Rosalie Aubry é uma mulher nada fácil de se lidar ou entender, o que tem de teimosia tem de conquistadora nata. A francesa de olhos negros com a lista grande de corações quebrados e um imenso ego, terá como a perdição um americano desde sua primeira...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ethan Blake
Logo depois de ter certeza que não caiu no banho e a observar se perder em pensamentos abaixo do chuveiro, precisei esperar que a tensão e a raiva causadas por aquelas palavras saíssem de meu corpo, ao menos o que restou.
Não poderia pilha-la mais do que havia feito, não poderia enchê-la de pena ou palavras complacentes, também não poderia a abraçar e dizer que estava tudo bem, seria um crime considerando quem é. Não era apenas esse o motivo, mas também porque isso traria as sensações que ela enterrou ou ultrapassou, seria retroceder.
Não entendia bem o motivo pelo qual fiquei tão enfurecido, era além de uma revolta por uma causa social, era além de desenterrar o passado. Talvez, ou com certeza, estivesse interligado ao efeito de seu semblante vazio, sua postura carregada repulsa, seu tom exalando raiva e os olhos perdidos ao abrir uma profunda ferida.
Depois de tomar um longo ar ao lado de Duque, procurei mais respostas com Hillary, o máximo que fez foi reafirmar aquilo e pedir para não deixar Rosalie sozinha por um longo período, não era como se ela fosse cometer uma loucura, mas apenas um cuidado entre irmãs.
Subi ao quarto de hóspedes onde Rosalie se encontrava, não havia qualquer som e a luz na brecha da porta era fraca. Adentrei silenciosamente para passar o olho e retomar meus afazeres, precisava saber se estava bem, por Hillary e pelo assunto que a sujeitei.
Por um momento cogitei que tinha fugido em um acesso de teimosia, não a avistei por lugar algum do cômodo clareado pelas luminárias. Mas ao me aproximar da cama encontrei seu cabelo preto em um coque mal feito, logo avistei seu entre os travesseiros, quase perdida entre as cobertas que formavam um bolo. Seu rosto cansado estava contorcido em aflição enquanto grunhia coisas quase inaudíveis.
Era a terceira vez que a via encolhida, apenas fazia isso quando estava com medo e parecia desejar se proteger. A primeira foi no avião, seu medo irracional do escuro que me obrigou a aninha-la em meu peito e adormecer em uma posição desconfortável que me causou dores e uma noite mal dormida. A segunda essa noite enquanto chamava pelas pessoas mais próximas dela, por mim e repudiava seu ex namorado.
— Ethan...— murmurou em um tom aflito. — Ethan...— Mínimas lágrimas começaram a descer de seus olhos. — Ele... ele...
— Ei, Rose — chamei-a na esperança que acordasse, mas o máximo que fez foi se encolher ainda mais e soltar um som enguiçado e um soluço.
