Capítulo XVII - Parte I

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Vamos explorar uma face desconhecida da Aubry.

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Por um instante me perguntei e dei importância para o que se passava na cabeça do ruivo ao meu lado, ele não tinha reação alguma que eu pudesse identificar e atestar, apenas seu corpo rígido e tenso

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Por um instante me perguntei e dei importância para o que se passava na cabeça do ruivo ao meu lado, ele não tinha reação alguma que eu pudesse identificar e atestar, apenas seu corpo rígido e tenso.

Deve ser realmente estranho se deparar com isso de repente e antes mesmo do café em um sábado de manhã. Eu mesma tinha surtado quando descobri a gravidez, e a ficha caiu apenas quando peguei no colo a menina loira de olhos indefinidos e cara amassada pelas bochechas. Porque durante os meses que acordei com aquela barriga, eu não entendia aquilo.

Sim, eu não entendia como uma criança tinha ido parar em meu ventre aos 18 anos, quando estava no começo da faculdade de direito, ou como ela saiu de mim aos 19. Se eu estava em choque sem entender, imagine agora Ethan, dando de cara com uma miniatura de 6 anos com meu sangue.

Saí de meus pensamentos assim que meus olhos encontraram os castanhos de minha pequena parte, ela se pendurava para pegar algo em um dos móveis de madeira que ficava no alto como decoração e ainda me olhava. Minha única reação foi cruzar os braços e arquear a sobrancelha, o simples ato que a fez encolher os braços e descer do baú.

Eu não posso virar um segundo.

Sim, eu iria observar e depois socorrer. O papel de rir é da madrinha. E o de se desesperar é do pai, porque se formos comparar o nível de drama e vivência em situações perigosas, o resultado seria Adam como a mãe preocupada e eu como o pai que assiste o filho fazer a merda e, de duas uma, ajuda rindo ou encobre do outro.

— Maman. — Sorriu amarelo com as mãos para trás. — Posso ver a casa e depois brincar?

— Outra hora, mon amour.

— Mas, maman... — Tentou dizer algo, mas sabia que não iria conseguir nada, menina esperta desde pequena.

— Já tomou café? — perguntei a ela que concordou com a cabeça.— Então é minha vez de tomar. Maman a faim d'un loup. — Assim que a menina se aproximou me abaixei. — E se eu não comer agora, eu vou fazer você de churrasco! — ameacei fazendo-lhe cócegas e arrancando gargalhadas.

— Tudo bem, maman!

São raras as vezes que pergunto a Agatha se posso fazer algo e isso me ajudou muito, afinal ela não atrapalha como outras crianças. Ou a questão do "por que não mamãe?", se tem algo que eu raramente escutava de minha mãe quando mais nova era o motivo de suas decisões, não importava quais fosse. Mas respondia o motivo dos acontecimentos.

Talvez a criação de Eleanor Aubry aos moldes franceses não tenha sido tão ruim.

— Milagre estar com fome, pior ainda é estar com a fome de um lobo. — Ethan disse desconfiado e eu apenas revirei os olhos.

Perigosa Atração - Duologia Volúpia  - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora