22.Any

5.9K 507 187
                                    

Aqui deitada no chão consigo levar a mão até a minha cabeça onde a levei a pancada. O peso de Josh sobre mim não é incômodo mesmo me deixando quase  sem ar, fico imaginando o que aconteceu no seu banho porque a algo bem duro entre nós, o cheiro do seu sabonete é bom que só não enfio a cabeça em seu pescoço dar uma fungada porque tenho nem que seja o mínimo de noção.

— Eu estava indo embora.- me pronuncio.

— Acho que errou a porta, esse é o banheiro, saída é pro outro lado. - Josh debocha. Então ele apoia o cotovelo no chão erguendo o tronco mais ainda me prendendo entre ele e o chão, apenas aliviando o peso em cima de mim.

A verdade é que eu sai do quarto, andei pelo corredor e coloquei o pé no primeiro degrau da escada mas ai senti como se tivesse uma muralha me impedindo de seguir e a coisa mais certa a se fazer no momento era voltar pra cá. Agora não parece mais minha única opção mas ainda é onde quero estar.

Desde daquela maldita aula eu tenho pensado em Josh Beauchamp mais do que eu deveria, tenho sonhado com ele de formas que não devia.

Sexta feira me torturei tanto sentada naquela mesa ao lado de Marcus e Carlos lendo um músical apresentado de última hora pelo novo grupo teatral que Krystian contratou. Olhei quinhentas vezes pela janela  imagindando qual seria a gravidade dos meus machucados se eu pulasse do oitavo andar e fugisse até o jogo.

Mais cedo naquele dia Sabina, a amiga de Josh havia me mandado uma mensagem me dizendo algo que eu já havia percebido, ela não disse nessas exatas palavras mas em resumo, Josh prescisa de apoio, ele tem medo de fazer as coisas sozinho.

Eu queria estar lá, vendo ele jogar, mesmo não entendendo nada sobre hoquei, queria estar lá por ele, queria que ele soubesse disso. Então depois de uma rápida pesquisa no Google no dia seguinte "O time Cross da UCLA venceram na noite de ontem" Abri a matéria pra mais informações enquanto ligava pro loiro parabeniza-lo e pedir desculpa. Duas ligações recusadas e eu me dei por vencida, ela não queria falar comigo. Me senti uma estúpida, ele me ajudou com o lance da sala, resolvi parar me esconder e começar a realmente trabalhar com a galera invés de ficar eu de um lado e eles do outro, ainda não sou a queridinha e nem quero ser, já está de ótimo tamanho receber bom dia, e não revirarem os olhos quando eu passo.

Passei o domingo inteiro pensando em como agrada-lo, sem ideia recorri a ajuda, busquei pela conversa que tive com Sabina na sexta como ainda não tinha salvo seu contato e mandei uma mensagem.

"Não precisa de nada, Josh prefere gestos, quem sabe você não aparece na porta dele assim do nada" Não entendi o emoji um tanto malicioso logo abaixo mas agradeci a dica, comprei um café e vim pra cá, tudo isso resultou nessa cena de agora, eu e Josh no chão, perto o suficiente pro meu cérebro não funcionar.

Sem dizer nada, ou dar qualquer indício de movimento pra levantar Josh abaixa a cabeça tomando minha boca rapidamente, assim sem aviso nenhum, seu corpo quente e o chão gelado são um ótimo contraste, meu corpo começa a formigar e não faço ideia se é pelo beijo ou pelo peso em cima de mim, minha mão passa pelo seus cabelos inteiramente molhados como se ainda tivesse caindo água sobre eles.

Josh coloca as duas mãos por trás da minhas costas e se levanta me trazendo junto, fico impressionada em como ele me tira do chão sem nem cambalear, prendo minhas pernas em sua cintura e minhas mãos em seu ombro como se eu fosse cair mesmo que seus dedos cravados em minha cintura me deem todo suporte que preciso. Ele caminha em passos largos até a cama sem tirar sua boca da minha, estamos praticamente sem ar mas não nos soltamos, talvezele esteja com mesmo medo que o meu, de se arrepender quando nossos lábios se separarem.

Seu corpo inclina, agora preciso mesmo me segurar já que uma de suas mãos passa pela cama derrubando as maquiagens e pincéis que acabamos deixando ali, em segundos tudo está no chão e nós dois na cama.

Uma Noite De Mentiras Onde histórias criam vida. Descubra agora