Rosalie Aubry é uma mulher nada fácil de se lidar ou entender, o que tem de teimosia tem de conquistadora nata. A francesa de olhos negros com a lista grande de corações quebrados e um imenso ego, terá como a perdição um americano desde sua primeira...
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Rosalie Aubry
Mais uma vez o andar de William parecia vazio, sem ninguém para receber ou para ser recebido, talvez a secretária tenha saído ao banheiro ou estivesse no escritório de seu chefe, de qualquer forma nada me impediria de entrar naquele escritório e questionar o homem do outro lado da mesa sobre suas escolhas.
Nada deveria me parar depois das merdas jogadas por Lindsay para minha filha e pela longa conversa que tive essa manhã com Eleanor. William era meu novo alvo de inquisição e acusação por seus passos e escolhas impensáveis.
Todavia assim que adentrei o escritório como um furacão e fechei a porta atrás de mim para me direcionar ao dono da empresa, meu coração deu um imenso tropeço parecendo que sairia por meu peito e um choque percorreu minha espinha. Parecia a visão de um mau presságio, como se previsse o inferno subindo a Terra exatamente como Eleanor narrou algumas vezes em repugnância.
Não era o homem de cabelos negros grisalhos e orbes pretas atrás da mesa, e sim sua réplica mais velha de olhos azuis intensos como uma gema rara, Oliver ocupava a cadeira de William na Sparks.
Se William era um tigre à espreita com sua soberania, astúcia e soberba, então Oliver poderia ser definido como uma águia mordaz de olhos afiados em avareza e cominação.
Não sabia dizer se o grande problema era Oliver em um lugar que não lhe pertencia após a conversa com Eleanor, ou o choque de reconhecer perfeitamente aquela silhueta dentre poucas e perdidas memórias de algum momento de minha vida. Era quase aterrorizante a coincidência e as surpresas do destino.
— O que há de errado, Rose? Parece assustada e apenas me observa, não faz seu feitio isso — ponderou Oliver levantando-se da mesa como um felino analisando o território e me trazendo dos pensamentos para um estado de alerta. — Aconteceu algo?
Engoli todo receio e palavras amargas que pudessem acabar desencadeando algo pior do que eu poderia controlar, coloquei minha racionalidade em primeiro lugar e tomei minha postura costumeira altiva e arrogante.
— Apenas pensei ser alguém perigoso ao olhar de relance. — Dei de ombros apertando o anel na palma de minha mão e o movendo para minha manga discretamente, ele não poderia ver isso.
— O que precisa?
— William, onde ele está?
— Logo retornará — afirmou com cautela. — O que tem em mãos?