Rosalie Aubry é uma mulher nada fácil de se lidar ou entender, o que tem de teimosia tem de conquistadora nata. A francesa de olhos negros com a lista grande de corações quebrados e um imenso ego, terá como a perdição um americano desde sua primeira...
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Rosalie Aubry
Já não poderia contabilizar quantas vezes vim para a casa de Ethan, porém bastava baixar os óculos e sorrir aos seguranças ou acenar para eles, então adentrava corriqueiramente o local. Não foi diferente desta vez, deixei minha mala e os óculos escuros na sala, e segui a procura do dono da casa silenciosa e aparentemente vazia, mesmo que os seguranças não tenham dito sobre.
Cogitei por instantes que ainda estivesse na casa de sua mãe, mas logo escutei sua voz ao me aproximar do escritório. Aparentemente estava em uma reunião e não muito amigável pelo seu tom de voz.
— Corte no quadro de funcionários será a reação para isso e não uma solução — aclarou em um tom imperioso.
Tentei entrar no cômodo sem ser notada, porém no mesmo momento que meus olhos caíram sobre ele ao ocupar a sala, os dele também me encontraram ignorando por segundos a reunião para me avaliar e lançar um pequeno sorriso de canto.
Eu jamais conseguia decifrar esse sorriso que me dava, entretanto não via para mais ninguém, por algumas vezes achava que era alguma loucura de minha cabeça, no entanto não, era quase um efeito automático e único.
Acenei para ele quando saí da breve hipnose que me sujeitei e indiquei ao computador onde transmitia a reunião. Sua feição retornou para a frieza de um homem de negócios, mesmo que sua atenção não estivesse totalmente em seu trabalho e sim, parcialmente, na minha aproximação.
— Como empresários só assumimos riscos calculados e não apenas por vaidade, estamos em uma sociedade e sem a aprovação majoritária por ações nada será feito — declarou com um olhar ameaçador e irresoluto. — Essa decisão por ganância já teve os resultados previstos e calculados, um grande déficit não apenas monetário, então caso desejem ter um grande prejuízo o façam por si só e não coloquem o nome da organização.
Decerto era um grande e repentino problema em uma das empresas que é sócio, algo suficientemente capaz de tirar sua paz no dia que folgamos antes da aplicação da missão, e o levar a um discurso tão ameaçador e de calar argumentos contra.
— Gosto de homens de negócios — rumorejei quase sem som, contudo tendo consciência de que entendeu pelo mover das sobrancelhas. — Principalmente que me remetem problemas. — Ri sórdida desenhando por sua mesa enquanto ele lutava para não baixar o olhar ao decote exposto.