Capítulo 18: Parte 3

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-Você devia ter voltado e pagado a garrafa que comprou, Natacha!- a Lucrécia estava enchendo meu saco com essa porra, porque ela pensa que eu não vou falar nada sobre o desgraçado.

Pelo menos ela teve a decência de mandar ele pastar, pelo menos por hoje, bem, por algumas horas.

-Eu voltar lá para pagar uma coisa que eu nem bebi direto, sendo que fui colocada para fora do lugar? Não mesmo, eles que foram burros o suficiente de não me cobrarem enquanto eu estava lá.

Assim que terminei de falar ouço uma risada nasal do Sammy que estava no banco de trás, ele veio com a gente já que estava a pé, e desde que os seguranças nos deixaram ele ficou todo calado na dele, com certeza tentando se acalmar.

-Você é louca, Naty!- ele fala e o olho serinho pelo espelho de dentro do carro.

-Me respeita, ok?

Isso só serviu para ambos rirem, sem graça!

Não demorou muito e a gente chegou no apê, não eram nem onze horas e já estávamos voltando do rolê! Nem peguei o gostoso do garçom, aí que vontade de matar aquele desgraçado!

-Lucrécia chamando Natacha para terra, olá? Pela cara estava pensando em matar alguém.- escutei a voz da Luh e me virei para mesma sorrindo.

-Estou mesmo, já planejando com irei torturar aquele embusquete por ter acabado com minha noite, nem fiquei com o carinha velho!- falei frustrada entrando no prédio e os dois riram da minha cara.

Estacionei o carro e desci do mesmo deixando eles para trás.

-O que foi Natyzinha? Você não ia cuidar de mim?- o Sammy perguntou e eu revirei os olhos.

-Ia, não vou mais, foram só uns cortezinhos na sobrancelha e no lábio. Nada demais! Além do mais a Luh pode fazer os curativos, aposto que com ela você vai se divertir mais. Lucrécia quero todos os detalhes amanhã. Beijinhos!- continuei andando e ouvi a Luh grunhir enquanto o Sammy soltou um risinho.

-Ela fez isso de propósito, essa vaca!- ela falou alto para eu poder ouvir, mas fiz a Cleópatra e entrei no prédio.

Fala pra tu, reclamei por ter voltado cedo, mas tô mó cansadona. Preciso da minha caminha. 

●●●

-Meu bem, não quero saber o quanto sou maravilhosa não. Quero saber se vocês se beijarem ou não!- ela olhou debochada para mim e ignorei. 

Já faz mais de quinze minutos que, ela me enrola falando que eu sou descarada e os caraí todos, mas o que eu quero saber é se a culpido aqui conseguiu pelo menos um beijo do casal.

Olhei para a Luh com uma sobrancelha arqueada e a mesma desviou os olhos mordendo o lábio inferior e essa foi minha deixa.

-AI MEU DEUS, VOCÊS SE BEIJARAM! Mano, sou muito maravilhosa, puta merda!- falei animada dando pulinhos e vi ela escondeu um sorriso.

-Quem se beijou titia?- a Mia tirou os olhos da folha em que rabiscava e vi a Luh arregalar os olhos.

-A titia meu amor.- ela apenas concordou voltando a atenção para a folha.- Pode me contar detalhe por detalhe.- olhei para ela e vi uma luta interna dentro de si, pensando se o que fez foi certo ou não.

-Tô com a consciência pesada, Naty. Eu fiquei com ele sendo que estou com o Ricardo.- neguei com a cabeça segurando suas mãos e olhando dentro dos olhos dela.

-Você sabe o que eu penso sobre traição, Luh, e mesmo sendo errado para olhares de fora eu não te julgo. Até porque você só está pagando com a mesma moeda e outra coisa, ele não te ama, faz você de brinquedo então não consigo ver isso como uma traição.

Posso tá errada? Posso! Mas não estou nem aí, se a loira na minha frente estiver feliz é o que importa.

-Mas fala aí, foram só beijos ou rolou outra coisa?- perguntei sugestiva e vi ela corar.

Na hora que abriu a boca para me responder a campainha toca e xingo de todos os nomes possíveis quem quer que seja. Bem, ou é o Ricardo ou Sammy, já que são os únicos que sobem sem autorização. Pensando melhor acho que desde a última o Ricardo não pode mais.

-Você atende, mas não pense que eu esqueci da nossa conversa.- ela revirou os olhos ainda corada e eu me virei olhando para a Mia.

Acho que ela tá tentando desenhar uma árvore, até porque a loirinha aqui pode ser boa em diversas coisas, mas ser desenhista nunca combinou com ela. Mirely olhou pra mim e sorriu levantando a folha. 

-Tá bonito titia?- me mostrou e eu prendi o riso.

-Tá sim meu amor, o desenho mais bonito que vi!- o sorriso dela aumentou e eu sorri.

Que coisinha fofa meu Deus!

-Natacha tá aí?- escutei a voz vindo da porta e virei minha cabeça instantaneamente, vendo o Loiro parado lá exatamente como me lembrava. 

Meu coração começou a bater mais forte e arregalei os olhos. O que ele está fazendo aqui? Ele quer me levar de volta? Aconteceu alguma coisa com o Felipe? Com o Morro?

Aliás, como ele sabia que eu estava aqui?

Mas com todas essas perguntas e preocupações, lá no fundo poderia sentir uma felicidade ficando cada vez maior.

Porra! Já faz dois anos sem ver ele.

-Hum… tá. Natacha?- a voz da Luh me tirou dos meus pensamentos e olhei para ela um pouco aérea.- Pode vir atender sua visita?- debochou e meia atrapalhada me levantei.

O Rafa percebeu minha presença e acompanhou todos os meus passos.

-Floquinho!- falou animado e passou pela Lucrécia, me prendendo em seus braços com um abraço.- Que saudade piranha!- me apertou mais e só então voltei a realidade abraçando ele também.

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