-Você vai me ajudar a fazer o brigadeiro?- ela afirmou com a cabeça freneticamente e eu acabei rindo enquanto ligava a JBL.
-Não pode ligar.- a Mia sussurrou como se fosse um segredo.
-Por quê?- entrei no jogo dela sussurrando e me abaixando para ficar na sua altura.
-O vizinho de cima briga.- colou a boca no meu ouvido sussurrando ainda mais baixo.
-Mas quando a titia está tudo pode.- pisquei para ela que sorriu animada, mas me olhou desconfiada.- Qual música você vai querer, cozinheira Mia?- ela colocou a mão no queixo e olhou para o teto pensativa.
Tem como não amar essa coisa pequena?
-Bega funk.- ela sorriu animada e eu neguei rindo.
-Seu desejo é uma ordem.
Conectei o celular da Luh na caixa, porque foi o primeiro a encontrar, e aumentei o volume ao máximo fazendo a música e a batida ecoar pelo apartamento enquanto a Mia batia palmas e pulava animada.
-Mas que merda é essa?- Lucrécia apareceu na cozinha enquanto pegávamos os ingredientes.
-Música, já ouviu falar?- ela colocou a mão na cintura.
-Você sabia que o vizin…
-O vizinho que se foda, o apartamento é nosso não dele.- dei de ombros e encarei a Mia que parecia bem animada dançando desengonçada.- Isso aí garota!- me juntei a ela e comecei a dançar ao seu lado.
A Lucrécia riu e saiu da cozinha deixando a gente sozinha novamente.
-Aqui princesa, pode colocar dentro da panela.- dei a caixinha de leite condensado a ela que, colocou de bom grado na panela e depois enfiou os dedos dentro da mesma quando estava só melada.
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-Chega de chocolate por hoje, Mirely.- tirou o pratinho da mão dela e colocou na geladeira.
-Mas mamãe…
-Mirely!- a censurou e a pequena olhou para mim.
-Titia?
-Dessa vez não posso fazer nada minha linda.- ela bufou e cruzou os braços indo para o quarto.
-Você vai me contar o motivo de vir no meio da madrugada para aqui?
Se sentou no banco ao meu lado e eu suspirei deitando minha cabeça no ombro dela e levando uma colher de brigadeiro para boca antes de começar a contar tudo para ela.
-Tenho certeza que você vai encontrar o colar e quem invadiu a casa de vocês, até porque agora você é a fodona de uma tesoureira, mesmo que eu não entendo nada disso.- acabei rindo.- Pega leve com o Rafa, ele só estava estressado, também deve ser difícil para ele.- assenti com a cabeça.
-Eu sei, só que eu estava com raiva e ele veio encher minha mente, mas entendo ele.- brinquei com o brigadeiro no prato.
-Entende nada, deixa ele sofrer.- o Sammy apareceu na cozinha com meu celular nas mãos e eu revirei os olhos.- Toma, vê o que esse cuzão quer que ele não para de ligar. Cara insistente.- me entregou o celular e foi até o fogão pegando o MEU brigadeiro.
Assim que desbloqueei o celular para ver as mensagens do Rafa, ele me ligou me obrigando a atender.
-Solta a voz.- disse calma e ouvi ele respirar fundo.
-Qual o teu problema Natacha, agora que tu vem me atender, Caraí? Tu tá ligada que tem responsabilidade agora, né? Como tu sai do morro sem segurança contigo, não avisa pra ninguém e ainda deixa o Eduardo esperando a tua boa vontade?- arregalei os olhos na mesma hora e desci do banco.
-Caralho, me esqueci.- murmurei para mim mesma.
-Continua assim que tu tá certinha, tua imagem só ganha pontos com isso.- falou sério me repreendendo.
-Ah, vai se fuder Rafael!- e desliguei na cara dele.
Comecei a guardar minhas coisas dentro da mochila que trouxe, dei um beijo na Mia e falei para a Lucrécia que depois eu entregava a roupa dela. Desci a mil e entrei no carro indo para o morro o mais rápido que podia.
Quando cheguei no morro ia dar meio dia, perdi a manhã inteira de "trabalho" foda viu. Assim que passei pela barreira encontrei o Rafael de braços cruzados e uma cara nada boa. Mandou eu parar e muito contra gosto eu parei.
-O que tu tem na tua mente, Natacha?- já foi soltando assim que entrou no carro.- Onde porra tu estava? Tu tem noção de como eu fiquei preocupado? Como tu faz um negócio desse depois de invadirem o barraco que a gente mora? E depois ainda vem com a irresponsabilidade de não cumprir com a porra da tua palavra!- falou tudo de uma vez e olhei irritada para ele.
-Cala a porra da tua boca, demorou? Não vem encher linguiça pro meu lado não, eu já tô ligada que tô no erro e se tu tivesse preocupado comigo não tinha me deixado sozinha!- jogo na cara mesmo, só sabe me irritar.
Ele me olhou incrédulo e arqueou uma sobrancelha.
-Agora tu que me fazer se sentir culpado?
-Falei isso por acaso?- ele cruzou os braços.
-Onde tu estava?- perguntou novamente e eu fiz a louca.- Responde Mandada!- e lascou um tapão na minha coxa descoberta, me fazendo gemer de dor e encarar os cinco dedos na minha pele.
-Que porra é essa, Rafael caralho? Isso arde seu filho da puta!- e sem nem pensar duas vezes tirei a mão da marcha e com toda força presente em mim espalmei a mesma no peito dele, fazendo ele gemer de dor e passar a mão no local.
-Filha da puta!- sorri de lado.
O caminho inteiro até a lanchonete da Elisa foi o Rafael enchendo meu saco perguntando para onde eu tinha ido e passando a mão em mim. Não sabia se ficava com raiva, ou gostava das acaricias, talvez se ele tivesse ficado calado teria sido bem melhor.
-Não vai falar mesmo?- respirei fundo desligando o carro e olhando para minha coxa que estava levemente vermelha.
-Estava em um strip tease, mó satisfatório ver aqueles gostoso tirando a roupa.- mordi o lábio inferior e sai do carro em um pulo quando vi que o cretino ia bater na minha coxa novamente.
-Fugindo porque amada esposa?- perguntou todo cínico e levantei o dedo do meio para ele.
Assim que coloquei meus pés dentro da lanchonete vi o Eduardo sentado em uma mesa enquanto comia, ele me deu um sorriso debochado e eu passei direito. Já basta o Rafael enchendo meu saco. Fui até o balcão e pedi duas quentinha e uma coca de um litro. Sai do balcão e fui me sentar com eles.
-Bela impressão para o seu primeiro dia.- Eduardo abriu a boca e eu olhei entediada para ele.
-Você está aqui para em ajudar a aprender as questões do patente de Tesoureiro não para me dar sermões.- ele me olhou incrédulo e o Rafa soltou uma risadinha.
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3/5
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Envolvida✔
Teen Fiction+16 Cinco anos haviam se passado desde que Natacha foi presa, e agora o que queria era apenas voltar para casa e para o aconchego de seus familiares; retomar a vida de onde parou ao lado do marido e do melhor amigo. Só não esperava que o mundo tives...