Me afastei do playba e olhei para o lado vendo que a Lucrécia não perdeu tempo beijando outro playba. Quero nem vê ela amanhã se lamentando por esta se sentindo culpada em "fazer" isso com o Sammy.
-Vamos?
-Agora, se quando chegar lá dentro tiver mais desses, eu tô feita.- eu gargalhei altão.
-Você vai encontrar é gente envolvida pra porra, esse aí são os playba do asfalto que querem da um de rebelde e vem pros morros. Não vai pra muito longe de mim, tu aqui é carne nova e tem muito homem nojento aí que não sabe o que é um não.- ela assentiu e entrelaçamos nossas mãos.
Puxei a Lucrécia para dentro e assim que colocamos os pés dentro da quadra as pessoas começaram a gritar meu nome e baterem palmas, me fazendo sorrir igual uma boba.
Como eu sentia falta disso.
Depois de muitos aplausos, gritadeira e alguns abraços, Lucrécia e eu fomos em direção ao bar, e para minha surpresa era o barman do Alemão que eu dei uns pegas. Prendi o riso e a Luh me olhou interrogativa, mas nem rendi para ela. Pedimos nossas bebidas e não demorou muito para ele trazer.
-Na conta do Ret?- perguntou debochado e eu sorri também debochada.
-Que tal na sua, bebê?- e me virei puxando a Luh comigo.
Depois eu pago e se ele quiser que eu pague antes que venha atrás de mim.
-É sempre assim?- ela perguntou olhando as putas tirando a blusa e pagando peitinho para os vapores.
Um pouco adiante um casal estava quase se comendo e drogas rolando a solta.
-Sim, por quê? Quer ir para casa?- ela negou sorrindo.
-Não mesmo.
Olhei para o camarote e vi o Rafa, Felipe e Amanda sentada no colo do último. Na hora bateu a nostalgia e várias lembranças de nós dois apareceram de uma vez, mas balancei a cabeça para os lado tirando isso dos meus pensamentos.
Não vou deixar isso acabar com minha noite. Foquei na Luh que, mesmo um pouco assustada estava feliz.
●●●
Eu estava bêbada, mas a Lucrécia estava triloucona. Ela estava aproveitando o baile mais do que eu, até porque estou meio que dando uma de "babá", Lucrécia consegue ser muito irresponsável quando quer.
Felipe já tinha dedicado a baile para mim enquanto eu ainda estava apresentável e geral, menos as putas, entrou em loucura.
Amanda não tentou vir atrás de mim, mas ela passou boa tarde do baile me olhando. Que ela continue bem longe!
Já são quatro da manhã e o baile continua no fluxo, depois das duas isso aqui encheu de playba e patricinha, um até que legalzinhos, mas outros chatos pra porra.
Rafa já veio duas vezes atrás de mim pedindo para nós duas subir para o camarote, justamente porque está cheio demais aqui em baixo, mas neguei todas duas. Não tô afim de olhar para a cara da Amanda.
-Aê.- uma mão chegou até meu braço e me virei vendo um vapor com o fuzil nas costas.
Procurei a Luh com os olhos e vi outro vapor segurando ela.
-O chefe da baiana tá mandando as duas subirem.- neguei tentando tirar a mão dele de cima de mim.
-Fala pro teu chefe procurar puta pra ele comer, não nos duas.- tu escutou?
Porque o desgraçado não, começou a me puxar e o amiguinho dele também.
-Me solta caralho!- falei com raiva chutando e socando ele.
O filho da puta parou e se virou pra mim, distribuindo um tapão no meu rosto que, se ele não estivesse me segurando eu tinha caído.
Olhei para ele com meu sangue fervendo, quando levantei a mão para ensinar como se bate um tiro foi dado e perfurou o ombro dele fazendo o mesmo gritar de dor e me soltar, mas tua acha que eu deixei por isso?
Comecei a soca-lo em todos os lugares possíveis e assim que ele caiu no chão de dor, comecei a chutá-lo não demorou muito e vi a Lucrécia batendo nele também e falando algo que eu não entendia.
Até que braços fortes rodearam minha cintura e me puxaram com força para trás.
-NUNCA MAIS TOCA UM DEDO EM MIM, SEU DESGRAÇADO DO CARALHO!- gritei me debatendo e os braços me apertaram com força.
-NÃO TOCA UM DEDO NA MINHA IRMÃ, FILHO DA PUTA!- escutei a Lucrécia gritar e só então percebi que estava uma rodinha ao nosso redor.
O som já estava desligado e um vapor segurava ela, olhei para as mãos na minha cintura e não precisei me virar para ver quem era, as tatuagens o denunciavam.
-QUE PORRA É ESSA? COMO TU ATIRA EM CRIA MINHA POR CAUSA DE PUTA, LOIRO?- falou o que eu acho ser o dono da Baiana vindo em nossa direção com sangue nos olhos e punhos cerrados.
Ele parou na frente do Felipe que, estava a poucos metros de nós e na mesma hora o Rafa me colocou para trás de si, em um gesto protetor.
-É a lei PL, ele relou o dedo em protegida nossa. O erro tá no teu soldado.- Rafael tomou a voz, como sempre calmo e sério.
-Protegida o caralho, essa daí é mais uma puta pra se passar a rola.- fiz careta e senti meu sangue esquentar mais ainda com seu vocabulário mais que sujo.
Nojento!
Fiz menção de ir para cima dele, mas o Rafa segurou meu braço e negou com cabeça.
-O CV vai ficar sabendo dessa merda.- o chefe da baiana quase rosnou ajudando o outro a se levantar.
-Se tu fizer isso, quem vai se fuder é tu colega.- o homem não falou mais nada e simplesmente saiu da quadra.
O Rafa enfim me soltou e a voz do Felipe foi ouvida.
-O BAILE ACABOU, TODO MUNDO PRA CASA!
Algumas pessoas protestaram e outras mataram o pé rápido demais. Senti meu estômago revirar e apenas me abaixei colocando tudo para fora.
-Você está bem?- a Luh e o Rafa perguntaram quase na mesma hora e assenti.
-Na medida do possível.- indaguei quando consegui me recuperar.
-Vem, eu deixo as duas em casa. Fé irmão!- falou para o Felipe e nos acompanhou para fora indo em direção ao carro.- Ainda bem que eu sabia que tu ia dá PT e vim de carro.- soltou uma risada nasal e revirei meus olhos.
-Minha moto, Rafa?!- fiz biquinho assim que me senti no banco e a Luh entrou.
-Fica sussa que o vapor vai levar.
-Você poderia ter me deixado bater um pouquinho mais nele.- falei enrolada e manhosa, fazendo ele negar.
-Tu quase matou o cara, Floquinho, se eu tivesse deixado aí sim tu ia se fuder.- cruzei os braços irritada.
-Não mandei o pau no cu nos puxar a força e ainda me bater. Pelo menos agora eu tenho a Luh para me acompanhar.
Ele negou rindo.
-A gente tá é fudido com vocês duas.
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Envolvida✔
Teen Fiction+16 Cinco anos haviam se passado desde que Natacha foi presa, e agora o que queria era apenas voltar para casa e para o aconchego de seus familiares; retomar a vida de onde parou ao lado do marido e do melhor amigo. Só não esperava que o mundo tives...