Capitulo 28: Parte 3

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-Você vai me ajudar a fazer o brigadeiro?- ela afirmou com a cabeça freneticamente e eu acabei rindo enquanto ligava a JBL.

-Não pode ligar.- a Mia sussurrou como se fosse um segredo.

-Por quê?- entrei no jogo dela sussurrando e me abaixando para ficar na sua altura.

-O vizinho de cima briga.- colou a boca no meu ouvido sussurrando ainda mais baixo.

-Mas quando a titia está tudo pode.- pisquei para ela que sorriu animada, mas me olhou desconfiada.- Qual música você vai querer, cozinheira Mia?- ela colocou a mão no queixo e olhou para o teto pensativa.

Tem como não amar essa coisa pequena?

-Bega funk.- ela sorriu animada e eu neguei rindo.

-Seu desejo é uma ordem.

Conectei o celular da Luh na caixa, porque foi o primeiro a encontrar, e aumentei o volume ao máximo fazendo a música e a batida ecoar pelo apartamento enquanto a Mia batia palmas e pulava animada.

-Mas que merda é essa?- Lucrécia apareceu na cozinha enquanto pegávamos os ingredientes.

-Música, já ouviu falar?- ela colocou a mão na cintura.

-Você sabia que o vizin…

-O vizinho que se foda, o apartamento é nosso não dele.- dei de ombros e encarei a Mia que parecia bem animada dançando desengonçada.- Isso aí garota!- me juntei a ela e comecei a dançar ao seu lado.

A Lucrécia riu e saiu da cozinha deixando a gente sozinha novamente.

-Aqui princesa, pode colocar dentro da panela.- dei a caixinha de leite condensado a ela que, colocou de bom grado na panela e depois enfiou os dedos dentro da mesma quando estava só melada.

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-Chega de chocolate por hoje, Mirely.- tirou o pratinho da mão dela e colocou na geladeira.

-Mas mamãe…

-Mirely!- a censurou e a pequena olhou para mim.

-Titia?

-Dessa vez não posso fazer nada minha linda.- ela bufou e cruzou os braços indo para o quarto.

-Você vai me contar o motivo de vir no meio da madrugada para aqui?

Se sentou no banco ao meu lado e eu suspirei deitando minha cabeça no ombro dela e levando uma colher de brigadeiro para boca antes de começar a contar tudo para ela.

-Tenho certeza que você vai encontrar o colar e quem invadiu a casa de vocês, até porque agora você é a fodona de uma tesoureira, mesmo que eu não entendo nada disso.- acabei rindo.- Pega leve com o Rafa, ele só estava estressado, também deve ser difícil para ele.- assenti com a cabeça.

-Eu sei, só que eu estava com raiva e ele veio encher minha mente, mas entendo ele.- brinquei com o brigadeiro no prato.

-Entende nada, deixa ele sofrer.- o Sammy apareceu na cozinha com meu celular nas mãos e eu revirei os olhos.- Toma, vê o que esse cuzão quer que ele não para de ligar. Cara insistente.- me entregou o celular e foi até o fogão pegando o MEU brigadeiro.

Assim que desbloqueei o celular para ver as mensagens do Rafa, ele me ligou me obrigando a atender.

-Solta a voz.- disse calma e ouvi ele respirar fundo.

-Qual o teu problema Natacha, agora que tu vem me atender, Caraí? Tu tá ligada que tem responsabilidade agora, né? Como tu sai do morro sem segurança contigo, não avisa pra ninguém e ainda deixa o Eduardo esperando a tua boa vontade?- arregalei os olhos na mesma hora e desci do banco.

-Caralho, me esqueci.- murmurei para mim mesma.

-Continua assim que tu tá certinha, tua imagem só ganha pontos com isso.- falou sério me repreendendo.

-Ah, vai se fuder Rafael!- e desliguei na cara dele.

Comecei a guardar minhas coisas dentro da mochila que trouxe, dei um beijo na Mia e falei para a Lucrécia que depois eu entregava a roupa dela. Desci a mil e entrei no carro indo para o morro o mais rápido que podia.

Quando cheguei no morro ia dar meio dia, perdi a manhã inteira de "trabalho" foda viu. Assim que passei pela barreira encontrei o Rafael de braços cruzados e uma cara nada boa. Mandou eu parar e muito contra gosto eu parei.

-O que tu tem na tua mente, Natacha?- já foi soltando assim que entrou no carro.- Onde porra tu estava? Tu tem noção de como eu fiquei preocupado? Como tu faz um negócio desse depois de invadirem o barraco que a gente mora? E depois ainda vem com a irresponsabilidade de não cumprir com a porra da tua palavra!- falou tudo de uma vez e olhei irritada para ele.

-Cala a porra da tua boca, demorou? Não vem encher linguiça pro meu lado não, eu já tô ligada que tô no erro e se tu tivesse preocupado comigo não tinha me deixado sozinha!- jogo na cara mesmo, só sabe me irritar.

Ele me olhou incrédulo e arqueou uma sobrancelha.

-Agora tu que me fazer se sentir culpado?

-Falei isso por acaso?- ele cruzou os braços.

-Onde tu estava?- perguntou novamente e eu fiz a louca.- Responde Mandada!- e lascou um tapão na minha coxa descoberta, me fazendo gemer de dor e encarar os cinco dedos na minha pele.

-Que porra é essa, Rafael caralho? Isso arde seu filho da puta!- e sem nem pensar duas vezes tirei a mão da marcha e com toda força presente em mim espalmei a mesma no peito dele, fazendo ele gemer de dor e passar a mão no local.

-Filha da puta!- sorri de lado.

O caminho inteiro até a lanchonete da Elisa foi o Rafael enchendo meu saco perguntando para onde eu tinha ido e passando a mão em mim. Não sabia se ficava com raiva, ou gostava das acaricias, talvez se ele tivesse ficado calado teria sido bem melhor.

-Não vai falar mesmo?- respirei fundo desligando o carro e olhando para minha coxa que estava levemente vermelha.

-Estava em um strip tease, mó satisfatório ver aqueles gostoso tirando a roupa.- mordi o lábio inferior e sai do carro em um pulo quando vi que o cretino ia bater na minha coxa novamente.

-Fugindo porque amada esposa?- perguntou todo cínico e levantei o dedo do meio para ele.

Assim que coloquei meus pés dentro da lanchonete vi o Eduardo sentado em uma mesa enquanto comia, ele me deu um sorriso debochado e eu passei direito. Já basta o Rafael enchendo meu saco. Fui até o balcão e pedi duas quentinha e uma coca de um litro. Sai do balcão e fui me sentar com eles.

-Bela impressão para o seu primeiro dia.- Eduardo abriu a boca e eu olhei entediada para ele.

-Você está aqui para em ajudar a aprender as questões do patente de Tesoureiro não para me dar sermões.- ele me olhou incrédulo e o Rafa soltou uma risadinha.

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3/5

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