lágrimas começaram a descer. Ele me encarou sério e falou com a voz firme:

-Te prometi que nunca mais colocaria mais do que dois baseados na boca por dia.- com o polegar ele secou as lágrimas que desciam, uma ação inútil porque mais lágrimas desceram.

-Do jeito que vocês, homens, são não duvidaria nada ir fazer o que deixou o outro no postinho!- ele me olhou ofendido e apenas dei de ombros fungando.

-Você me subestima demais, Natacha!- ignorei as palavras dele e o abracei com força, deixando o alívio passar pelo meu corpo me fazendo relaxar um pouco.

-Onde você estava, Rafael?- apoiei a cabeça no peito dele e cheirei, me arrependendo na mesma hora quando senti cheiro de sangue.

Me afastei rápido e então percebi que ele estava banhado do líquido vermelho.

-De quem é esse sangue, Rafael?- perguntei séria e ele deu de ombros tirando a blusa.

-Da Amanda.- falou de forma simple e eu arquei uma sobrancelha de forma bem ameaçadora, o que fez ele abrir o bico.- Felipe estava aí a dias fixado no celular tentando fazer um acordo com a milícia para deixar o morro e a vadia em paz, só que eu não fazia ideia do que eles queriam, já que o Felipe nunca me falou. Porém para minha felicidade o celular dele estava desbloqueado em cima da mesa e pude enfim ver o que eles queriam, que era a cabeça da Amanda, então de forma bem simples extravasei toda a tensão e a raiva nela e no cretino para logo depois decepar a cabeça dela e ir entregar a milícia.- só de pensar nisso senti meu estômago revirar e tive que me controlar muito para não jogar o que seja que eu tinha comido nas últimas horas.- Espero que não se importe.- deu um sorrisinho debochado e o encarei séria.

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