Preparem o coração e a pipoca, porquê hoje tem revelações!As ondas batiam contras as pedras ou quebravam majestosamente na beira da praia espalhando espuma pela areia, que volta e meia alcançavam meus me tomando a atenção. A maré estava subindo lentamente e isso deixava pouca parte da areia livre, o que não é problema, afinal poucas pessoas vem a praia durante a noite, mesmo que morem em frente a ela.
E por isso é um ótimo momento para vir. Apenas eu, o céu e o mar. Eles já foram testemunhas de tantos momentos da história e meus confidentes desde a infância. É um dos meus refúgios para fugir de tudo e todos, e me perder em minha mente, seja na parte boa ou ruim.
Subi o olhar para o céu me recordando o que sempre falamos a uma criança, "as pessoas se tornam estrelas em um momento de sua vida", então dessa forma sempre poderíamos ver quem partiu e eles a nós.
Mas se eles estivessem me vendo agora, o que sentiriam, repulsa pelo tanto de sangue que derramei, decepção pela relação familiar ou vergonha pelo o que me tornei? Será que ele tem raiva pelo meu erro ou pelo dia que o deixei ir em meu lugar?
De repente o mar me engoliu me obrigando a afogar em suas ondas revoltas e geladas, me sufocando de culpa a alma e água os pulmões.
Tudo silenciou-se e apagou.
E como se o universo atendesse minhas perguntas internas, tudo clareou e como se estivesse uma lembrança pouco turva e antiga, me deparei com o sentimento de nostalgia misto da confiança de saber o que ocorreria a seguir.
— Onde está indo? — perguntei ao moreno que se direcionava a porta do apartamento.
— Resolver algumas coisas sobre nós com...
— Não minta, não há nada sobre nós para resolver.
— Vou sair com...
— Não minta — mandei entredentes.
Minhas mãos fecharam ao lado de meu corpo como uma forma de manter o controle sobre meu mundo, meus sentimentos e meus impulsos.
— Tenho uma missão a cumprir ainda, Rose — disse se virando para mim.
— Não, você não tem — afirmei descendo rapidamente as escadarias para o alcançar. — Eu quem tenho.
— Não, mon petit, você não pode.
— Claro que posso, sou tão apta a isso quanto você! — Parei em sua frente de braços cruzados. — Eu vou e você fica, essa missão é minha.
— Eu sou seu superior ainda, Sea.
— E daí? — questionei o peitando. — O erro foi meu, Jordan. Eu resolvo.
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Perigosa Atração - Duologia Volúpia - Livro I
Literatura FemininaRosalie Aubry é uma mulher nada fácil de se lidar ou entender, o que tem de teimosia tem de conquistadora nata. A francesa de olhos negros com a lista grande de corações quebrados e um imenso ego, terá como a perdição um americano desde sua primeira...